Na quarta-feira, 19, o Governo Federal, através do Ministério de Minas e Energia (MME), divulgou que o Brasil não adotará o horário de verão em 2024. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a aplicação não é necessária devido a todas as medidas de planejamento que foram feitas, garantindo segurança energética para este ano, algo que foi anunciado em coletiva em Brasília e leva em contato análise técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) com estudos amplos no Brasil.
“Nós, hoje, na última reunião com o ONS, chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão. As medidas de planejamento adotadas pelo MME garantiram a segurança energética, diminuindo o impacto do horário para este ano”, afirma o ministro Alexandre Silveira.
De acordo com o ministro, desde 2023 o País não corre risco de desabastecimento energético. “A discussão em torno da medida se deu em torno do planejamento para 2024 e os próximos anos, visando a garantia do suprimento energético com a modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor”, detalha a assessoria, frisando que Silveira destaca “que o horário de verão deve ser considerado como política pública”.
De acordo com os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), o Brasil vive a pior seca dos últimos 74 anos, quando o instituto iniciou o monitoramento das informações climáticas. Segundo Silveira, isso fez com que houvesse a necessidade de ações emergentes e planejadas visando a segurança do abastecimento de energia. “Essas ações garantiram que hoje o país esteja com 49% de água guardada em seus reservatórios”, completa o MME.
“Entre as medidas realizadas, destacam-se a preservação de recursos da bacia do Rio Paraná- UHE Jupiá e Porto Primavera, preservando cerca de 11% da água dos reservatórios de cabeceira, como Furnas, Itubiara, São Simão e a nova Ponte. Também foi executada operação excepcional do reservatório da Usina de Belo Monte para utilização na ponta do sistema, sem impactar as comunidades ribeirinhas. Ainda foram maximizados os recursos termelétricos de disponibilidade de potência para o período seco, além de minimizar o despacho das Usinas do Norte do Brasil ao longo do ano, de modo a utilizar no final do período seco. Também foi encontrada solução técnica para maximizar o uso da geração hidrelétrica nas Usinas do Rio Madeira e operações flexíveis das usinas termelétricas a GNL”, afirma o Governo Federal.
Segundo o ministro, todas essas ações objetivam preservar os níveis de reservatório de água com foco na geração de energia hidráulica para os horários de pico, algo que evita o despacho das térmicas, que possuem custo mais elevado, com aproveitamento principalmente da energia solar. “Com a gestão eficiente dos nossos reservatórios, conseguimos garantir o fornecimento de energia para o país”, afirma Silveira.
Horário de verão e 2025
O novo relatório da ONS aponta que a aplicação do horário de verão é importante e estrutural, sendo que ela inclusive pode ser adotada para aumentar a segurança do sistema a partir de 2025, caso seja necessário. “Nós temos a segurança energética assegurada para este ano, há o início de um processo de restabelecimento ainda muito modesto da nossa condição hídrica. Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025. O horário de verão é uma política com impactos transversais, e a sua aplicação deve ser sempre analisada com cuidado e baseada em dados técnicos, buscando o melhor para o país e para a população”, aponta o ministro.
“A decisão foi discutida amplamente a possibilidade do retorno do horário de verão com os mais diversos setores técnicos e da sociedade, como a indústria, os bares e restaurantes, as companhias aéreas e tantas outras, assim como os representantes dos consumidores”, finaliza o MME.
Com informações do Ministério de Minas e Energia