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Meio Ambiente

Com mudanças climáticas, previsão é de que 68% dos manguezais serão permanentemente alagados no litoral do Paraná

Relatório é de estudo do projeto “Olha o Clima, Litoral!”

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"Como consequência da mudança climática e do aquecimento global, até o ano de 2050, cerca de 68% dos manguezais e 73% dos brejos salinos do estado do Paraná serão permanentemente alagados", afirma o estudo

Em julho, o relatório “Estudos de elevação do nível do mar e quantificação de estoques de carbono azul”, divulgado pelo projeto “Olha o Clima, Litoral!”, realizado pelo Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais em parceria com a Petrobras, pelo Programa Petrobras Socioambiental, apontou estimativas preocupantes com relação aos efeitos do aquecimento global e de mudanças climáticas no litoral do Paraná. Segundo a pesquisa, a estimativa é de que até 2050 cerca de 68% dos manguezais da região litorânea paranaense sejam permanentemente alagados devido ao aumento do nível do mar ou dos impactos climáticos extremos. 

“Esta primeira publicação apresenta conceitos gerais relacionados à mudança climática e projeções que mostram os potenciais efeitos da elevação do nível do mar sobre manguezais e brejos salinos e, consequentemente, sobre os estoques de carbono azul dos destes e outros ecossistemas costeiros no Paraná.  As análises são baseadas em um modelo do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, 2021), disponibilizado pela plataforma Coastal Risk Screening Tool, desenvolvida pela Climate Central. Para uma análise mais abrangente da vulnerabilidade costeira, o modelo considerou a elevação do nível do mar e a ocorrência de inundações costeiras, que podem ser aumentadas pelas mudanças climáticas, incorporando as áreas suscetíveis a inundações costeiras anuais devido a eventos extremos”, informa a assessoria.

De acordo com o projeto, esta primeira publicação demonstra conceitos gerais relacionados à mudança climática, abrangendo projeções dos potenciais efeitos da elevação do nível do mar sobre manguezais e brejos salinos, bem como sobre estoques do carbono azul de ecossistemas costeiros do Paraná. “Como consequência da mudança climática e do aquecimento global, até o ano de 2050, cerca de 68% dos manguezais e 73% dos brejos salinos do estado do Paraná serão permanentemente alagados devido ao aumento do nível do mar ou receberão impactos de eventos climáticos extremos”, completa.

“A previsão é de que cerca de 90% de áreas de manguezais e 94% de áreas de brejos salinos serão impactadas, considerando um cenário mais pessimista (denominado RCP 8.5 no relatório) – que é o mais próximo da realidade atual, em que não há uma mudança de comportamento e que não está sendo cumprida a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) definida pelo Acordo de Paris”, ressalta o Olha o Clima, Litoral. 

30 mil hectares de manguezais e brejos salinos no litoral

“A previsão é de que cerca de 90% de áreas de manguezais e 94% de áreas de brejos salinos serão impactadas, considerando um cenário mais pessimista”, afirma o estudo / Arte: Divulgação

De acordo com os cientistas, o litoral paranaense conta atualmente com cerca de 30 mil hectares de manguezais e brejos salinos, segundo um mapeamento de 2023, realizado pelo Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (LAGEAMB) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “O mapeamento foi usado como base no estudo do projeto para analisar os potenciais impactos do aumento do nível do mar sobre estes e os demais ecossistemas costeiros naturais – que são fundamentais para a manutenção de serviços ecossistêmicos e de uma ampla biodiversidade marinha e terrestre, para a subsistência de comunidades costeiras, além de contribuírem para reduzir impactos da mudança climática e protegerem as regiões costeiras”, detalha.

De acordo com o projeto, o objetivo é que estes dados possam contribuir para a construção de estratégias e ações de adaptação climática no Litoral do Paraná. “O estudo visa também chamar a atenção para a urgência em desenvolver políticas públicas eficazes para enfrentar a crise climática, uma vez que os avanços nessa área têm sido limitados. A partir deste primeiro estudo, o projeto está analisando a vulnerabilidade da região costeira, para contribuir com a definição de áreas prioritárias, e avaliando quais soluções são mais adequadas para os locais mais vulneráveis e que poderão ser incorporadas aos planos de gestão e ordenamento territorial no estado. Também serão desenvolvidos documentos com recomendações estratégicas para aumentar a adaptação aos impactos climáticos, voltados aos tomadores de decisão do litoral do estado do Paraná”, afirma a iniciativa.

O relatório completo denominado de “Mudança Climática: Projeções e Recomendações para o Litoral do Paraná – Estudos de elevação do nível do mar e quantificação de estoques de carbono azul” pode ser acessado no site do projeto “Olha o Clima, Litoral!”.

Com informações do projeto “Olha o Clima, Litoral!”

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