Muitas pessoas já passam a ir ao supermercado com os olhos nos produtos para o Natal. Faltando pouco menos de duas semanas para o dia da celebração do nascimento de Jesus, as famílias já pensam na ceia e nos festejos que tradicionalmente marcam a data. No entanto, como a inflação segue em alta e a renda diminuta, há quem afirme ser este ano um dos que haverá menos fartura na mesa durante a noite natalina.
Moradora em Piraquara, mas de férias em Paranaguá, Silvia Borges, mãe de duas meninas, até olha um ou outro produto pensando na ceia natalina, mas logo diz que eles estão com preços ainda não muito convidativos. “A mesa estará posta no Natal e no Ano-Novo, mas vamos com cautela porque a intenção é não fazer dívidas que depois nos deem indigestão”, brinca. Junto com as filhas Camila e Isabele, a dona de casa lembrou ainda que precisará comprar presentes para as crianças, situação que faz pesar o orçamento do mês. “Hoje, mais do que nunca, se faz importante ter a consciência de que não se pode exagerar, pelo contrário, a economia é algo a ser presente em tempos de crise”, completou.
Interessado no famoso peru de Natal e em um bom champanha para estourar no Réveillon, o morador na Ilha dos Valadares, Honório Rosa, fala que a tradição é algo a ser mantido e os dois itens não vão faltar na mesa dos dias que findam o ano de 2016. “Fazemos um esforço aqui e ali para que tudo caiba no bolso e os festejos fiquem assegurados”, explanou. Pesquisando os preços dos panetones, ele disse que as compras serão feitas mais para a semana das duas datas festivas, mas que já tem uma boa noção de quanto vai ter que dispor financeiramente para levar o que pretende para casa. “Vejo que houve aumento no valor do panetone, principalmente os de marcas mais conhecidas”, frisou.
O gerente de uma rede de supermercados da cidade, Zilomar Ribeiro, confirmou que neste ano os panetones sofreram um reajuste de 5%. Apesar da alta, o produto tem tido uma boa saía, informou o gerente.
A elevação no preço do panetone não foi única, pois, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), a cesta de itens para a ceia de Natal subiu 10,19%. Entre os itens com maior aumento de preço próximo ao Natal, destaque para azeite com alta no preço na ordem de 17,52%, o vinho com 16,95% e as frutas frescas com 16,91%. “Por isso, neste ano, não vou sair por aí fazendo grandes pesquisas em vários supermercado, pois os preços se equivalem e não estamos tendo a chance de economizar muito”, comentou.