Mais de 55% da movimentação ainda é de granéis sólidos
Os Portos de Paranaguá e Antonina movimentaram 3,44 milhões de toneladas de carga nos primeiros 31 dias do ano. Janeiro foi um mês de alta nos volumes de carga geral e granéis líquidos, tanto importação quanto exportação. Os terminais paranaenses apostam na multimodalidade e tiveram destaque no embarque de açúcar em saca, contêineres, óleo vegetal e derivados de petróleo.
De acordo com os dados divulgados na segunda-feira, 10, pela empresa pública Portos do Paraná, mais de 55% da movimentação (1,9 milhão de toneladas) ainda é de granéis sólidos. No entanto, os maiores crescimentos são em embarques e desembarques de granéis líquidos (25% na comparação com o mesmo mês do ano anterior) e de carga geral (aumento de 19% no período).
“Temos capacidade e estrutura para atender diferentes tipos de carga, com eficiência e agilidade. Isso é essencial porque garante que o porto mantenha a atividade, os empregos e os investimentos, sem depender de um único tipo de produto”, explica Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná.
“Essa multimodalidade foi essencial para alcançar a marca histórica de 53,2 milhões de toneladas movimentadas em 2019. Foi um ano com muita chuva, variações de câmbio e muita disputa no mercado internacional, o que teve impacto direto na exportação de soja, por exemplo”, completa.
Líquidos
No primeiro mês de 2020, os portos paranaenses movimentaram 610,37 mil toneladas de granéis líquidos. No mesmo mês do ano anterior foram 487.835 toneladas.
Dentro desse segmento, os produtos que registram maior aumento são os derivados de petróleo, cujo volume exportado (103.528 toneladas) está 491% superior ao registrado em janeiro do ano passado (17.517 toneladas). Na importação, alta de 35%, passando de 275.884 toneladas em janeiro de 2019 para 371.518 toneladas em 2020.
Os operadores desses produtos pelo Porto de Paranaguá são a CPA, CBL, Transpetro e Cattalini – sendo a última responsável por 43% das movimentações. Segundo o gerente da Cattalini, Lucas Cézar Guzen, quando se fala em derivados de petróleo trata-se, principalmente, de Diesel (S-10 e S-500) e gasolina, especialmente de importação. “Este é um mercado que ganhou corpo nos últimos anos, principalmente pautado pela política de preços que tem sido consistente e acompanhado o mercado internacional”, comenta Guzen.
Óleo Vegetal
A movimentação dos óleos vegetais, principalmente de soja, foi de 27.548 toneladas no mês de janeiro. O volume é 6% maior que o registrado nos primeiros 31 dias de 2019. Esses produtos são exportados, principalmente para a Ásia.
“A explicação para a exportação acentuada que tivemos no início do ano, diferente de anos anteriores, é que o preço do produto no mercado argentino, nosso principal concorrente nas exportações para o mercado asiático, estava superior ao preço brasileiro. Acaba-se, então, buscando o mercado brasileiro para suprir a demanda internacional”, afirma Guzen.
Os principais consumidores do óleo vegetal exportado pelo Porto de Paranaguá são China e Índia, de acordo com o gerente da Cattalini. Segundo ele, a expectativa para o ano, porém, é de redução na exportação dos óleos vegetais, motivada pelo aumento da mistura do biodiesel no óleo diesel, que previsto em decreto nacional (de 11 para 12%).
Essa redução prevista, no entanto, não incomoda o operador. A redução prevista nas exportações do óleo de soja vem ao encontro ao aumento previsto nas importações do óleo metílico, o metanol, que é um dos principais produtos utilizados na fabricação do biodiesel. Lucas Guzen estima um aumento de cerca de 10% na movimentação do metanol (vindo, principalmente de Trinidad e Tobago, Chile, Venezuela e Argentina).
Carga Geral
Em janeiro, os portos paranaenses movimentaram 917.855 toneladas de carga geral. O volume é 19% maior que o registrado no primeiro mês de 2019. Destaque para as exportações de açúcar em saca e na movimentação de contêineres, nos dois sentidos.
Nos primeiros dias do ano passado não houve nenhum embarque de açúcar ensacado. Este ano, porém, 25.077 toneladas foram exportadas para a África, gerando aumento de 17% para o segmento do açúcar em geral, mesmo o produto a granel tendo registrado queda de 10%.
A operação foi realizada pela Marcon, no Porto de Paranaguá. Segundo o gerente de operações da empresa, Jorge Maurício de Lemos, atualmente o ciclo de exportação dos ensacados não seguem mais o padrão de meses definidos. “As exportações do açúcar ensacado sempre ocorrem de abril até novembro. Porém, nos últimos anos, houve uma alteração devido às condições mercadológicas. Hoje o Brasil concorre com a índia, Tailândia, Paquistão e Vietnam, países mais próximos das áreas importadoras, cujo os fretes marítimos são mais compensadores. Isso tem afetado nossos exportadores”, explica.
África e Ásia são os principais destinos do produto que vem, principalmente, dos Estados de São Paulo e do Paraná. Em saca, o açúcar exportado pelos portos paranaenses pode ser granulado ou refinado. Para 2020 é esperado um bom volume, considerando que a produção na Índia foi baixa, como afirma o representante da Marcon.
Contêineres
O Paraná conta hoje com a maior capacidade para movimentação de contêineres do Brasil. O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) movimenta os mais diferentes produtos, com destaque para frango congelado na exportação e fertilizantes na importação.
Em janeiro deste ano, 74.976 TEUs (unidade de medida) foram importados e exportados via Porto de Paranaguá. O total é 20% maior que o movimentado em 2019, quando foram 62.617 TEU.
AEN