Polícia

Mistério: jovem que foi encontrada morta e carbonizada não teve contato com familiares em Pontal do Paraná

Os laudos periciais estão em fase de conclusão e são cruciais para a investigação.

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A Polícia Civil de Paranaguá segue trabalhando intensamente para esclarecer os fatos sobre a morte de Jenyffer Soares Brau Kruczkievicz Gardini, de 20 anos, que morava em Pinhais, e foi encontrada carbonizada na tarde do dia 26 de fevereiro. O caso levanta inúmeras questões, especialmente pelo fato de a vítima ter um estilo de vida que não condiz com as circunstâncias do crime.

O delegado Nilson Diniz, responsável pelo inquérito, detalhou os avanços da investigação e reforçou a complexidade do caso.

Últimos passos da vítima e “zona negra” na investigação

A investigação já confirmou que Jenyffer saiu de casa afirmando que iria à igreja, mas, na realidade, pegou um carro de aplicativo e foi para Pontal do Paraná.

“O que sabemos, e isso já corresponde à verdade real, é que ela não foi à igreja naquela noite. Temos imagens que mostram sua saída de casa, entrando no veículo de aplicativo e indo direto até Pontal do Paraná”, explicou Diniz.

A partir desse momento, porém, a Polícia Civil enfrenta um grande desafio: há um período sem informações concretas sobre os deslocamentos da vítima.

“Existe uma zona negra na investigação, onde não sabemos exatamente o que aconteceu depois que ela chegou a Pontal. Como ela se deslocou até Paranaguá? Quem esteve com ela? Esses são pontos que ainda precisam ser esclarecidos”, afirmou o delegado.

Por isso, a polícia está ouvindo todas as pessoas que poderiam ter tido contato com Jenyffer naquela noite.

“Nosso objetivo é entender primeiro as razões pelas quais ela foi para Pontal sem que seus pais soubessem e, depois, se ela pegou alguma condução ou foi levada por alguém até Paranaguá”, destacou.

Não houve contato com familiares em Pontal do Paraná

Outro ponto que intriga os investigadores é o fato de Jenyffer não ter procurado sua família que morava em Pontal do Paraná.

“Segundo o depoimento desses familiares, não houve contato com qualquer integrante da família dela naquela noite do dia 25, início da madrugada do dia 26. Todos os familiares disseram durante suas oitivas que não tinham conhecimento de que ela se encontrava na cidade de Pontal do Paraná”, revelou Diniz.

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Jhenyffer morava em Pinhais e foi encontrada morta em Paranaguá. Foto: Redes sociais

Laudos periciais e evidências coletadas

Os laudos periciais estão em fase de conclusão e são cruciais para a investigação. O laudo da Criminalística sobre o local do crime já foi encaminhado à Polícia Civil, mas a perícia ainda aguarda o resultado da necropsia, que pode trazer informações fundamentais sobre a causa da morte da vítima.

No local onde o corpo foi encontrado, um galão contendo um líquido inflamável foi apreendido. “Esse galão foi coletado e sua amostra foi encaminhada para uma análise química. Precisamos determinar qual substância estava nele e se há relação direta com o crime”, explicou o delegado.

Diniz ressaltou que a polícia trabalha com cautela para garantir que todas as evidências sejam corretamente analisadas.

“É uma investigação que demanda tempo e muita responsabilidade. Não podemos nos precipitar em tirar conclusões antes que todos os laudos estejam prontos”, afirmou.

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Um galão foi encontrado no local do crime, que pode ajudar nas investigações. Foto: Folha do Litoral News

Motorista de aplicativo não é suspeito

O motorista de aplicativo que transportou Jenyffer até Pontal do Paraná foi uma peça importante na investigação inicial. No entanto, a Polícia Civil praticamente descartou momentaneamente o envolvimento dele no crime.

“Ele nunca foi considerado suspeito. Desde o início, tratamos ele como testemunha, e suas declarações foram confirmadas por imagens e outros elementos informativos”, reforçou o delegado.

Diniz explicou que todas as informações passadas pelo motorista foram verificadas e corroboradas.

“Foram coletadas imagens que confirmam sua versão. Ele tem cooperado com a investigação e continua à disposição para esclarecer qualquer dúvida”, disse.

Linha de investigação e desafios da polícia

Apesar do avanço das investigações, a Polícia Civil ainda não tem um suspeito direto.

“Não há, neste momento, uma pessoa apontada como autora do crime. Existem pessoas que podem estar vinculadas ao caso, que estão sendo ouvidas, mas ainda há diligências que precisam ser realizadas para trazer indícios de possível autoria”, explicou Diniz.

A falta de câmeras de segurança no local onde o corpo foi encontrado é um dos principais desafios enfrentados pela equipe.

“Infelizmente, é um local ermo, sem circuito de monitoramento, o que dificulta muito a coleta de imagens. No entanto, estamos utilizando outras ferramentas tecnológicas para tentar rastrear os últimos momentos de Jenifer”, disse o delegado.

Colaboração da população é essencial

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Delegado Nilson Diniz está a frente do caso. Foto: Folha do Litoral News

O delegado fez um apelo para que a população colabore com a investigação.

“A Polícia Civil precisa receber informações. Quem souber de algo, qualquer detalhe que possa ajudar a esclarecer o caso, pode entrar em contato de forma anônima pelo telefone 197”, afirmou.

Ele reforçou que todas as denúncias serão tratadas com sigilo e responsabilidade.

“Essas informações são fundamentais para conectar as peças desse quebra-cabeça. Estamos falando de um crime brutal, e nosso compromisso é esclarecer os fatos com cautela, qualidade e responsabilidade”, concluiu.

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Mistério: jovem que foi encontrada morta e carbonizada não teve contato com familiares em Pontal do ParanáAvatar de Maickon Chemure

Maickon Chemure

Formado em Matemática pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (FAFIPAR) em 2018. Desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2024 como Repórter Policial, além de produções audiovisual. Atua há 16 anos na área de reportagem. Exerce as suas atividades na Folha do Litoral News como coprodutor (PJ).