Roberto Justus diz que benfeitoria é essencial para a região
Na segunda-feira, 25, o prefeito de Guaratuba, Roberto Justus, concedeu entrevista exclusiva à Folha do Litoral News, quando realizou uma análise sobre os avanços recentes anunciados pelo governador Carlos Massa Ratinho Júnior, com lançamento de edital para contratar a elaboração dos estudos ambientais e estudos preliminares de engenharia da implantação da Ponte de Guaratuba e os acessos. O gestor ressalta que a obra, a qual gera muita expectativa na população guaratubana, é importante não somente para o município, como para todo o litoral paranaense, visto que reforçará o turismo e gerará ainda mais desenvolvimento para a região.
“Eu costumo dizer que para tudo que hoje a gente possa falar que não tem solução aqui no litoral, a ponte é a solução. Eu vou dar exemplos. Muitas pessoas reclamam que Guaratuba não tem hospital, mas por que nós não temos hospital? Porque não temos mercado, movimento, fluxo de pessoas, para manter um hospital na nossa cidade. A partir do momento que nós tivermos a ponte com um mercado de 100 mil habitantes é natural que médicos, clínicas de especialidades, se interessem por este mercado e venham para cá. Com isso vem o plano de saúde, a clínica cresce, se desenvolve, vira uma policlínica e, em um médio prazo, nós teremos esta policlínica se tornando um pequeno hospital e, depois, um hospital especializado”, explica Justus.
“Da mesma forma isso ocorre quando falamos em educação. Guaratuba tem carência em cursos profissionalizantes, cursos de graduação, pós-graduação”, complementa. “Até mesmo na questão das escolas particulares, com a ponte haverá um mercado maior e, certamente, teremos mais oferta de serviços para a saúde e educação no nosso município”, detalha Justus.
Integração
O prefeito afirma que é comum as pessoas pensarem na ponte como uma alternativa ao ferry-boat, principalmente com o alto fluxo de turistas na alta temporada. “No entanto, a ponte é muito mais impactante, é uma fonte de desenvolvimento econômico e social para a população de Guaratuba, especialmente fora deste período, durante o período de baixa temporada, ou depois do Carnaval. Isso porque ela une dois grandes mercados consumidores: Guaratuba com 40 mil habitantes e Matinhos com mais 40 mil, criando, praticamente, um centro só, uma cidade com 100 mil habitantes”, completa.
“Se você considerar que nós não temos 15 cidades no Paraná com mais de 100 mil habitantes, a gente pode imaginar que tudo hoje existe nessas cidades pode vir a acontecer em Guaratuba e em Matinhos. A ponte é uma fonte geradora de empregos, de riqueza, para Guaratuba e Matinhos. Nós não estamos falando de investimentos, por exemplo, de concessionárias de veículos ou grandes centros comerciais, que podem vir também, mas estamos falando especialmente de um novo mercado de trabalho para o jardineiro, piscineiro, motoboy, enfim, ao profissional autônomo, que muitas vezes está em Matinhos e não tem serviço”, ressalta o gestor, ressaltando também a potencialidade para o setor gastronômico.
O prefeito fez questão de destacar que o governador Ratinho Júnior é um defensor da construção da benfeitoria. “Ele é um entusiasta da ponte, ele sabe do impacto social e econômico que a ponte gera ao município, dos benefícios econômicos e sociais. Ele tem feito a coisa correta, é a primeira vez que eu vejo um governador diretamente envolvido no processo, querendo a construção da ponte, o que nos enche de entusiasmo no que diz respeito à sua realização”, afirma Roberto Justus.
Apoio da Pró-Paraná, IEP e Fórum G11
Roberto Justus analisa positivamente a movimentação da sociedade civil, por meio de nota técnica registrada em cartório pelo Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Movimento Pró-Paraná e Fórum G11, na defesa da construção da ponte de Guaratuba. “Na minha opinião, só não quer a ponte quem não quer este desenvolvimento econômico e social. No entanto, como nós prefeitos e os municípios não temos um corpo técnico que possa embasar nossos argumentos de forma técnica para construção da ponte, essas pessoas que são contra o desenvolvimento do litoral se valiam de argumentos que a gente se via muitas vezes com dificuldade para enfrentá-los”, destaca.
“Muitas vezes, as pessoas falavam que a ponte não seria boa porque iria trazer um fluxo muito grande de caminhões para a cidade, que a ponte causaria um prejuízo muito grande aos imóveis e vias públicas da cidade, ou que a ponte iria causar um grande impacto ambiental na região, que Guaratuba iria ficar com um trânsito complicado. Enfim, aí nós acabávamos que, mesmo que discutindo, rejeitando esses argumentos, nós não tínhamos voz, agora isso muda com o movimento Pró-Paraná e o IEP manifestando-se a favor, dizendo sim, que a ponte é viável do ponto de vista técnico, econômico e ambiental. Mais do que isso, a ponte é necessária para o desenvolvimento econômico e social”, ressalta.
Turismo e geração de emprego e renda
Segundo Roberto Justus, as principais vocações de Guaratuba para geração de emprego e renda são as áreas de turismo, pesca e agricultura, que serão beneficiadas diretamente com a construção da ponte. “Eu não tenho a menor dúvida de que, com a ponte sendo construída, esses três setores terão muitos benefícios que vão fomentá-los ainda mais. Guaratuba só cresce se tiver um turismo forte, uma pesca forte e uma agricultura forte. Quando a gente fala, por exemplo, que a ponte vai dar oportunidades de trabalho para a população de Guaratuba vai ser nessas três áreas, sem sombra de dúvidas, abrangendo também a gastronomia, turismo, atrações, eventos, acesso às praias, mercado imobiliário, construção civil, entre outros”, salienta.
O prefeito afirma que acredita na construção da ponte de Guaratuba em um médio prazo. “Eu acredito sim, acredito que o governador Ratinho Júnior possa ter mais quatro anos de governo e, sem sombra de dúvidas, neste segundo mandato dele ele poderia inaugurar a ponte. A prefeitura tem feito a sua parte, estamos contratando agora junto à Universidade Federal do Paraná (UFPR) um plano de mobilidade urbana e estamos preparando toda a nossa infraestrutura e também orientando e estimulando para que defendam esta bandeira que vai transformar muito positivamente a nossa cidade”, finaliza Roberto Justus.
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