Determinação ocorre devido às ocorrências da doença na área de divisa entre Paraná e São Paulo
Na quinta-feira, 24, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) determinou que todas as Unidades de Conservação Estaduais no litoral do Estado estão fechadas para visitação pública durante 15 dias. A medida ocorre durante a temporada de verão que concentra um alto fluxo de turistas na região. De acordo com o IAP, a medida é uma precaução por conta da ocorrência de casos de febre amarela na área de divisa entre São Paulo e o Paraná, no Vale do Ribeira, entre os municípios paulistas de Eldorado, Iporanga e Registro.
Com a medida, estão fechadas nos sete município litorâneos os parques estaduais do Boguaçu, Pico Paraná, Roberto Ribas Lange, do Palmito, da Graciosa, do Pau Oco, Rio da Onça e Pico do Marumbi, assim como as áreas de preservação ambiental (APAs) de Guaratuba e Guaraqueçaba.
"Quanto às Estações Ecológicas e unidades de conservação onde são realizadas pesquisas, será permitida a entrada de pesquisadores com a apresentação da carteirinha de vacinação contra a febre amarela", destaca o IAP. Ainda segundo o órgão estadual, foi recomendado o fechamento das Unidades Municipais, Federais e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
"Caso sejam encontrados primatas mortos na região litorânea, é preciso informar a Secretaria de Meio Ambiente do município mais próximo, ou o IAP, pelo número (41) 3213-3462 ou (41) 3213-3830", complementa a assessoria.
AINDA É INVESTIGADA LIGAÇÃO DE MORTE DOS MACACOS EM ANTONINA COM FEBRE AMARELA
Na tarde de terça-feira, 22, uma equipe da Secretaria de Estado da Saúde (SESA) foi convocada para investigar em Antonina a morte de três macacos de uma carcaça mais antiga no Morro dos Queimados. O objetivo foi apurar a possibilidade de que os animais morreram devido à febre amarela. "Ainda não se pode afirmar se eles morreram por causa da doença. Os técnicos colheram material para fazer os exames necessários e enviaram as amostras para a Fiocruz/Paraná. Em função do pedido de urgência na identificação da causa da morte dos animais, acredita-se que os resultados possam estar prontos em uma semana", afirma a Sesa, destacando que a causa da morte só será divulgada na próxima semana.
Segundo a Sesa, já havia sido emitido um alerta sobre iminência de que casos de febre amarela podiam acontecer no litoral do Paraná, por ser próxima à divisa de São Paulo, que já registrou casos de doença e mortes. “Agora, o importante é convocar a população para tomar a vacina, disponível em todas as unidades de saúde do Paraná”, afirma o superintendente interino de Vigilância em Saúde, João Luís Crivellaro. Todas as unidades de saúde de Paranaguá estão disponibilizando a vacina contra a febre amarela para a população local. Quem pode tomar as doses são pessoas entre 9 meses a 59 anos de idade.
Equipe da Sesa recolheu material dos macacos mortos e divulgará resultado na próxima semana (Foto: SESA/AEN)
A morte dos macacos em Antonina gerou alerta extensivo a todo o Paraná, sendo que as outras regiões, além do litoral, já foram recomendadas pela Sesa a disponibilizarem a vacina. Além do litoral, a região de Curitiba está oferecendo e fazendo campanha de vacinação contra a febre amarela devido às ocorrências da doença em São Paulo. A médica veterinária Ivana Belmonte, do Centro de Vigilância Ambiental de Saúde, afirma que a Sesa havia entrado em contato na quarta-feira, 23, com a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental e Turismo, recomendando o controle de parques e áreas de mata próximas a Antonina, algo que foi estabelecido pelo IAP na quinta-feira, 24.
MACACOS NÃO TRANSMITEM DOENÇA E NÃO DEVEM SER MORTOS
Segundo a médica veterinária Ivana Belmonte, a população jamais deve matar macacos, visto que os animais não transmitem a febre amarela. “Os macacos são tão vítimas da doença quanto os seres humanos”, explica. Os espécimes são inclusive aliados do ser humano no controle e prevenção da febre amarela, visto que a morte deles é um indicativo para a existência do mosquito com vírus transmissor da doença. A desinformação por parte da população já levou pessoas a matar primatas no Rio de Janeiro e em São Paulo, algo que é crime ambiental.
"Em áreas de mata, o vírus é transmitido pelos mosquitos haemagogus e sabethes, que vivem nas copas das árvores e preferem o sangue dos macacos. Entretanto, quando esses animais são mortos, as fêmeas vão em busca de sangue humano", explica a assessoria. "O IAP ressalta que os macacos não são vetores da febre amarela e sim vítimas. A morte deles é um alerta que ajuda a população a se prevenir", finaliza.
*Com informações da AEN e IAP.