Na terça-feira, 5, o diácono Cleiton Oliveira, um dos missionários redentoristas que estão atuando nas visitas e toda a programação da 211.ª Festa Estadual de Nossa Senhora do Rocio, abordou a importância da influência de fé da Padroeira do Paraná em todas as regiões do Estado, assim como fez uma síntese de sua vocação sacerdotal. Ele, que é nascido em Assis Chateaubriand, no oeste do Paraná, viajou mais de 5 mil quilômetros do Acre, onde atua como diácono, e realizará sua ordenação presbiteral em sua cidade natal, onde foi batizado, no início de 2025.
O diácono destacou que desde os 20 anos realiza seu processo formativo na formação redentorista, morando em Londrina – PR e Curitiba – PR, bem como na Argentina, Colômbia e atualmente está em Feijó, no Acre. “Sou paranaense e muito devoto de Nossa Senhora do Rocio desde a infância”, destaca. “Nossa dinâmica missionária consiste em sempre que uma comunidade redentorista pede, que faz o convite que a gente una forças, a gente deixa a nossa missão para ir lá fazer parte de uma programação árdua, como a que temos aqui na Festa do Rocio”, explica.
Ele destaca que está há dois anos e meio no Acre em uma região ribeirinha, sendo necessário viagens por horas de barco em algumas comunidades, com uma realidade social diferente. “É isso que nos encanta, por sermos tão úteis e eficazes lá como evangelizadores, missionários é o que faz nosso coração arder e dizer que todo lugar serve, florescer onde Deus nos plantou”, destaca, ressaltando que atua em 30 comunidades em quatro missionários.
“Dia 8 de fevereiro de 2025 será a minha ordenação presbiteral, que assim chamamos, então na ordem certa iniciamos como seminaristas, ficamos durante toda a filosofia como postulantes redentoristas, fazemos o nosso noviciado, algo que fiz na Argentina ficando um ano lá, voltando recebi este hábito, que inclusive recebi no Santuário do Rocio, em Paranaguá, e depois professando votos começa a Teologia, onde fiz quatro anos de bacharelado, concluindo, o que já fiz, são marcadas as ordenações. Em 1.º de setembro, no Acre, fui ordenado diácono, permanecemos de quatro a seis meses diácono, que é o serviço, servir ao Altar, e ser encaminhado para atividade pastoral, onde depois somos ordenados padre”, explica, destacando que presidirá sua primeira missa em 9 de fevereiro em Assis Chateaubriand, algo que fará junto com o padre que o batizou.
“O coração acelera. É como se fosse um casamento, você quer que se concretize isso publicamente o amor que você têm para com o outro, e nós missionários somos chamados, ao invés de o amor exclusivo por alguém, ao amor inclusivo que abarca toda a missão redentorista. O coração fica ansioso, a família se programa”, ressalta, destacando que esta é a concretização de sua missão religiosa por 10 anos.
Relação com a Mãe do Rocio e relação com a avó
Segundo o diácono, sua relação com a Mãe do Rocio o acompanha desde criança. “Minha avó, hoje ela conta com 93 anos e fará 94 anos em janeiro, ela me acompanha desde que eu escutava o padre Sérgio Campos dando a benção da água através do programa Consagração de rádio, que chega a dezenas de cidades no Paraná, algo que passa às 6h da manhã, uma parada obrigatória na minha cidade. Desde pequeno lembro da minha vó aumentando o volume, principalmente na benção da água, concluindo o programa pela intersecção da Nossa Senhora do Rocio. Nisso fui criando em minha mente como seria o Santuário do Rocio, onde ele ficava, eu tinha 14 a 15 anos na época, era um sonho muito distante. Depois, quando eu entrei para os missionários redentoristas, em 2014 a 2015 que comecei a conhecer melhor a formação redentorista, eu vi o Santuário do Rocio cuidado pelos redentoristas, então é um link de história”, afirma.
“Vim para Paranaguá, conheci o Santuário e vi que aqui é a sede de uma das devoções mais especiais do nosso país e do sul do Brasil. Desenvolvi uma devoção muito grande herdada da minha avó, que ainda é muito devota da Nossa Senhora do Rocio. Nas orações das terças ela sempre invoca este título, a mesma Nossa Senhora e Maria”, frisa, destacando que a semente devocional à Mãe do Rocio surgiu em 1648, antes da criação do estado do Paraná, e que ele sente esta fé extremamente próxima dele, por ser paranaense. “Para mim é muito especial isso, saber que sou paranaense, herdei da própria avó, em sua formação católica, a devoção, e agora estou tão perto Dela. Hoje tive a experiência de vê-La voltar o seu olhar no nicho do Santuário e eu pensei neste grande momento, não esperava chegar neste momento tão próximo de uma devoção assim. São duas faces de uma mesma devoção, uma é me sentir encantado e alcançado por Ela, desde a infância e adolescência, e outra é sentir que hoje sou responsável por Ela se sentir reconhecida e amada”, ressalta o missionário redentorista.
Divino Orvalho e devoção da sua mãe
“É muito especial falar com tanto amor Dela que protege todos nós paranaenses, principalmente sobre o Divino Orvalho, que é o seu símbolo, então sempre quando amanhece e aquele orvalho está caindo, aí já lembro, aí está o Rocio, no espanhol a tradução. É isso que me faz encantar por Ela, por Ela estar sempre disposta a derramar do céu o divino orvalho, que acalenta, que acalma, que sereniza, venho de uma realidade muito conturbada pessoalmente agora, perdi a minha mãe vítima da enfermidade do câncer, ela era devota de Nossa Senhora e disse para eu ir lá e rezar por ela no Santuário do Rocio. Toda a novena que estou participando estou fazendo em sua intenção. Vejo tantos paranaenses chegando no Santuário com suas preces, agradecimentos, súplica, isso toca o meu coração, para nós missionários isso é muito gratificante ver que esse trabalho está produzindo frutos não por nós, mas por intercessão Dela e saber que somos mensageiros disso tudo”, ressalta Oliveira.
Relação com Paranaguá e Festa do Rocio
Segundo ele, a primeira vez que veio a Paranaguá e ao Santuário do Rocio foi em 2016, convite recebido do padre Marcos Vinícius. “Eu tinha iniciado o processo formativo já, estava no acompanhamento vocacional em Curitiba, onde o padre me convidou para conhecer o trabalho no Santuário do Rocio, passei a Semana Santa e a Páscoa aqui em Paranaguá. Não era a festa ainda, em 2017 vim para a festa junto ao padre Joaquim Parron, que estava nos animando como missionários, e ele nos convidou para vir, onde vi a magnitude que é esta bonita, grandiosa e maravilhosa festa”, afirma o diácono.
“Me sinto primeiro um filho amado por essa Mãe que nos acolhe ao redor do seu filho Jesus. É uma felicidade quando vai chegando outubro e inicia o mês de novembro, parece que a nossa mente já vai ouvindo a letra da música ‘quando chega a primavera, eu vejo minha tapera, toda enfeitada de flores’, parece que o coração já entra em um clima diferente, para nós, enquanto missionários redentoristas. Depois que chegamos aqui percebemos que este envolvimento não é só pessoal, a cidade toda vai se voltando ao redor do Santuário e desta devoção. É uma felicidade enorme, começamos a pensar nas procissões, nas atividades, é o Santuário que cumpre também a sua missão social, ajudando tanta gente com cursos sociais, atendimentos, é aquela alegria de que fiz a escolha certa, eu sou apaixonado e amo este lugar”, afirma o missionário redentorista.
De acordo com ele, a felicidade presente até mesmo nas novenas às 6h da manhã possui relação direta com seu amor ao Santuário do Rocio e à Mãe do Rocio. “Essas novidades que o padre Dirson Gonçalves, que é fora da curva, têm trazido, todo ano pensamos o que nos espera a cada ano. Sabemos que Nossa Senhora do Rocio está aqui nos esperando, mas queremos saber quais as metodologias missionárias que vão surpreender, entradas, procissões diferentes, passeio PET e procissão dos caminhoneiros que neste ano teve, então sempre tem uma novidade que vai revestir a programação dentro de um lema tão especial e profundo deste ano que é Mãe do Rocio, revela-nos a Luz do Mundo”, frisa, destacando que o protagonismo está no colo de Maria, que é Jesus, onde Ela foi instrumento para esta luz vir ao mundo.
“A alegria maior da gente é saber que este ano, com o manto novo e a festa, Jesus vai revelar-nos a sua Luz e abastecer e animar em nós a fé, a esperança e o amor, que são as três virtudes teologais”, finaliza o diácono Cleiton Oliveira, que é também o animador das novenas às 6h da manhã da Festa Estadual de Nossa Senhora do Rocio, um horário que fica lotado de fiéis. “Estamos lá. Abrimos a Igreja às 4h45 para iniciar o Terço, acolhendo os trabalhadores e devotos que chegam. Após isso começamos as músicas e canções, estarei todas as novenas às 6h da manhã junto aos missionários redentoristas e padre Dirson”, frisa, destacando a beleza da fé de todos já cedo e antes do trabalho nas novenas.
Mensagem final e convite aos fiéis
O diácono destacou também a importância da parceria com a Folha do Litoral News para ecoar a devoção à Nossa Senhora do Rocio em todos os cantos. “Paranaguá conta com duas potências, além da portuária e econômica que é importante ao nosso estado e país, também temos a potência religiosa, sendo o Santuário do Rocio um dos maiores e mais bonitos do estado, trazendo muita gente para cá. Às vezes acontece que muita gente de longe valoriza, e às vezes quem está em casa esquece de prestigiar e valorizar a própria casa da Mãe, que é onde Nossa Senhora do Rocio escolheu e está construindo esta história maravilhosa desde 1648”, ressalta. “Venham para a Festa do Rocio. 2024 está recheado de surpresas. Nossa Senhora já está com seu manto novo muito bonito e com este lema Revela-nos a Luz do mundo queremos chegar às empresas, casas, automóveis, de diferentes maneiras, para dizer que você não está sozinho, nas suas lutas diárias você tem Deus, nosso senhor Jesus Cristo e a sua Mãe”, finaliza o diácono Cleiton Oliveira.
Confira a entrevista em vídeo no Facebook da Folha do Litoral News.