As obras de restauração do prédio histórico da Estação Ferroviária estão dentro do cronograma e, atualmente, passando por uma etapa da realização da cobertura e de intervenções em árvores que estão causando danos ao patrimônio histórico da construção, segundo laudo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) e empresa responsável. Possibilitada por ordem de serviço assinada pelo prefeito Marcelo Roque junto à empresa paulista Pires Giovanetti Guardia Engenharia e Arquitetura em fevereiro, a revitalização conta com uma força-tarefa de 22 funcionários para restauro do prédio originário de 1922.
Com recursos de R$ 1,7 milhão investidos via Caixa Econômica Federal, um aditivo financeiro foi feito pela prefeitura após análise técnica do local, em que o município se comprometeu a injetar recursos próprios para que as obras no local sejam concluídas dentro do prazo, ou seja, em 2018.
Na última semana, uma equipe do município realizou cortes e podas em árvores no terreno da Estação Ferroviária, as quais estavam afetando o muro da localidade, colocando em risco a estrutura geral do prédio e também a segurança de cidadãos que transitam pela região. Segundo a prefeitura, as medidas adotadas seguem laudo de vistoria e obedecem à Lei Complementar 95/2008, sendo que as árvores serão substituídas por outras nativas, que não coloquem em risco a segurança dos munícipes e a integridade da Estação Ferroviária.
Sobre a construção em si, segundo Mariana Rillo, arquiteta, restauradora e uma das responsáveis pela revitalização, a obra é extremamente técnica e detalhada, com necessidade de estudo contínuo, de forma a garantir a integridade e as características históricas do prédio. Atualmente, o trabalho está concentrado no telhado, com instalação de uma carga de dois caminhões de madeira itaúba imunizada e hidratada para garantir uma cobertura funcional e que sobreviva por inúmeras décadas. Além disso, a especialista garante que descobertas surpreendentes estão sendo feitas pela equipe técnica, como o primeiro piso da Estação Ferroviária, pinturas e arcos originais, garantindo que a revitalização seja efetiva e de qualidade.
Árvores comprometeram estrutura do muro do complexo da Estação Ferroviária
PREVISÃO DE ENTREGA
Alterações no sistema de circulação de descida de águas pluviais, bem como reparos em rachaduras e trabalho em um telhado totalmente novo, são atividades que estão sendo realizadas pela equipe de revitalização da Estação Ferroviária, com foco no prolongamento da vida útil do prédio. “Além disso, toda a madeira de alta qualidade que está sendo utilizada no reparo do telhado precisa ser tratada com um processo de hidratação, descupinização, garantindo por muito tempo que não tenha cupim. É feita uma imunização e uma pintura retardante de chamas, ajudando a retardar tempo do fogo na madeira em caso de incêndio. Todo este processo técnico e detalhado demorou duas semanas”, explica.
“O restauro é muito mais complicado que construir do zero, pois tem que respeitar toda a construção original. Tudo o que você for colocar que não tinha no edifício anteriormente precisa ser aplicado com sensibilidade de modo a respeitar o patrimônio histórico”, explica a restauradora Mariana Rillo. Segundo a arquiteta, a previsão da entrega é para o ano de 2018, processo que precisa levar em consideração a realidade climática de Paranaguá de muitas chuvas, com interrupção do trabalho para não comprometer avanços feitos, bem como novos detalhes técnicos e históricos que a equipe descobre no decorrer dos trabalhos. “É tudo muito estudado, planejado, com uma equipe de vários colaboradores necessários, com treinamento técnico”, finaliza Mariana Rillo.