As vantagens de fazer negócios pelo Paraná foram destaque no Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável, que acontece nesta quinta (12) e sexta-feira (13), em Foz do Iguaçu. O evento reúne representantes de governos e empresários do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
Os países integram o chamado Corredor Bioceânico de Capricórnio, realizam comércio via oceanos Atlântico e Pacífico e compartilham desafios em infraestrutura terrestre, marítima e aérea. Ocupando papel central no escoamento de cargas, como hub logístico do País, o Governo do Paraná apresentou obras e projetos que são fundamentais para a região. Entre eles estão a Nova Ferroeste, corredor ferroviário de 1,3 mil km entre Maracaju (MS) e Paranaguá (PR), as novas concessões rodoviárias de 3,3 mil km e os investimentos da Portos do Paraná.
“A localização estratégica do Estado faz com que os países vizinhos usem nossa estrutura para fazer negócios com o mundo inteiro. A integração entre os modais reduz custos, traz mais cargas, emprego e renda. Por isso, queremos mostrar as melhorias em rodovias, a nova Ponte da Integração, a Nova Ferroeste, os investimentos nos portos e nos aeroportos”, explicou o secretário Estadual de Infraestrutura e Logística do Paraná, Fernando Furiatti.
Segundo ele, o Estado vai unir, daqui a poucos anos, o Litoral e o Oeste, em Cascavel e Foz do Iguaçu, por meio de dois grandes corredores de escoamento, rodoviário e ferroviário. Obras como a revitalização da Estrada Boiadeira, o novo Moegão no Porto de Paranaguá e terceiras faixas e duplicações financiadas pelo Governo do Paraná também vão permitir aumentar essa integração, diminuindo custos para o setor produtivo.
PARAGUAI
A retomada das movimentações de produtos do Paraguai, via Porto de Paranaguá, foi um dos temas mais discutidos nos painéis de debates.
“De 1980 até 2003, o Paraná era a principal rota do comércio exterior paraguaio. Com a restrição ao embarque de soja transgênica, de 2003 a 2010, o país passou a escoar via portos do Chile e Argentina. Com isso, o Brasil perdeu negócios importantes e o Porto de Paranaguá foi muito prejudicado”, lembrou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
“Agora o Governo do Estado corre atrás do tempo perdido e apresenta as vantagens para reconquistar estas parcerias. Os investimentos em melhorias marítimas e terrestres fazem com que Paranaguá ofereça os melhores custos logísticos, com redução de até 25 dias no tempo de transporte, se comparado aos portos dos demais países”, disse Garcia.
O porto paranaense é um dos únicos terminais portuários do Brasil a contar com a presença de um depósito franco paraguaio e oferece tarifas competitivas para operação de cargas do país. Entre 2019 e 2021, as exportações e importações de contêineres com cargas do Paraguai, via Paranaguá, aumentaram 1.067%, saltando de 931 para 10.863 unidades movimentadas.
Com a Nova Ferroeste, que deve ir a leilão neste ano, a expectativa é aumentar este número com melhorias em ferrovias e rodovias. “De forma conjunta, estes projetos permitirão a movimentação de 70 a 90 mil contêineres por ano, vindos do Paraguai para o Paraná”, explicou o diretor-presidente da Ferroeste, André Luiz Gonçalves.
Segundo Luiz Fagundes, coordenador do projeto da Nova Ferroeste, o corredor ferroviário vai dar agilidade no transporte das produções brasileiras e do país vizinho. “Teremos potencial de exportar 70% da produção de grãos e contêineres de todo o Brasil. Será o segundo maior corredor de exportação do Brasil”, disse.
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O Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável é promovido pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, com execução do Instituto para o Desenvolvimento da Região Trinacional e patrocínio da Itaipu Binacional. A programação conta com presença do ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos de Castro, além de representantes dos governos do Paraguai, Argentina, Chile, empresários e especialistas do setor.
Fonte: AEN