Na última semana, o Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) divulgou que durante o mês de setembro houveram 739 ocorrências de encalhes de animais no litoral do Paraná. Deste total, 729 estavam mortos e 10 animais estavam vivos, sendo recolhidos para tratamento no LEC. Além disso, 53 necropsias foram feitas por equipes do laboratório e do PMP-BS.
Segundo o LEC, as espécies de maior registro de encalhe no mês em questão foram pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), tartarugas-cabeçuda (Caretta caretta), tartarugas-verde (Chelonia mydas) e Puffinus (Puffinus puffinus) com maior ocorrência em Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná. Ao todo, foram encontrados 583 pinguins, 67 tartarugas e 15 aves Puffinus.
De acordo com a bióloga e coordenadora do PMP-BS/UFPR, Camila Domit, é comum neste período do ano que se encontrem no litoral paranaense espécies migratórias como os pinguins-de-magalhães e as tartarugas. “No caso dos pinguins, estes migram da Patagonia ou das Ilhas Malvinas até nossa costa em busca de alimento e águas mais quentes, no entanto, muitas vezes, ao longo da migração, sentem-se exaustos e acabam morrendo após a longa viagem até a região sul e sudeste do Brasil”, esclarece a assessoria do LEC.
Interação com atividades humanas
“O aumento da ocorrência desses animais na zona costeira resulta em maior risco de interações com as atividades humanas, o que acaba influenciando na mortalidade dos animais em nosso litoral”, afirma Camila Domit.
Segundo o laboratório, os animais resgatados sem vida pouco decompostos são encaminhados para necropsia, com realização de análises biológicas para que os pesquisadores possam apurar o que ocasionou os óbitos. “Foram realizadas no período 53 necropsias. Muitos exames e discussões técnicas são realizadas para que possamos avaliar os impactos que atingem estes animais marinhos”, informa o LEC.
“Os animais que chegam debilitados nas praias, são encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise da Saúde da Fauna Marinha (CRED), localizando no Centro de Estudos do Mar, e após o período de estabilização e reabilitação são reintegrados à natureza”, destaca a assessoria.
Acionamento do LEC
O LEC da UFPR reforça que, no caso de qualquer cidadão encontrar animais marinhos debilitados ou mortos no litoral paranaense, ele deve entrar em contato pelo telefone 0800 642 3341 com acionamento de equipe de resgate, bem como pelo WhatsApp (41) 99213-8746. “Precisamos cuidar da fauna marinha”, finaliza o LEC da UFPR.
Com informações do LEC da UFPR