Na avaliação do governador, com planejamento adequado, investimento em tecnologia e capacitação dos produtores, os pivôs de irrigação podem aumentar a competitividade do agronegócio paranaense
A comitiva paranaense liderada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior continua a cumprir agendas no estado do Nebraska, nos Estados Unidos, com foco em conhecer tecnologias utilizadas para sistemas de irrigação. A reunião desta quarta-feira, 21, foi com representantes da Valley Irrigation, uma gigante do setor com presença em mais de 100 países, incluindo o Brasil.
O principal interesse da delegação paranaense, formada por representantes do Governo do Estado, setor produtivo e cooperativas agrícolas, além da Ag4Up, que ajudou a organizar a viagem, é nos chamados pivôs de irrigação, uma ferramenta moderna amplamente utilizada nos Estados Unidos e em alguns locais da Europa. Tratam-se sistemas de irrigação mecanizados que se movem em círculo em torno de um ponto central, irrigando grandes áreas de terra de forma uniforme e eficiente.
Na avaliação do governador, com planejamento adequado, investimento em tecnologia e capacitação dos produtores, os pivôs de irrigação podem aumentar a competitividade do agronegócio paranaense.
“Com o uso adequado dessa tecnologia, o Paraná pode aumentar a sua produção agrícola, diversificar as suas culturas, gerar mais empregos e renda e contribuir para a segurança alimentar do Brasil e do mundo”, afirmou Ratinho Junior.
No caso da soja, cuja colheita recorde de 1,2 milhão de toneladas em janeiro representou exportações de US$ 542,2 milhões para o Estado, o aumento da produtividade é estimado em 20% em relação às áreas não irrigadas. Nas áreas de pastagem para gado, o aumento chega a 50%, enquanto no milho, que também representa boa parte da safra estadual, os ganhos podem ser de até 70%.
Outro fator relevante é a crescente pressão pelo uso sustentável da água em nível global, o que torna a implantação de sistemas de irrigação ainda mais urgente. O uso de pivôs de irrigação permite o controle preciso da quantidade de água aplicada de forma mais eficiente do que outros métodos tradicionais, pois há menos perda de água por evaporação, o que também reduz os custos de produção. O sistema também pode ser utilizado para aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas de forma mais eficiente, otimizando o uso desses insumos.
REFERÊNCIA
Primeira a trabalhar com os pivôs de irrigação no mundo, a Valley conta atualmente com mais de 11 mil empregados, estando a maior parte deles concentrada nos Estados Unidos. Na América Latina, o Brasil representa o segundo maior mercado consumidor da empresa, que possui uma planta industrial em Uberaba e uma distribuidora em Ribeirão Preto.
De acordo com o vice-presidente de Estratégia da Valley Irrigation, Darren Siekman, além de ser pioneira no setor, a empresa tem uma longa história de relações com o Brasil. Ele explicou que a tecnologia pode ajudar os agricultores do Paraná a incrementarem a sua produção.
“A ideia é que o produtor consiga, por meio do pivô, enxergar tudo o que está ocorrendo na sua propriedade, e a intermediação do Governo do Estado é importante para acelerar esse processo de modernização no campo”, argumentou Siekman. “Com isso, o Paraná pode se tornar o primeiro em produção de grãos na América Latina”.
Outra vantagem apontada pelo representante da empresa é a geração de novos postos de trabalho em virtude da expansão da área irrigada, tanto na instalação e operação dos pivôs quanto na produção e comercialização de novas culturas que podem ser cultivadas em áreas irrigadas.
AGENDAS
Além da Valley, a missão do Paraná nos Estados Unidos também visitou na segunda-feira, 19, a sede da Lindsay Corporation, outra importante empresa do segmento no Nebraska. Na terça, 20, a comitiva se reuniu com o governador do Nebraska, com quem Ratinho Junior discutiu sobre a experiência americana com a irrigação, onde é utilizada desde a década de 1950, bem como maneiras para desburocratizar o seu processo de implementação.
Fonte: AEN