O governador Carlos Massa Ratinho Júnior apresentou, na segunda-feira, 31, para a bancada de deputados federais do Paraná, o projeto de implantação do Corredor Oeste de Exportação. O novo ramal ferroviário vai ligar a cidade de Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá, ampliando a malha operada atualmente pela Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A). O encontro ocorreu por meio de videoconferência.
Ratinho Júnior explicou que a previsão é que a nova malha ferroviária tenha uma extensão de até 1.371 quilômetros. O projeto, destacou ele, inclui a construção de uma nova ferrovia entre Maracaju e Cascavel (Oeste do Paraná); a revitalização do atual trecho ferroviário operado pela Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava; a construção de um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá e de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. Como está em fase de elaboração, não há um valor definido para a obra.
É um projeto extremamente importante, que vai impactar no escoamento da produção do Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Essa obra é parte das ações que buscam transformar o Paraná no hub logístico da América do Sul”, ressaltou o governador. “Um projeto que já nasce vitorioso, unindo dois polos de produção para criar um grande corredor de exportação”, acrescentou.
Durante o encontro virtual com os parlamentares, Ratinho Júnior lembrou que foi firmado neste mês um acordo de cooperação técnica com o Mato Grosso do Sul com o intuito de dar velocidade ao projeto. Além disso, reforçou, já foi assinado o contrato com a empresa TPF Engenharia para execução dos Estudos de Viabilidade Técnico-Operacional, Econômico-Financeira, Ambiental e Jurídica (EVTEA), que deve ser concluído em, no máximo, um ano.
“O prazo é apertado, mas está tudo indo muito bem, dentro do cronograma estabelecido. Estamos em conversações com o Ibama em busca das licenças ambientais”, afirmou Ratinho Júnior.
Próximos Passos
A proposta é abrir a concessão do projeto para a iniciativa privada. Em junho, a Ferroeste foi qualificada para integrar o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, atendendo a um pedido feito pelo Governo do Estado. Com a inclusão no PPI, a União vai ajudar o Paraná com apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem e meio ambiente à atração de investidores.
Problema Histórico
Secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, explicou que o projeto, também chamado de Nova Ferroeste, resolverá um problema histórico de infraestrutura do Paraná, com impacto para o Brasil e para o Mercosul. O novo traçado vai ligar o Paraná à malha ferroviária nacional, beneficiando as principais potências do agronegócio nacional, além do Paraguai, que é hoje um dos principais produtores mundiais de grãos.
“Tem um impacto muito grande em toda a logística nacional, fortalecendo e incentivando a produção de dois Estados do País e também do Paraguai. Por isso a necessidade de envolver e construir o projeto em conjunto com a nossa bancada federal”, destacou ele. “Vamos construir um modal sustentável de longo prazo, deixando um legado muito grande para toda a sociedade paranaense”, acrescentou o coordenador do plano ferroviário do Paraná, Luiz Fagundes.
“Foi uma reunião esclarecedora. Entendemos todos os detalhes de um projeto que é de extrema importância para o Paraná e para o Brasil. A bancada paranaense vai apoiar integralmente no que for preciso”, afirmou o coordenador da bancada do Estado na Câmara Federal, deputado Toninho Wandscheer.
O diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, aproveitou o encontro para mostrar os números da companhia. Ele lembrou que no ano passado, pela primeira vez na história, a Ferroeste operou com lucro. “Algo simbólico, em torno de R$ 500 mil, mas que comprova que a companhia pode funcionar no azul”, disse.
Fonte: AEN
Foto: Geraldo Bubniak/AEN