Na manhã de quinta-feira, 9, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, esteve em Paranaguá para a apresentação do projeto do Moegão, um investimento de R$ 500 milhões que promete revolucionar o sistema de descarga ferroviária no Porto de Paranaguá. O projeto prevê adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas (destinadas ao depósito de grãos).
O objetivo é ter 11 terminais interligados e capacidade para operar com 180 vagões simultâneos. O projeto sustentável também prevê diminuir as interferências rodoferroviárias e o custo logístico das empresas, além de reduzir a emissão de CO² na atmosfera. A apresentação aconteceu no evento de inauguração do Terminal Portuário II da Coamo. Trata-se de um novo empreendimento da cooperativa, cujo investimento foi de R$ 200 milhões, com três silos, armazém graneleiro e capacidade total de armazenagem de 150 mil/toneladas.
Melhoria da mobilidade urbana
“O maior projeto do Paraná em infraestrutura foi lançado: o Moegão. Há mais de 30 anos se falava deste projeto, nós resolvemos tirar do papel, esta foi uma determinação que construímos junto com a Secretaria de Infraestrutura e Logística e com o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, e toda sua diretoria logo no início do nosso governo. Esta obra trará mais tranquilidade aos moradores de Paranaguá em torno de um problema que o prefeito enfrenta há muito tempo, há décadas na cidade, que são as travessias, o trem muitas vezes para e acaba atrapalhando a logística urbana da cidade, a mobilidade urbana”, explica o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, destacando a parceria entre Estado, Portos do Paraná e município.
Ratinho Júnior reforçou que sua gestão, desde o início, prezou “em parar de ficar só olhando para o mar e olhar para a terra”. “Este é um compromisso que eu fiz com os parnanguaras, com o prefeito e o nosso litoral. Claro que a capacidade de operação é importante e estratégica, mas é também um projeto que eu pedi para que fossem contempladas estas passagens de nível para que se possa facilitar a vida de quem mora em Paranaguá e muitas vezes acaba por ser prejudicado com estas paralisações dos trens. Sairemos de 16 paradas/intersecções para cinco. Nós estamos diminuindo aí em 70% praticamente o volume de intersecções que existem em Paranaguá. Então, vai melhorar a mobilidade, as pessoas vão ficar menos tempo no trânsito”, reforça.
Aumento de capacidade
O governador reforça que o Moegão aumentará a capacidade de carga do Porto, quase dobrando a carga e descarga de trens que chegam a Paranaguá. “Isso gera mais emprego na veia durante a obra, visto que são mais de meio bilhão de reais em obras, bem como ampliará a capacidade do Porto. Com isso se precisa de mais funcionários, mais colaboradores, para ajudar a suprir toda esta necessidade de mão-de-obra para atender o Porto de Paranaguá, que vai ter mais gente trazendo carga para cá. É um projeto fantástico, uma transformação na infraestrutura do Paraná”, salienta.
Outro viés destacado por Ratinho Júnior é a sustentabilidade. “Ampliando a capacidade de carga e descarga do Porto através dos trens, você ajuda a melhorar a mobilidade e automaticamente diminuir o fluxo de caminhões, em especial dentro da cidade. O caminhão precisa existir e é importante, porque ele precisa levar os grãos produzidos no campo até a ferrovia, seja ela através da Rumo ou a Nova Ferroeste, isso é importante e vai ser até ampliando, pois ampliando a capacidade do Porto você precisa de mais caminhões e também trens, para que possamos suprir toda a produção do campo”, salienta.
O Moegão faz parte de um projeto de transformar o Paraná como a central logística da América do Sul. “É ter a melhor infraestrutura do Brasil para poder atender toda esta produção e trazer investimento. Porque o Paraná está gerando tanto emprego nesses últimos dois anos e meio? Devido ao fato de que o empresário vai onde tem uma logística e infraestrutura boa, isso abrange ferrovias, rodovias, aeroportos e Porto, isso atrai o investidor, tanto é que nós estamos hoje batendo recorde histórico na geração de emprego: 176 mil empregos em 10 meses”, informa Ratinho Júnior.
Secretários
O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, reforçou a grandeza da obra. “O Paraná possui hoje R$ 5 bilhões em obras e esta é a maior delas, com um investimento de R$ 500 milhões que permite otimizar o desembarque de cargas não só no modal ferroviário, quanto no rodoviário. Estamos falando em um investimento que vai interligar os 11 terminais, são três linhas independentes, ampliando a capacidade em 24 milhões de toneladas e também facilitando a vida de quem mora e trabalha em Paranaguá, reduzindo de 16 intersecções para cinco, retirando também 700 caminhões por dia do trânsito em Paranaguá”, complementa.
Sandro Alex afirma que o Novo Moegão permite o avanço também da Nova Ferroeste, “que vem sendo trabalhada para que no ano que vem se apresente na Bolsa com um traçado que vem do Mato Grosso do Sul até o Porto de Paranaguá, ampliando a carga ferroviária”, complementa. “Nós estamos fazendo a lição de casa, deixando o Porto preparado para esta ampliação de capacidade e do transporte ferroviário”, salienta. “Estamos publicando este edital na segunda-feira, 13, aí se segue todo o trâmite normal e a gente segue todas as orientações dos órgãos de fiscalização e controle. É uma obra cara, que vai ser muito disputada e nós esperamos muito em breve, assim que for concluída, iniciar este processo aqui e dar andamento para novos processos, pois temos também o Corredor de Exportação, que é outro investimento”, explica.
O secretário salientou que o novo modelo de concessões dos pedágio que está sendo desenvolvido no Paraná deverá beneficiar Paranaguá. “A última concessão retirou os sete primeiros quilômetros, por exempo, da BR-277 da concessão. Foi um erro histórico, praticamente um crime cometido não com o Porto, mas com a população, e nós estamos resgatando o projeto original, ou seja, teremos investimentos inclusive nos primeiros quilômetros, além da construção da terceira faixa em cada uma das rodovias desde a intersecção da Rodovia do Café (BR-376) até a chegada do Porto”, salienta.
Norberto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, parabenizou o Estado e a Portos do Paraná pela visão estratégica com o futuro Novo Moegão. “Nós precisamos e merecemos esta grande obra sendo anunciada, com aumento da capacidade competitiva”, explica. O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, salientou que a obra traz um importante avanço para a sustentabilidade e o equilíbrio entre meio ambiente com o desenvolvimento e geração de empregos. “É uma tendência mundial que as empresas trabalhem de forma conjunta para fazer com que a movimentação de cargas seja mais eficiente e rápida, melhorando a mobilidade na cidade”, completa.
Portos do Paraná
O diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, ressalta que a construção do novo Moegão é uma necessidade. “Hoje nós temos uma limitação de recebimento ferroviário. Hoje, de tudo que nós movimentamos, apenas 14% vem pelo modal ferroviário, não é porque não tem demanda, é porque não tem como a gente receber mais. Então, o projeto do Moegão é um primeiro passo para que a gente possa melhorar esta dinâmica ferroviária. Além de ser um grande projeto, ele é inovador, onde a gente centraliza em um único ponto o descarregamento de 11 terminais. Isso evita as manobras ferroviárias que ocorrem em cada um desses terminais, enfim, tudo aquilo que acarreta para uma não-eficiência”, explica.
Rumo
O vice-presidente de Operações da Rumo Logística, Daniel Rockenbach, afirmou que o novo Moegão somará positivamente com a atuação logística da empresa no modal ferroviário do Paraná e do Brasil. “Este projeto está trazendo mais ou menos 20 milhões em capacidade adicional de ferrovia para o Porto de Paranaguá. Para vocês terem uma ideia, isso significa hoje quase triplicar o volume que é movimentado por ferrovia aqui em Paranaguá”, explica, ressaltando que a Rumo no Paraná movimenta cerca de 24 milhões de toneladas.
“Este projeto habilita o futuro do agronegócio e também de outras áreas industrializadas aqui no Paraná. Em termos de competitividade, esse aumento de capacidade ferroviária vai propiciar em cerca de 10 anos uma competitividade logística de 1,5 milhão para o agronegócio”, explica Rockenbach. “É um futuro promissor de um Estado que está sendo referência em crescimento e sustentabilidade. Falando em sustentabilidade, além de eliminar as passagens de nível e ajudar na mobilidade de toda a comunidade, uma composição de trens, se comparada ao modal rodoviário, ela tem uma descarbonização de em torno 80%”, reforça o vice-presidente.
Município
Sobre o novo Moegão, o prefeito Marcelo Roque explica a importância da melhoria para a mobilidade urbana de Paranaguá. “O Moegão é um sonho de todas as pessoas que deixam as suas cargas no Porto de Paranaguá, mas também unindo o útil ao agradável, com uma infraestrutura que vai ajudar no gargalo dos caminhões dentro do nosso município, com as passagens de nível que vão ser tiradas, principalmente na maior via que nós temos, que é a Roque Vernalha. Pelo projeto, vai ter uma passagem de nível ou viaduto naquela região, tirando também este gargalo que nós temos, ampliando o direito de ir e vir da nossa população”, explica, agradecendo o governador Ratinho Júnior e sua gestão pelos investimentos em Paranaguá e no litoral.
Estiveram presentes no evento o secretário chefe da Casa Civil, Guto Silva, os deputados estaduais Galo e Tião Medeiros, entre outras autoridades públicas, militares e lideranças empresariais.