Poder público, produtores rurais, sociedade e entidades representativas estão unindo esforços para conter o avanço da gripe aviária no Paraná. O Estado tem dois casos de gripe aviária confirmados, ambos em aves silvestres da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus), no Litoral. O primeiro, na cidade de Antonina, foi confirmado no dia 23 de junho. Outra amostra, colhida no dia 22, no município de Pontal do Paraná, também foi confirmada laboratorialmente como um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
As medidas de vigilância em propriedades em torno dos focos estão em andamento. Mais um caso está em investigação, também do Litoral. A amostra foi enviada na segunda-feira, 26, para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal – OMSA como referência internacional em diagnóstico de Influenza Aviária. Os exames anteriores foram processados pelo mesmo laboratório.
GTA SUSPENSA
Nesta semana, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicou uma portaria para suspender temporariamente a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) para aves do Litoral, impedindo que cheguem a outras regiões do Estado. “Noite e dia estamos trabalhando, e pedimos à sociedade que continue informando a Adapar sobre casos suspeitos. Também fazemos um apelo aos produtores para que tomem os cuidados necessários”, disse o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins.
Segundo a Adapar, a Guia de Trânsito Animal (GTA) é um documento que formaliza e comprova a sanidade dos animais e sua origem quando em movimentação entre origem e destino. Servindo de instrumento para corroborar com o Status Sanitário do Estado e a procedência dos animais.
“Fica suspenso por 90 (noventa) dias o trânsito de aves com origem dos municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná, com destino a outros municípios do Paraná ou outras Unidades da Federação”, informou a portaria 205 da Adapar.
Estão incluídas na suspensão: o trânsito de aves nos municípios do Litoral; o trânsito de aves para os municípios litorâneos, exceto, em casos excepcionais, se autorizado pela Adapar.
A suspensão de que trata a portaria estão incluídas as aves ornamentais, passeriformes, galinhas de raça pura e outras espécies, inclusive de corte e postura comercial, bem como aves silvestres em cativeiro.
GRIPE AVIÁRIA
A infecção pelo vírus da gripe aviária em aves silvestres não altera o status sanitário do Paraná e do Brasil como livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Assim, não há impacto no comércio internacional de produtos avícolas. Também não há risco no consumo de carne e ovos, pois a doença não é transmitida por meio do consumo.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o governo estadual está atento à produção e ao status sanitário do Paraná. “Esse é o momento de reforçar, junto aos nossos produtores rurais, os cuidados com suas propriedades, e impedirmos que a doença chegue à avicultura comercial. O governo tem uma forte estratégia de intervenção”, disse o secretário.
AÇÕES
A Adapar atende 100% das notificações de suspeita. Quando verificado um caso provável, é feita a colheita de amostra para diagnóstico laboratorial, isolamento de animais, interdição da unidade epidemiológica (propriedade), verificação do trânsito e investigação de possíveis vínculos. A Agência também promoveu a capacitação e o treinamento de profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado, e conta com médicos veterinários com dedicação exclusiva e capacidade técnica elevada na área, para atendimento das questões sanitárias da cadeia avícola.
Com informações da Adapar e da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento