Uma situação de abandono em diversos aspectos no Palácio São José, prédio histórico e sede da Prefeitura de Paranaguá, foi demonstrada em coletiva concedida pelo prefeito Adriano Ramos e pela vice-prefeita Fabiana Parro na tarde da quarta-feira, 8. Entre as repartições afetadas constam o próprio gabinete da vice-prefeita, assim como a Procuradoria Geral do Município (Progem), banheiros, sala de espera, entre outros diversos setores, inclusive alguns com portas trancadas, alagamentos, entrada de pombos, retirada da estrutura de Internet Wi-Fi, armazenamento e depredação de quadros do município, entre outros problemas.
Segundo o prefeito Adriano Ramos, um dos locais mais afetados é a Progem, sendo que foi feita uma proposta para a equipe de procuradores para mudança de sala, visto que o espaço está totalmente insalubre. “Uma área em que a periculosidade está presente, prejudicando a saúde dos servidores e sem condições de trabalho. Estamos oferecendo uma nova alternativa, eles gostaram e os levarem para um novo local”, explica.
“Eu chamei a imprensa aqui, agradeço a participação de vocês, com o intuito de demonstrar as condições que estão hoje, a forma que iremos deixar também, também levar a todos ao gabinete que vocês já conhecem, para entender, qual o motivo do prefeito municipal tem um local adequado para trabalhar e os servidores não terem? Para mim isso é falta de respeito com o servidor municipal. O servidor de carreira precisa ser respeitado, ser valorizado. Isso aqui não é valorização e respeito. Eu não consigo entender isso. Foram oito anos de governo Marcelo Roque e oito anos do que vocês estão vendo, eu não preciso dizer e todo mundo que assistiu ao vivo está presenciando”, afirma o prefeito.
Segundo Adriano Ramos, o foco imediato é dar condições melhores de trabalho aos servidores municipais. “Eu vou sair daqui a pouco. Tenho quatro anos de mandato junto com a Fabiana e os servidores vão permanecer. Precisamos respeitar isso”, destaca.
Vice-prefeita
“A minha sala não tem como, brinco com o prefeito de que sou uma vice-prefeita atuante sem teto. Fico a questionar como era antes, pois não tem como você receber alguém em uma sala nessas condições”, destaca a vice-prefeita Fabiana Parro, que destacou que cumpriu na data agenda com um deputado estadual e não teve condições de o receber em seu gabinete devido à precariedade, realizando reunião no gabinete do prefeito, onde permanece cumprindo compromissos, assim como nas ruas e secretarias. “Não tenho coragem de levar alguém, seja um deputado que acabou de chegar de Curitiba, pois esta é a imagem que eu vou passar da minha cidade, do cuidado que nós temos pela nossa cidade”, completa. “Paranaguá não pode ser tratada desta forma. Se a casa do prefeito, da vice e dos secretários está desse jeito, como está lá fora?”, salienta Parro.
Acessibilidade
Outros pontos frisados pelo prefeito foram a falta de acessibilidade, assim como os banheiros para atendimento ao público totalmente abandonados no município, entre outras salas do Palácio São José que estão com pombos e ausência de forro, com problemas no telhado. “Há a falta de acessibilidade, pois as pessoas que são deficientes não conseguem acessar o prédio em seu primeiro andar, porque não tem acessibilidade. É algo que estamos cuidando disso, a Fabiana Parro está cuidando disso junto com a Vânia Foes, do Instituto de Planejamento, Tecnologia e Inovação, para que seja feita um projeto para que se tenha acessibilidade aqui no prédio da Prefeitura de Paranaguá”, completa.
Patrimônio da população
“A população precisa saber disso, pois este prédio é do povo parnanguara é da cidade, é um prédio histórico que está nessas condições que vocês registraram. Encerramos a coletiva no gabinete do prefeito, pois aqui temos duas mesas prontas para atender as reuniões, dois televisores modernos, uma sala com dois aparelhos de ar condicionado, sofá, banheiro que pode ser usado, um local onde você pode sentar, tomar seu café, receber as pessoas com tranquilidade, um espaço que não é insalubre e tem condições de trabalho, mas é a sala do prefeito. Por que o prefeito tem essas condições e os servidores não? Esta é uma coisa que me incomoda e incomoda muito a Fabiana”, complementa.
Segundo Adriano Ramos, a situação do Palácio São José assustou muito ele e a sua vice-prefeita neste início de gestão. “Respeito demais e valorizo demais o servidor. Nós vamos melhorar as condições de trabalho dos servidores aqui do prédio”, explica.
Situação estrutural das secretarias municipais
“Também, temos outras secretarias, por exemplo, a Secretaria Municipal de Segurança (Semseg), onde eu estive no dia 3 de janeiro, que todos iriam ficar assustados com as condições que estão lá”, explica o prefeito, ressaltando que também convidará a imprensa a mostrar a situação da estrutura que está precária, algo que ocorre também no CCO, na Sala de Monitoramento da Marulha Digital, com vazamentos de esgoto, inclusive em cima dos guardas civis municipais que atuam no local.
Adriano Ramos afirma também que a Secretaria Municipal de Saúde está realizando uma ampla vistoria na situação estrutural das Unidades Básicas de Saúde (UBS´s), algo que também está feito por todas secretarias municipais com vistorias técnicas dos problemas estruturais em locais de trabalho e patrimônio público. “Recebemos reclamações de que bens do município não estão em seus locais onde deveriam estar”, completa.
UPA
“Tudo é prioridade. A nossa prioridade agora é resolver a questão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A população doente da cidade está lá pedindo socorro. Caminhando junto com esta prioridade, temos a diminuição da criminalidade na cidade, temos a mobilidade urbana e os próprios do município e as condições para os servidores trabalhararem”, ressalta o prefeito.
Ausência de transição
Uma questão trazida por Adriano Ramos foi a falta de transição junto ao ex-prefeito Marcelo Roque. “Se nós tivéssemos uma transição transparente, eu sempre disse que era truculenta, do outro lado dizia que não, mas está aqui a prova. Se nós tivéssemos uma transição transparente e tivéssemos as informações que pedimos, nós teríamos ganho tempo e trazido alguns dados como valores que teríamos para gastar, como gastar e onde gastar”, finaliza Adriano Ramos, abordando o prazo para efetuar melhorias no Palácio São José e possível prazo para as obras.
