No dia 30 de março, o Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), divulgou balanço de espécies encontradas em todo o litoral do Paraná em 2022. No ano passado, ocorreram 3.376 registros de animais marinhos encontrados na região, sendo este o segundo maior número de encalhes feitos pelo LEC, perdendo apenas para 2018, que foi o ano com maior número de animais registrados mortos no litoral paranaense.
Segundo o LEC, a espécie mais encontrada foi a dos pinguins-de-Magalhães (1.946 registros), seguidos da tartaruga-verde (509 animais encontrados) e boto-cinza (62 registros). De acordo com as informações, entre os animais encontrados no litoral, 93% estavam mortos e 7% vivos. “A maioria dos animais resgatados vivos foram por acionamento da comunidade”, detalha a assessoria.
Aumento de solturas e de reabilitação no LEC
Entre os 227 animais encontrados vivos e que foram reabilitados, 100 sobreviveram e 127 acabaram vindo a óbito. Isso representa 41% da taxa de sucesso. Em 2022 ocorreu o maior número de solturas dentro de todos os anos do PMP-BS/UFPR. “Não temos apenas notícias ruins, pois em 2022 batemos nosso recorde de animais reabilitados no CRED/UFPR. Foram 100 animais marinhos atendidos, reabilitados e soltos pela equipe LEC da UFPR. Foi o recorde de solturas em um ano desde o início do PMP-BS no Paraná”, acrescenta.
“Destacamos também que este foi o ano em que a nossa taxa de sucesso de reabilitação aumentou para 41%, melhor número em comparação aos últimos quatro anos de PMP-BS/UFPR. Sabemos que esse resultado positivo é consequência de vários fatores, mas dentre eles destacamos o trabalho dedicado e cuidadoso realizado por toda a nossa equipe e a colaboração dos parceiros do PRAE (protocolo de encalhe do estado do Paraná) e da comunidade local”, informa o Laboratório da UFPR.
Importância do trabalho para o meio ambiente e colaborações
“Dentre as espécies registradas, há diversas que estão classificadas como ‘ameaçadas de extinção’ e por isso o trabalho integrado e contínuo para reduzir os impactos à fauna marinha de nosso estado é crucial e depende de cada um de nós”, informa o LEC. De acordo com a assessoria, assim como ocorreu em 2018, em 2022 se percebeu um aumento expressivo de encalhes de pinguins-de-Magalhães. “Temos mantido comunicação com outras bases do PMP-BS no Brasil e com grupos na Argentina onde estes animais se reproduzem, assim como como CEMAVE (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres do ICMBIO/MMA), para juntos compreendermos a dinâmica destes encalhes e as ameaças para esta população de pinguins”, completa.
Segundo o LEC, para atendimento aos animais com qualidade e com foco na obtenção de melhores resultados, o projeto conta com a colaboração “de várias instituições em diversos municípios, os quais acionam nossa equipe para resgate e contribuem efetivamente para a recuperação dos indivíduos ou coleta de dados”, acrescenta. “Esse trabalho integrado foi essencial para conhecermos mais da saúde dos animais marinhos e ecossistema litorâneo de nosso estado, assim como a rapidez e agilidade no atendimento viabilizou as solturas realizadas este ano”, explica o laboratório.
“Agradecemos a todos os colaboradores que ao longo do ano e de diferentes maneiras se engajaram nas ações em prol da conservação da nossa biodiversidade marinha e saúde oceânica”, ressalta a assessoria.
O que fazer ao encontrar animais marinhos
“Ao encontrar animais marinhos debilitados ou mortos nas praias paranaenses é possível acionar a equipe do PMP-BS/Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pelo 0800 642 33 41 ou pelo WhatsApp (41) 9 92138746”, finaliza o LEC da UFPR.
Com informações do LEC/UFPR