Está acontecendo na Casa Monsenhor Celso, em Paranaguá, a exposição coletiva “Terra, Mar, Ar e Fogo” do grupo “Bendita Todas as Mãos”. A mostra reúne obras de sete artistas locais: Marcos Piantá, Helber Jeison, Marcial Neves, Laércio Gomes, Gil Gastaldon, Gio Negromonte e Marciele Neves, e pode ser visitada até 13 de junho. As obras exploram temas ligados aos quatro elementos da natureza, terra, mar, ar e fogo, os quais constituem e movimentam o mundo utilizando diferentes técnicas visuais de pinturas e esculturas. O evento conta com o apoio da Prefeitura de Paranaguá por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico.
O artista Marcos Piantá, chegou a Paranaguá entre os anos de 1992/1993, segundo ele, sem conhecer a cidade, mas já mostrando o seu trabalho. Por muito tempo, realizou várias obras como entalhador (escultor em madeira) na Praça Fernando Amaro, local onde conheceu muitos amigos e diversos artistas. Em suas artes, procura explorar os elementos como campo simbólico de tensão e equilíbrio, onde a fluidez das águas e a leveza dos céus se unem como convite à contemplação. Ele explica o surgimento do grupo “Bendita Todas as Mãos” e a volta das exposições depois de 20 anos.
“Dali (da praça Fernando Amaro) nós formamos um grupo, conheci amigos que trabalhavam com arte, que eram fazedores de arte, e montamos um grupo. Esse grupo na época, chamava-se, Bendita Todas as Mãos. Eram cinco artistas com nuances diferentes de arte, com fazeres diferentes de arte, mas amigos, e que para poder ocupar essa casa Monsenhor Celso, que é muito grande, nós conseguimos montar esse grupo e fizemos nossa primeira exposição em 95 com um grande sucesso, algo que prosseguiu por seis anos consecutivos”, afirma o artista.

“Agora estamos resgatando os editais de ocupação da casa e nós fomos um dos aprovados no edital. Conseguimos resgatar esse grupo, 20 anos depois, juntar os amigos, os colegas e são sete artistas expondo aqui. Em 20 anos de diferença dá para ver o trabalho de todos”, explicou Piantá.
De acordo com Piantá, é a primeira vez dele trabalhando com pinturas em telas.
“Eu sou entalhador, escultor em madeira, faço esculturas com motosserra, ceramista, aulas de cerâmica e esse ano, ainda não abriu o edital, mas a gente vai continuar, venho com um projeto já antigo que não havia tempo de eu fazer, que é a pintura em tela. E eu prefiro dizer que sou arteiro. Ah, mas arteiro? Arteiro, eu gosto de fazer tudo o que é diferente na arte. O pessoal está provando, acho que eu posso continuar nas pinturas em tela também”, finalizou.


Fotos: Folha do Litoral News
Cultura caiçara
Giovanni Negromonte, o “Gio Negromonte”, é advogado, artista, oficineiro de fotografia e integrante do grupo “Bendita Todas as Mãos”. Em suas obras, expostas na Casa Monsenhor Celso, Gio propõe retratar a terra caiçara revelando sua força simbólica como lugar de memória, cultura e coexistência entre natureza e vida humana. Ele destacou a presença das crianças do Projeto 5C – Centro Cultural Cecília Correa Carvalho, na exposição, que realiza o projeto “Pá na Água”, unindo a canoagem com oficinas de fotografia.
“É uma exposição coletiva de vários artistas locais, grupo que já é formado há muitos anos e eu tive a oportunidade, o convite para entrar mais recentemente”, relata.

“Estamos aqui nessa casa tão importante para os artistas, que é o templo dos artistas parnanguaras e recebendo a visita aqui do Projeto 5C, do projeto Pá Na Água, que é uma iniciativa que une a canoagem com as oficinas de fotografia. Então, os alunos vieram aqui para poder ver um pouco das obras, olhar um pouco, ter um pouco de contato com essa produção artística local e depois deles fazerem essa visita geral, a nossa ideia é sentar para conversar com eles sobre as obras que eles gostaram mais, sobre as técnicas, sobre o que eles entenderam. O foco é também escutar um pouco sobre arte, sobre o território, sobre essas produções que a gente faz aqui no lugar onde moramos”, ressaltou Giovanni.


Fotos: Folha do Litoral News
Visitação
A visitação à exposição é gratuita e aberta ao público, sendo realizada de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e aos sábados, das 10h às 14h. O evento foi contemplado pelo edital de chamamento público n° 005/2024 do município.