Somente nos últimos dez dias, dois fatos relevantes no que diz respeito à segurança assustaram moradores em Pontal do Paraná. Os dois casos aconteceram no final da temporada de verão 2017/2018. Um deles foi o assassinato da youtuber Isabelly Cristine Santos, de 14 anos, que aconteceu no dia 14 de fevereiro no Balneário Canoas na PR-412, e que teve grande repercussão em todo o País. Outro fato recente foi o latrocínio (roubo seguido de morte) ocorrido na quinta-feira, 21, no Balneário de Praia de Leste, envolvendo o comerciante Dineu Teixeira Bueno, de 38 anos, em seu estabelecimento.
A Folha do Litoral News foi às ruas do município conversar com os moradores para saber como está a segurança no contexto pontalense, e qual o motivo deste crescimento da criminalidade. Grande parte dos cidadãos destaca relação da criminalidade com o crescimento populacional, fator confirmado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) que prevê um acréscimo de habitantes de cerca de 62% até 2040, algo puxado com o aumento de investimento no setor portuário e de empregos na localidade.
Leandro Marcos de Mello, técnico em manutenção e limpeza de piscinas, morador no Balneário Guarapari, ressaltou que a segurança é necessária tanto para a segurança contra criminalidade nos assaltos e furtos, assim como no trânsito, principalmente na PR-412, que não comporta mais tráfego alto na via.
“Queremos semáforos, lombadas, quando teu filho vai para a escola ou você vai para a igreja, nos sentimos inseguros”, comenta.
Ele ainda destaca que seu filho foi assaltado em frente à escola em que estuda em Pontal do Paraná no final de 2017. “A cidade cresceu, aumentou a população com o crescimento do porto, com isso deve se aumentar o policiamento. Não é culpa da polícia. Precisa de mais investimento”, complementa.
“Resido há cerca de seis meses aqui. Não tive nenhum problema com assaltante, maloqueiro. Os próprios vizinhos me indicaram que é um local tranquilo. Percebo o policiamento que passa na frente da minha casa”, destaca Lourival Rodrigues dos Santos, aposentado, residente no Balneário Canoas.
O entendimento de que Pontal do Paraná é um local seguro, apesar das últimas ocorrências, é também seguido por Marino Romeu da Cruz, morador no Balneário Santa Terezinha. O aposentado destacou ter problemas em anos anteriores com furto em sua residência, mas que a Polícia Militar do Paraná (PMPR) agiu após denúncias e assustou os criminosos com sua presença contínua. “Eles fizeram visitas e assustaram os caras”, comenta.
Devanir Men, morador e comerciante no Balneário Canoas há cerca de 24 anos, acrescenta que tem “ouvido falar de vários acontecimentos, mas esta insegurança é por causa do aumento da população, sendo que atrás disso aí vêm as consequências de trânsito e criminalidade, mas é normal”, comenta. “Com o crescimento da cidade, faz parte o aumento da criminalidade, algo visto também em cidades pequenas do Paraná e do Brasil, mas aqui não tem exagero não. O único ocorrido próximo à minha casa foi o da morte da Isabelly”, explica. Segundo ele, há balneários mais complicados no setor de segurança em Pontal do Paraná onde deve haver mais investimento.
“Pedimos melhorias no trânsito, mais calçadas e semáforos na PR-412. Falta fiscalização”, explica.