Maior projeto ferroviário do Brasil, a Nova Ferroeste terá 1.567 quilômetros de ferrovias e permitirá a ligação entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, com ramais até Foz do Iguaçu e Chapecó, em Santa Catarina.
O projeto, elaborado no governo de Ratinho Júnior, terá impacto direto em 67 municípios e faz parte de uma visão de longo prazo que transformará o Paraná na grande central logística da América do Sul.
“Esse é um projeto transformador não só para o Paraná, mas para todo o Brasil, que vai atender também os estados de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, além do Paraguai”, afirma Ratinho Júnior.
“Será a primeira descida da Serra do Mar desde o traçado, que foi projetado por Dom Pedro II, muito mais moderno, com menos impacto ambiental e que vai transformar o Paraná na grande central logística do país, atraindo investimentos e empregos para o nosso estado”, defende o governador.
A iniciativa já nasceu como o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País. Se estivesse em operação hoje, a ferrovia poderia transportar cerca de 38 milhões de toneladas de produtos, sendo 26 milhões de toneladas diretamente pelo Porto de Paranaguá. A expectativa é de que cerca de 375 mil empregos diretos e indiretos sejam gerados em seis décadas, sendo o maior volume já nos primeiros 10 anos de funcionamento da ferrovia.
O ramal de Foz do Iguaçu vai permitir a captação de cargas do Paraguai e da Argentina, enquanto a ligação de Chapecó à Cascavel viabilizará o transporte da produção do Oeste catarinense por Paranaguá e o envio de grãos para suprir a necessidade do setor pecuarista regional.
Dados do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica (EVTEA-J) indicam que a redução do custo logístico deverá ser de aproximadamente 28% em comparação com o frete rodoviário. A economia gerada vai permitir que os da produção paranaense e brasileira sejam mais competitivos no comércio exterior, além de reduzir o preço dos produtos nas prateleiras dos supermercados para a população.
CENTRAL LOGÍSTICA
Futuramente, a estrutura poderá ser ampliada para servir como alternativa mais barata para o escoamento da produção paranaense aos mercados internacionais através do Oceano Pacífico, além de fortalecer o potencial de movimentação de cargas dos portos paranaenses.
De acordo com Ratinho Júnior, a Nova Ferroeste é estratégica na consolidação de uma ferrovia bioceânica, que poderá ligar os portos de Paranaguá e Antofagasta, no Chile.
EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE
O governador destacou que o projeto foi desenvolvido em tempo recorde e será a primeira vez, desde a construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, no século XIX, que o Paraná elaborará um novo traçado férreo até o Litoral. “O último trecho ferroviário ligando Curitiba ao Litoral foi feito na época de Dom Pedro II. Agora, depois de 120 anos, estamos trazendo para o Brasil um novo traçado para chegar no Atlântico através do Paraná”, ressalta Ratinho Júnior.
O EVTEA-J, que costuma demorar cerca de 10 a 15 anos para ser feito em média foi concluído em apenas dois anos pela atual gestão. O leilão ocorrerá no fim de 2022, com lance inicial de R$ 110 milhões, e o investimento total previsto é de R$ 35,8 bilhões ao longo dos próximos anos.
Após a conclusão do EVTEA-J, o Governo do Estado entregou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima). Segundo um instituto ligado à Coroa Britânica, o projeto da Nova Ferroeste está entre os 18 projetos mais sustentáveis do mundo, com forte impacto na redução da emissão dos gases do efeito estufa.