A China quer ser parceira do Paraná em obras de infraestrutura, com grande interesse na execução do projeto do corredor bioceânico, que ligará os Portos de Paranaguá, no litoral do Estado, ao de Antofagasta, no Chile. A posição foi confirmada ao governador Carlos Massa Ratinho Júnior pelo embaixador da República Popular da China, Yang Wanming, em reunião na quinta-feira, 14, no Palácio Iguaçu.
No encontro, eles assinaram um protocolo de intenções para promoção da cooperação cultural, turística e comercial.
O governador destacou que a China é o principal mercado exportador do Paraná. “Somos o maior produtor de alimentos por metro quadrado do mundo. Esta é a nossa vocação e queremos ser um grande parceiro comercial da China, em especial nessa área”, afirmou.
Ratinho Júnior ressaltou que o planejamento do Estado para os próximos anos é de muito investimento em infraestrutura. “Temos que organizar todo escoamento da safra para poder exportar para a China e outros países de maneira mais eficiente, mais rápida e mais barata. Vemos a China como um grande parceiro nestes investimentos de infraestrutura”, ressaltou.
Segundo o embaixador, as empresas chinesas têm interesse nos projetos de concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos do Paraná, além de um projeto em andamento no Estado na área portuária.
CORREDOR
A implantação do corredor bioceânico é um projeto estratégico do Governo do Estado. “Queremos fazer do Paraná o hub logístico da América do Sul”, reiterou o governador, salientando que o Estado é o trecho mais curto entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
A ideia é que Itaipu faça o projeto executivo da ligação ferroviária entre Paranaguá e Antofagasta, interligando, também, Argentina e Paraguai. Ratinho Júnior já levou o projeto ao presidente Jair Bolsonaro e em breve irá apresentá-lo ao presidente do Paraguai.
“Tendo o projeto, a ideia é fazer a licitação por 50 anos para que países como a China e outros possam participar e construir a ferrovia”, disse o governador. “Pelos nossos cálculos, baratearia 40% do custo logístico da exportação para a Ásia e diminuiria em muitos dias esse transporte”, apontou.
ESTRATÉGICA
O embaixador Wanming, que já trabalhou nas embaixadas do Chile e Argentina, já esteve na região de Antofagasta e considera estratégica a proposta do canal transoceânico. "Gostaria de trabalhar junto para concretizar este sonho”, declarou. O embaixador informou que, além da China, Japão, Coreia do Sul, Índia e outros países asiáticos apoiam a iniciativa. Ele vai apresentar o projeto para empresas chinesas de construção de ferrovias.
Empresas chinesas planejam ampliar investimentos no Estado
O embaixador frisou que a China é o maior parceiro comercial do Paraná, maior destino da exportação estadual de alimentos e que há empresas chinesas investindo no Estado em agricultura, eletricidade e infraestrutura. “As empresas chinesas manifestam grande confiança no desenvolvimento do Paraná e interesse de ampliar a cooperação econômica e aumentar investimentos no Estado”, disse.
Ratinho Júnior destacou as vantagens do Paraná, como mão de obra qualificada e a abundância de energia do Brasil. “Temos muito potencial, queremos ampliar a parceria na geração de empregos com serviços das empresas chinesas”, pontuou.
O embaixador revelou que também há interesse em ampliar a cooperação nas áreas de agronegócio, indústria e cultura. Ratinho Júnior colocou a Agência Paraná Desenvolvimento (APD) à disposição dos chineses e anunciou a disposição de visitar a China, se possível neste ano, para poder avançar nestas parcerias.
AEN