Meio Ambiente

“Ecobarreira” do Rio Atuba já ajudou a retirar mais de 10 toneladas de lixo das águas

Ideia é do vendedor de frutas e ativista ambiental, Diego Saldanha

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Uma ideia aparentemente simples, mas eficaz, tem feito a diferença na remoção do lixo depositado irregularmente que vai parar no Rio Atuba, um dos afluentes do Iguaçu, o maior no Paraná. A ideia é do vendedor de frutas e ativista ambiental, Diego Saldanha, morador em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

O Rio Atuba fez parte do cenário da infância de Diego e hoje é o local que ele ajuda a recuperar através da implantação de uma “ecobarreira”, feita de canos que flutuam e de uma tela que fica submersa com cordas prendendo a estrutura nas margens do rio, recolhendo os dejetos que ali se acumulam.

“O Rio Atuba passa do lado da minha casa, onde passei a infância brincando e pescando. Os anos se passaram e os rios urbanos hoje estão em uma situação muito difícil, poluídos, cheios de lixo. Eu, como cidadão simples e comum, tenho tentado fazer algo para mudar”, disse Diego.

10 toneladas de lixo

Em 2016, ele criou a barreira ecológica com o objetivo de segurar o lixo que desce flutuando pelo rio. “O sistema é bem simples, mas costumo dizer que é eficaz. De 2016 pra cá eu já retirei mais de 10 toneladas de lixo das águas. É um projeto que começou pequeno e hoje já está mais estruturado”, contou Diego.

O vendedor relatou que não conta com apoio de órgãos governamentais. “É algo que eu mantenho sozinho com alguns apoiadores que aparecem ao longo da caminhada”, afirmou.

Três vezes na semana ele faz a limpeza do rio, armazena o material no que ele chama de “bigbag” e, quando atinge uma quantidade suficiente, faz a separação e envia para reciclagem. “O dinheiro da reciclagem é pouco e não cobre os gastos que tenho com o projeto, mas é a forma que eu encontro de dar uma destinação ao material”, disse Diego.

 “Eu, como cidadão simples e comum tenho tentando fazer algo para mudar”, disse Diego Saldanha (Foto: Divulgação Facebook)

Visitas guiadas

O projeto conta com visitas guiadas e tem uma ponte metálica onde as pessoas passam para conhecer a estrutura. “Hoje temos um guincho que vem com a bigbag até as margens do rio, eu aperto o botão, ele desce e eu consigo fazer a limpeza dessa maneira. Temos também o Museu do Lixo, para os estudantes de escolas que vêm visitar ter a noção do que está nos nossos rios. Tem um acervo de mais de 500 peças, tem capacetes, porta de geladeira, uma infinidade de coisas que jamais deveria estar dentro de um rio”

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Museu do Lixo tem mais de 500 peças para que estudantes conheçam a diversidade de materiais jogados nos rios (Foto: Divulgação Facebook)

Diego também constrói fossas ecológicas em locais onde não há saneamento básico e, aos poucos, tem buscado apoio para continuar também com essa iniciativa para que outras regiões sejam beneficiadas.

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