Segundo dia do 3.º Seminário Nacional e 1.º Internacional dos Portos Brasileiros é realizado no MON

Na sexta-feira, 30, aconteceu o segundo dia do  3.º Seminário Nacional e 1.º Internacional dos Portos Brasileiros, realizado pela Portos do Paraná em parceria com a ABFP (Academia Brasileira de Formação e Pesquisa), no auditório do Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, abriu o primeiro painel do dia abordando modelos portuários no sistema mundial junto ao diretor comercial do Porto de Houston (EUA), Dr. John Moesley, e do Consultor Sênior em Estratégia e Inovação da Fundación Valenciaport, Dr. Jonas Mendes, com a mediação do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ricardo Villas Bôas Cueva. O evento prosseguiu durante todo o dia com painéis abordando sustentabilidade, logística, portos nacionais e internacionais, infraestrutura, desdobramentos judiciais e modelo regulatório do setor portuário brasileiro.

“No painel discutimos governança, infraestrutura e relação capital x trabalho, com o maior porto americano, um dos maiores portos europeus e nós, da Portos do Paraná representando o contexto nacional. No fim você vê que todos sofremos as mesmas dores, temos que enfrentar os mesmos desafios, cada um com sua particularidade, com mudanças na Lei em cada local, mas todo mundo busca um melhor acesso rodoviário, ferroviário e marítimo, terminais mais desenvolvidos para que a logística seja atendida de uma forma adequada e as ineficiências sejam deixadas de lado”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, frisando as obras e investimentos realizados na empresa pública nos últimos anos. “Todo o debate enriquece o nosso conhecimento, aqui nós compartilhamos as nossas ações, mas também escutamos muito. Essa aproximação gera discussões que ao longo do ano vão acontecendo e assim temos a condição de nos aprimorar. O Paraná é muito aberto a isso, em encontrar os melhores modelos do mundo para sua aplicabilidade aqui e desenvolvimento cada vez maior da nossa infraestrutura”, completa.

“Tivemos a oportunidade de comparar os modelos dos EUA, Europa e do Brasil em diversos temas como governança do sistema portuário, gestão portuária, relações de trabalho, como se dar os investimentos em infraestrutura. Foi um painel bem bacana, eu aprendi bastante com o Dr. John Moesley, dos EUA, com o Dr. Luiz Fernando, que faz uma brilhante gestão aqui na Portos do Paraná. Também tive a oportunidade de expor o modelo europeu, mais em particular o modelo do Porto de Valência, que é o principal porto da Espanha, o maior porto do Mediterrâneo. Espero que a audiência tenha gostado, aprendi muito, acho importante essa troca de experiências”, afirma o Consultor Sênior em Estratégia e Inovação da Fundación Valenciaport, Dr. Jonas Mendes.

O diretor comercial do Porto de Houston, Dr. John Moesley, destacou a importância do evento, trazendo as experiências do modelo portuário americano. “Esse seminário para nós é muito importante, assistindo e abrindo fontes para o comércio exterior, beneficiando as nossas economias mundiais. Para o Porto de Houston o Brasil é um mercado muito importante, com R$ 4 a R$ 6 bilhões com comércio bilateral entre o Brasil e Houston, no estado do Texas”, completa. 

O ministro do STJ, Ricardo Villas Bôas Cueva, destacou que em um país como o Brasil é importante ter conhecimento dos modelos portuários do mundo e quais são mais eficientes que permitem investimentos com o máximo de retorno. “Essa experiência foi muito importante para todos que atuam no setor portuário para que haja segurança na maneira de planejar os investimentos”, frisa, destacando a importância da segurança jurídica para realização de benfeitorias em infraestrutura nos portos do Brasil. 

Estado

“Estamos realizando este evento jurídico que traz a sustentabilidade e experiência de outros portos do Brasil e do mundo, uma vez que a Portos do Paraná, pelo quinto consecutivo, vem apresentando a melhor eficiência portuária do País. Estivemos ouvindo outros portos, levando a eles as experiências que deram certo no Paraná, mas o que é mais importante, como é que nós estamos trabalhando com toda a infraestrutura para que a carga chegue com eficiência ao nosso Porto. Acredito que isso é muito importante que os outros vejam o que nós estamos fazendo e levem para eles também. O Moegão, por exemplo, uma obra muito importante, agregada às novas concessões, fará com que a carga chegue com mais eficiência e menor custo ao Porto, bem como com maior segurança”, ressalta Fernando Furiatti, diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR). “Esse evento, promovido pelo nosso diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando, vem mostrar a importância que o estado do Paraná vem representando no Brasil e na área portuária”, completa.

Diretor jurídico da Portos do Paraná

“É um prazer estar participando deste evento pela terceira vez e pela primeira vez o seminário é internacional”, ressalta o diretor jurídico da Portos do Paraná, Marcus Vinicius Freitas, destacando a atuação contínua da empresa pública para evitar qualquer tipo de ociosidade, com arrendamentos e eficiência, frisando também a importância da revisão da Lei de Portos, com foco na celeridade em áreas de exploração portuária. “É importante nós investirmos principalmente no modal ferroviário, hoje a realidade é que as cargas chegam em sua maioria pelo rodoviário. Na Portos do Paraná, 80% da carga que nós movimentamos é do modal rodoviário, para isso também nós estamos preparados com uma obra de R$ 800 milhões na construção do Moegão, aumentando a capacidade do Porto de Paranaguá em receber maiores conjuntos de trens com maior movimentação de carga”, frisa.

Porto da Ponta do Félix S/A

Gilberto Birkhan, presidente no Porto da Ponta do Félix S/A, ressalta que o seminário evolui continuamente no cenário portuário e jurídico. “Já é o terceiro ano seguido que ele acontece. Isso demonstra a importância dos assuntos discutidos, que variam de ano a ano. Neste ano, por exemplo, um dos focos será a sustentabilidade, coisa que já na agenda das empresas há muito tempo. É muito bom trocar experiências sobre o que cada um está fazendo, contando com participação também de portos internacionais”, destaca. “O Porto Ponta do Félix S/A aproveita essas oportunidades para nos atualizarmos sobre o que que de mais moderno existe em termos de ecologia, legislação, possibilidades e potenciais, sempre com foco em atender bem o nosso cliente, contribuindo com o desenvolvimento do Paraná e do Brasil”, complementa.

Antaq

Eduardo Nery Filho, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), destacou que apresentou no painel a discussão sobre portos, movimentações de cargas e eficiência. “Os nossos portos estão cada vez apresentando maiores movimentações de carga, isso mostra que nossos portos são eficientes, no ano passado foram mais de 1,3 bilhão movimentados em nossos portos, só para que eles possam atender esse volume cada vez maior, temos que melhorar e aperfeiçoar algumas questões que ainda persistem dentro de nossa infraestrutura, precisamos melhorar a nossa infraestrutura comum dos portos, a questão dos acessos aquaviários, os acessos terrestres, sendo que para enfrentar problemas estamos em uma discussão muito favorável que é uma discussão sobre o marco legal dos portos. Aqui foi uma oportunidade de discutirmos os nossos problemas crônicos e vermos de que modo podemos endereçar isso dentro de uma reforma do marco legal dos portos trazendo simplificação”, acrescenta.

FENOP

“O navio que opera em Houston e na Europa é o mesmo navio que está vindo para o Brasil, portanto nós precisamos ter competitividade nas nossas cargas, tanto de importação, quanto de exportação. Estamos focando três fatores muito importantes aqui, sendo eles modelo de gestão portuária, a infraestrutura e o trabalho portuário, é este tripé que mantém o sistema portuário”, afirma o presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, frisando a necessidade de resolução do modelo legal portuário no Brasil com revisão do arcabouço legal, corrigindo distorções no sistema portuário brasileiro, entre eles a questão do trabalho portuário.

Programação completa

A programação completa do está disponível no site do 3.º Seminário Nacional e 1.º Internacional dos Portos Brasileiros.

Confira vídeo com todas as entrevistas: