Operação Rhesus III cumpriu mandados de busca e apreensão contra quadrilha que atua também no desvio de cargas no litoral
Durante a madrugada e manhã da sexta-feira, 2, equipes da Polícia Civil do Paraná (PCPR), Polícia Rodoviária Federal (PRF), e Polícia Militar do Paraná (PMPR), através da Agência de Inteligência, deflagraram a terceira fase da Operação Rhesus em Paranaguá, ação focada na repressão e prevenção contra o roubo e furto de veículos no litoral e no Paraná. Segundo as autoridades, foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha especializada em roubos de veículos e em desvio de carga, com apreensão de diversos veículos, celulares, documentos e que resultou na prisão de um suspeito, o qual portava arma de fogo irregularmente.
Delegado Nilson Diniz destaca que mais de 60 policiais participaram da operação conjunta
O delegado-adjunto e operacional da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá da PCPR, Nilson Diniz, fez um balanço da ação. "Foi uma operação que contou com 60 policiais civis, policiais rodoviários federais e policiais militares, então são vários órgãos de segurança atuando com o mesmo objetivo de reprimir a clonagem de veículos e adulteração de sinal de veículo automotor, e também consequentemente atuando contra o roubo e furto de veículos e desvio de carga que nós sabemos que vem acontecendo em Paranaguá", explica.
Segundo Diniz, 14 mandados de busca e apreensão foram executados em locais com suspeita de presença de veículos usados no desvio de carga e com sinais identificados adulterados ou clonados. "Como consequência houve a apreensão de uma grande quantidade de veículos. Vai ser lavrado flagrante, pois uma das pessoas que se encontravam nos galpões tinha em sua posse uma arma de fogo. Foram apreendidos documentos, celulares, e todo o material passará por uma análise que vai propiciar a utilização disso como meio de prova e responsabilização criminal das pessoas que estão fazendo esta associação criminosa para o desvio de carga", afirma o delegado.
Nilson Diniz destaca que a investigação foi iniciada com ação dos departamentos de inteligência da PMPR, através do 9.º Batalhão, e PRF e cooperação dos órgãos de Polícia Judiciária. "Este material foi coletado pelos policiais militares e rodoviários federais sendo encaminhado para a Delegacia de Furto e Roubo de Veículos (DFRV) e aí sim foram feitas representações por medidas cautelares. A 1.ª SDP, que vai prosseguir na apuração destes delitos, também presta apoio nesta operação policial, que com certeza terá desdobramentos com identificação e responsabilização de outras pessoas, tudo isso com o intuito de reprimir todos os delitos associadas à adulteração de sinais identificados de veículos, como, por exemplo, o desvio de carga, que causa transtorno ao nosso município, que na maioria é praticado por caminhões clonados", destaca.
Veículos, documentos e celulares foram apreendidos em diversos locais de Paranaguá (Foto: PCPR)
ARMA DE FOGO
Um revólver calibre .32, municiado foi encontrado durante uma das abordagens realizadas no bairro de Alexandra. Equipes da ROTAM – Ronda Ostensiva Tático Móvel, do 9.º Batalhão de Polícia Militar, localizaram a arma dentro de um galpão, onde veículos também foram apreendidos. Um home foi preso.
Uma arma de fogo foi apreendida pela Polícia Militar durante a operação, no bairro de Alexandra (Foto: PCPR)
Além de Alexandra, as equipes da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal abordaram alvos no Jardim Iguaçu, Parque São João, Vila Divinéia, Jardim Guaraituba, Santos Dumont, Vila Garcia, e em localidades na PR-508, rodovia que liga a BR-277 a Matinhos, e na Estrada do Ribeirão, região rural de Paranaguá.
LITORAL É UM DOS PRINCIPAIS LOCAIS DE ADULTERAÇÃO DE VEÍCULOS ROUBADOS
João Marcelo Renk Chagas, delegado da DFRV, explica que diversos veículos furtados em Curitiba são levados a Paranaguá para clonagem e adulteração (Foto: PCPR)
João Marcelo Renk Chagas, delegado da DFRV da Polícia Civil, explica que a ação conjunta com a PCPR de Paranaguá, PMPR e PRF foi importante. "A ação conjunta teve o objetivo de verificar a questão de veículos adulterados que são origem de furto ou roubo em Curitiba e que depois são utilizados ou repassados a terceiros, de boa-fé ou não, bem como adulterados e utilizados para crimes como desvio de carga e receptação", explica. Segundo ele, na chácara em Paranaguá aonde foi preso um indivíduo com arma de fogo, foram localizadas duas carretas com indício de adulteração. Além disso, Chagas afirma que outros veículos foram encontrados em propriedades do município, que serão todos vistoriados pela PCPR para confirmar a adulteração.
Segundo o delegado da DFRV, o litoral é um dos principais locais para destinação de veículos roubados e furtados em Curitiba. "Aqui eles passam por adulteração, algumas muito bem feitas, com veículos que são repassados para terceiros muitas vezes de boa fé. Nosso objetivo é combater este crime. Caminhões com adulterações feitas aqui são também utilizados em outros crimes relacionados até mesmo a desvio de cargas do Porto, aonde há outra linha de investigação pela Delegacia de Cargas junto à PRF", explica.
João Chagas destaca que os veículos passam por oficinas especializadas em adulteração em Paranaguá que atendem vários carros e carretas, sendo que a identificação destes locais é essencial. "Importante a população denunciar estas oficinas, aonde ocorrem essas adulterações, se souber de alguém andando com carro adulterado que também denuncie, mas é importante saber aonde estão essas oficinas, aonde ocorrem as adulterações, pois o foco é acabar com isso e evitar que outras pessoas adquiram de boa fé estes veículos clonados, bem como a questão das carretas relacionadas a outros crimes", explica.
Outra questão abordada pelo delegado é a possível revenda de peças roubadas ou furtadas por estabelecimentos locais. "Este é um trabalho de fiscalização que a DFRV vem fazendo e vamos realizar isso em Curitiba também. O objetivo é orientar, fiscalizar e evitar que essas lojas adquiram produtos de origem ilícita, como o roubo e o furto, pois para serem comercializadas peças de veículos existe todo um procedimento legal", detalha. "Queremos coibir a prática destes crimes, entre eles o de receptação qualificada", finaliza o delegado João Chagas.