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Meio Ambiente

Colheita do açaí juçara pode ser fonte de renda para comunidades do litoral paranaense

Moradores em Amparo e Eufrasina aprenderam a técnica em ação da Portos do Paraná

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açaí juçara
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Uma forma sustentável e rentável de trabalhar com o açaí juçara foi levada para comunidades de Amparo e Eufrasina, no litoral paranaense, por meio de uma ação de educação ambiental da Portos do Paraná. A ideia de trabalhar com a polpa de juçara surgiu através da identificação da demanda por fontes sustentáveis de geração de renda levantada nos diagnósticos socioambientais junto com os moradores.

O coordenador de Comunicação, Educação e Sustentabilidade da Portos do Paraná, Pedro Pisacco, contou que, em conversas entre os técnicos do Programa de Educação Ambiental da Portos do Paraná e lideranças comunitárias, vislumbrou-se o potencial e a intenção de trabalhar com a planta que está bastante presente no local e já foi explorada de maneira predatória para a produção de palmito.

Ele ressaltou que a adesão da comunidade foi grande. “A primeira oficina que realizamos foi na comunidade de Amparo e contou com 80 pessoas ao longo dos dois dias. Já na Ilha de Eufrasina, foram cerca de 50 pessoas que estiveram presentes. Vale destacar que participaram pessoas de todas as faixas etárias nas duas comunidades, com o envolvimento de crianças, adolescentes, homens e mulheres”, afirmou Pisacco.

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Na comunidade de Amparo, 80 pessoas participaram do curso em dois dias
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O programa de Educação Ambiental é executado de maneira permanente pela Portos do Paraná nas comunidades da área de influência direta do porto, contando com cinco linhas de atuação. “O curso de despolpa de juçara foi uma ação realizada dentro de uma dessas linhas voltadas para o fortalecimento e geração de renda nestas comunidades”, declarou Pisacco. 

O curso foi aplicado em parceria com o Instituto Juçara de Agroecologia, que apresentou todos os aspectos necessários para a realização dos procedimentos de coleta, colheita, preparo, despolpa e congelamento do produto.

“São selecionados os grãos maduros e sadios, que passam por um processo de lavagem e sanitização. Após o enxágue, segue para a despolpadeira, para realizar a separação da polpa e das sementes. O material despolpado passa por um processo de peneiramento e obtém-se a polpa pura, que pode ser congelada desta maneira ou misturada com banana como emulsificante”, explicou Pisacco.

Segundo ele, o tema despertou muito interesse da comunidade, principalmente entre as mulheres e as crianças que querem adquirir uma despolpadeira para dar continuidade ao trabalho nas ilhas. “Todos os participantes do curso saem aptos a praticar a despolpa, mesmo que ainda não possuam uma despolpadeira, o processo pode ser realizado de forma manual com a utilização de uma peneira”, reiterou Pisacco.

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A intenção é trabalhar com a planta presente na região e que já foi explorada de maneira predatória para a produção de palmito
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Preservação do açaí juçara

A técnica traz benefícios para a preservação do meio ambiente, além de ser uma fonte de renda alternativa. “O maior benefício que a oficina traz ao meio ambiente é a preservação do palmito juçara, pois acontece uma ressignificação da árvore. Além do curso ser muito importante para o desenvolvimento sustentável do território, ele traz a consciência ambiental e a educação alimentar da comunidade. A colheita do açaí juçara pode se tornar uma boa fonte de renda para as famílias”, frisou o coordenador.

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Há mercados, segundo ele, que já vendem o quilo da polpa pura por até R$50. “É muito mais rentável do que o palmito, que você precisa cortar a árvore para você conseguir de 10 a 15 ou 20 reais e ainda vai derrubar a planta”, salientou Pisacco.

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