A captura e A comercialização do caranguejo-uçá estão liberadas a partir de hoje até o dia 14 de março. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) alertou sobre as restrições que devem ser seguidas à risca sob pena de aplicação de multa que vai de R$ 700 a R$ 100 mil por pescador, e mais R$ 20 para cada quilo de caranguejo capturado em desconformidade.
Só é permitida a captura de indivíduos machos com carapaça igual ou superior a sete centímetros. Além disso, a captura só pode ser realizada de forma artesanal, com as mãos. Para garantir a perpetuação da espécie, as fêmeas e os animais com dimensões inferiores não podem ser capturados, transportados ou comercializados em época alguma do ano.
Sendo assim, o IAP irá intensificar as fiscalizações no litoral, onde há concentração de pescadores, registros de captura irregular e infrações ambientais. No Paraná, a prática em desacordo com as restrições é considerada crime ambiental, pela portaria do IAP n.º 180/2002, e pode ser aplicada àqueles que forem flagrados capturando, transportando ou comercializando os crustáceos em desacordo com as restrições determinadas pela portaria.
O diretor de Proteção de Emergências Ambientais do IAP, José Antônio Faria de Brito, afirmou que é importante obedecer a esses critérios para que no período de 15 de março a 30 de novembro, no qual há proibição para a captura e a comercialização, a espécie possa se reproduzir. “Isso ocorre pela necessidade de proteger o habitat do caranguejo. Temos que ter a consciência de que se houver apenas a extração do animal, ele vai acabar”, frisou o diretor.
EXPECTATIVA
Para Gabriel Gonçalves do Rosário, que trabalha há mais de 40 anos com comércio de caranguejo, a expectativa é de vender ainda mais que no ano passado. “No ano passado foi bom, mas esperamos que neste ano seja ainda melhor”, enalteceu.
Na última temporada, Gabriel contou que chegou a vender no fim de semana cerca de 150 dúzias por dia. “Nos dias de semana fica em torno de 90 dúzias por dia. É uma quantidade muito boa, a população realmente gosta do produto, é bem procurado. Estávamos montando ainda e já apareceram umas 10 pessoas perguntando se tem caranguejo. Este é um sinal que neste ano a venda será boa”, comemorou.
Uma dessas consumidoras que está ansiosa para a liberação para a venda do crustáceo é Andréia Alexandrino Rodrigues, moradora no Parque São João. “Assim que é liberado eu já compro. Eu e minha família adoramos caranguejo, se deixar eu como até três vezes por semana”, relatou.
A consumidora não deixou de destacar que não procura pelo produto fora da época de liberação. “A gente espera o tempo certo pelo animal e também para a saúde da gente. Espero que o preço esteja bom para que possamos aproveitar mais”, destacou Andréia.