O Ministério Público do Paraná apresentou na quarta-feira, 22, o balanço dos dados de suspeitos mortos e feridos em confrontos com forças de segurança registrados no estado em 2024: foram 433 confrontos, nos quais houve 413 vítimas fatais e 109 feridos. Em 2023, foram registradas 348 mortes.
O levantamento mostra um aumento de 18% e foi elaborado de forma conjunta no MPPR pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O relatório segue a nova política institucional de tratamento de dados nesta área, firmada em 2024, dentro dos preceitos estabelecidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público e pela Resolução n.º 7552/2024 da Procuradoria-Geral de Justiça.
Segundo o coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Cláudio Rubino Zuan Esteves, os dados relativos a confrontos policiais ocorridos no ano de 2024 inauguram uma nova forma de abordar a temática dos confrontos policiais. “A atuação rotineira que já vinha ocorrendo e que sempre ocorreu pelos órgãos do Ministério Público, das promotorias de justiça investigando eventuais desvios ou acompanhando inquéritos policiais já instaurados, passa, a partir de agora, ao Gaesp, que é o grupo de atuação especializado em segurança pública”, destacou o coordenador.
Na parte repressiva, para a apuração e denúncia de casos concretos, a ação fica sob responsabilidade das Promotorias de Justiça com atribuições para o acompanhamento das investigações em suas localidades e do Gaeco, quando atendidos os critérios de atuação da unidade especializada. Ambos os eixos, preventivo e repressivo, constituem desdobramentos da missão constitucional do Ministério Público de exercer o controle externo da atividade policial.
O QUE DIZ A SECRETARIA DE SEGURANÇA
Durante uma entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, foi perguntado sobre os dados levantados pelo Ministério Público. “Nós temos todo um levantamento, todos os acompanhamentos, toda a situação de confronto envolvendo as polícias do Estado do Paraná. São apuradas com muito rigor por parte das corregedorias, tanto das polícias civis quanto da polícia militar. A maioria dos confrontos que percebi foi em abordagens após roubo e também em muitas ocorrências de violência doméstica, em que essas pessoas optaram por ir contra os policiais utilizando facões, facas e outras armas”, destacou o secretário.
“Nós estamos adquirindo equipamentos para que os nossos policiais tenham condições de usar, em último caso, a arma letal. Estamos comprando tasers, bastões, enfim, todo equipamento que evita que o policial, de primeiro momento, tenha que utilizar a arma de fogo”, complementou o Secretário.
Questionado sobre uma meta para diminuir o número de confrontos letais, o coronel foi enfático. “Não temos meta para diminuir o número de confrontos. Isso aí, ao meu ver, quem causa o confronto não é o policial militar, é sim quem reage à prisão”, informou.