O Censo Demográfico de 2022 apontou que cerca de 49 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a esgotamento sanitário adequado. Pesquisas também revelam que investir em saneamento traz diversos benefícios às comunidades, entre eles o aumento da frequência escolar, valorização do mercado imobiliário, incremento ao turismo, criação de emprego e renda e a melhoria da saúde e da qualidade de vida das pessoas.
Além disso, o saneamento básico está ligado ao cuidado com o meio ambiente. Com a coleta e tratamento dos resíduos, se diminui a quantidade de dejetos despejados no meio ambiente, evitando a poluição dos ecossistemas.
No litoral do Paraná, uma iniciativa tem chamado a atenção quanto à solução encontrada para o tratamento de esgoto em comunidades insulanas. A Portos do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), firmaram um acordo para a instalação de sistema de esgoto em 60 casas na Ilha de Eufrasina, em Paranaguá, representando 100% das residências de moradores na comunidade.
O projeto foi apresentado no mês passado. Segundo informações divulgadas pela Portos do Paraná, os sistemas rudimentares de tratamento de esgoto serão substituídos por sistemas ecológicos e de baixo custo. Também serão aplicadas oficinas de produção de produtos de limpeza ecológicos com os moradores e monitoramento da balneabilidade das águas.
“Entre os projetos nas comunidades das ilhas, esse é um dos mais importantes que temos, pois além de trabalhar com educação ambiental, teremos ações que contemplam os objetivos de desenvolvimento sustentáveis do milênio, levando saneamento básico para a área rural, que está cercada por água. É algo muito desafiador e nobre”, enfatizou o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.
Resultados
A Ilha de Eufrasina foi selecionada por ser um ambiente rochoso e com grande declive à beira do mar, o que impede a instalação dos sistemas tradicionais de tratamento de esgoto. Dez casas já haviam recebido os sistemas de tratamento e foram monitorados ao longo de 6 meses.
A professora e responsável pelo monitoramento da qualidade da água, Silvia Melegari, disse que houve a redução da presença de 90% dos coliformes fecais nas águas.
“Os principais benefícios observados são a melhora na saúde pública, além da preservação do meio ambiente e do ecossistema em si, trazendo mais qualidade de vida para as pessoas que moram lá”, destacou Silvia.
ODS
O projeto segue cinco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015. São eles: 6 – Água Potável e Saneamento, 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, 14 – Vida na Água, 15 – Vida Terrestre e 17 – Parcerias e Meios de Implementação.
Com informações da Portos do Paraná