Na terça-feira, 11, aconteceu em Curitiba, no Hotel Bourbon, o segundo dia do Sul Export – Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, que contou com uma visita técnica ao Porto de Paranaguá na segunda-feira, 10, e, em seu encerramento, teve a presença de destaque da empresa pública Portos do Paraná e da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil) em dois painéis trazendo dados sobre avanços no setor portuário e logístico do estado nos últimos anos. Entre as principais presenças do Fórum estiveram o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico, o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia da Silva, o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins, e o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, entre outras autoridades e lideranças empresariais do Brasil. O evento contou com a participação presencial de 150 pessoas e milhares acompanhando de forma online em transmissão ao vivo feita pela organização do Sul Export.
“O debate, a conversa, a troca de informações, faz com que todos nós saiamos um pouco mais ricos daqui. Este evento tem tripla finalidade, além de fazer o network com as pessoas se conhecendo, ele concede acesso a debates que provavelmente no nosso dia-a-dia nós não teríamos. Tivemos um debate, por exemplo, com dois ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) falando do trabalho portuário e como o TST enxerga isso, algo que é muito específico da área do Direito e que todos nós tivemos acesso”, explica o secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Fabrizio Pierdomenico. “Olhar os portos do Sul do País, mostrando a importância e o peso que esses portos têm para a economia, sempre torna este debate mais rico”, ressalta, reforçando que o setor portuário vem crescendo há 20 anos no Brasil, que está ocupando um espaço cada vez maior no comércio exterior. “Os Portos são fundamentais nesse sentido. 95% do que entra e o que sai do Brasil em valor, ou seja, em cada U$ 100,00 em exportação e importação, U$ 95,00 passa pelos Portos”, completa.
Paraná e Portos do Paraná
“Estivemos aqui em nome do Governo do Paraná mostrando os investimentos, avanços e projetos que estamos estudando e executando no estado, ouvindo também outros entes e o setor privado sobre o que está acontecendo não só no Paraná, mas na região Sul. Para nós, da Secretaria de Infraestrutura, é algo muito relevante. Foi um fórum de discussão de mobilidade, logística e transporte, que é algo que trabalhamos no nosso dia-a-dia junto com a Portos do Paraná, a Ferroeste, o DER e as pessoas que estão no setor de Infraestrutura. Tivemos muito a falar, o Paraná tem se transformado em esse hub de logística e nós temos hoje um cronograma de investimentos muitos expressivos no País, inclusive leilões que já estão marcados que certificam o que estamos falando e um Porto muito eficiente, que deve mais uma vez ficar com a melhor gestão do País. Trouxemos um pouco do nosso aprendizado, do nosso trabalho e é sempre bom também aprender com os demais amigos que estão presentes neste importante evento”, afirma o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.
Luiz Fernando Garcia da Silva, diretor-presidente da Portos do Paraná, afirma que a Sul Export posiciona o estado do Paraná e o seu protagonismo no cenário nacional e internacional. “O governador Ratinho Júnior, desde janeiro de 2019, vem demonstrando em seu governo boas ações de logística e desenvolvimento da infraestrutura do estado como um todo.Então, nós temos projetos na área ferroviária, como a Nova Ferroeste, nós temos as novas concessões de rodovia no Paraná que o Governo do Estado defendeu firmemente o seu modelo, e temos também o Porto, com grandes iniciativas, que pudemos dividir aqui com os colegas, com a presença dos outros portos e setores de infraestrutura do sul do Brasil, mas também colegas de todo o País, querendo entender um pouco no que estamos trabalhando nesses tempos”, ressalta. “Hoje pude falar aqui sobre os nossos novos projetos, o Moegão, que em breve se inicia a obra, a maior obra portuária pública do País. Temos também o projeto de concessão do canal que em parceria com o Governo Federal vem sendo desenvolvida. É um ambiente propício, onde podemos dividir o que o Paraná vem adotando como boas práticas, mas também podemos escutar o que nossos colegas, pares e colegas de outras áreas de infraestrutura também vem adotando como melhores práticas, para, no fim do dia, tirarmos boas lições”, detalha.
“O Brasil Export, o Sul Export, são eventos muito importantes para o setor da logística do Brasil. Para pensar no desenvolvimento da agricultura e da indústria nós temos que trabalhar o Porto, a logística, os acessos, então essas discussões que foram feitas em paineis aqui no evento focaram esses assuntos. A importância da Portos do Paraná, que é uma referência no setor portuário no Brasil, de estar participando em um evento como esse é grande, tanto para passar nossas experiências, como para aprender com o conhecimento de todas as autoridades que estão aqui, pois são muitas pessoas do País inteiro com muito conhecimento sobre logística”, ressalta o diretor empresarial da Portos do Paraná, André Pioli. “Temos que pensar na logística do Brasil como um todo. Um ajudando o todo se desenvolve todo o setor”, completa.
TST
O ministro do TST, Breno Medeiros, iniciou participando do primeiro painel do evento com o tema “InfraJur: Exclusividade e reflexos da tecnologia na relação de trabalho portuário”. “A região Sul conta com uma facilidade, temos muitas estradas, tenho visto aqui muitas licitações nas rodovias, bem como ferrovias e infraestrutura. Ontem (segunda-feira, 10) fiquei muito impressionado com o Porto de Paranaguá, com a qualidade que ele tem e com a rapidez com que ele faz e o tanto que ele é importante trazendo 100% dos fertilizantes que são usados na nossa agroindústria. Vejo que é um setor muito importante, que carece de alguma visão com relação a treinamento, mas que é pujante e importantíssimo, parece aí que 95% das nossas importações e exportações passam pelos portos. Essa atenção que vejo o governo dando, que o Legislativo deve fazer e que nós do Judiciário estamos lá para auxiliar também nesse sentido para que tenhamos sem dúvida alguma um bom desenvolvimento do País na área”, ressalta o magistrado.
Portos RS
“A nossa presença aqui no evento foi fundamental, pois conseguimos trazer todos os players, as partes interessadas do setor portuário, para que possamos discutir temas importantes, pensando as soluções para o mercado como um todo, apresentando as alternativas e o que temos. É fundamental a gente participar do Sul Export, bem como no Brasil Export, que é importante na construção e da evolução do setor portuário como um todo”, afirma o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger. “No nosso painel, abordamos um pouco os modelos de gestão das autoridades portuárias, começando com o secretário Fabrizio, que realizou uma abordagem, e nós, como debatedores deste painel, trazemos a nossa experiência, os nossos modelos. Nós, no Rio Grande do Sul, somos uma empresa pública recente, em 2022 foi feita a extinção da autarquia e a criação como empresa. Estamos no início da caminhada, realizando este processo de transformação, o que já vem trazendo alguns importantes resultados com valores de investimento, de reajuste da infraestrutura, para que a gente consiga ofertar um melhor serviço para os nossos operadores, para a carga e movimentação”, completa.
Secretaria de Portos de Santa Catarina
O secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de Santa Catarina, Beto Martins, destacou a importância do Sul Export e os avanços obtidos em seu estado no setor portuário, com a criação da sua pasta em 2023. “O evento foi uma grande oportunidade para os estados do Sul mostrarem o que estão fazendo e, acima de tudo, o seu planejamento para o futuro. Trouxemos aqui este novo momento de Santa Catarina que criou a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias, onde estamos à frente da pasta há cerca de 90 dias e o protagonismo já começou a mostrar resultados. Evidente que tendemos a melhorar nesse setor, pois o Governo de Santa Catarina tinha apenas gerências cuidando desses três modais em uma grande Secretaria de Infraestrutura, mas que não tinham o protagonismo que merecem. Todos sabemos que secretaria de Infraestrutura dá protagonismo para estrada e buraco. Agora estamos tratando exclusivamente dos nossos portos, Santa Catarina é um estado muito rico em seu complexo portuário com seis portos, cinco funcionando de forma pujante. Certamente o setor merecia um maior protagonismo nas discussões dos seus grandes desafios. Hoje, nesses 90 dias, já dá para dizer que temos um bom diagnóstico. Agora, é planejar e executar”, salienta.
Cargill e Atexp
O gerente da Cargill em Paranaguá e diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp), André Maragliano, participou do quarto painel do fórum com o tema “Iniciativas dos operadores logísticos e portuários e demandas dos embarcadores de carga”. “Basicamente o que trouxemos é que temos obviamente muito interesse no Porto de Paranaguá, muito apetite, queremos continuar a bater recordes, seja de volumes, de produtividade ou eficiência, tornando o Porto de Paranaguá cada vez mais competitivo, sendo a principal para os clientes. Obviamente temos que falar também, algo que todos estão falando e que é recorrente, que é infraestrutura de acesso terrestre, que é hoje o desafio de qualquer porto no Brasil, mas sobretudo no Porto de Paranaguá. A demanda de carga pelo Porto vai continuar aumentando, pois, o aumento da população global vai prosseguir ocorrendo, hoje somos 8 bilhões de pessoas, em 2050 seremos 9,7 bilhões, então a demanda por alimento no mundo continuará crescendo e o Brasil é o principal fornecedor de alimentos no mundo e o Porto de Paranaguá tem a sua vocação no agronegócio”, ressalta.
Maragliano reforça que, além de um porto cada vez mais moderno e com investimentos, é essencial investimento na infraestrutura de acesso ao terminal paranaense. “O maior desafio é saber como dar celeridade às discussões. Somos muito bons em discutir, mas precisamos ser bons em fazer também. Temos que alinhar o discurso do setor portuário como um todo, pois chegaremos em 2030, que é um ano que todo mundo está dando como referência aqui que teremos 500 milhões de pessoas no mundo e o Porto de Paranaguá é um grande ator em suprir alimentos para o mundo, a gente corre o risco de colapsar. Temos hoje um único acesso rodoviário ao Porto, teremos uma nova concessão, mas discutiremos a mesma concessão, mas talvez os últimos 10 meses nos ensinou que somos refém da rodovia. Precisamos ter novas discussões e alternativas para o Porto de Paranaguá além da BR-277. Ferrovia é a mesma coisa, tivemos discussão da Nova Ferroeste e renovação da Malha Sul, mas sabemos que não será tão fácil sair do papel. Então, 2030 está aí, as discussões vão superar 2030, vamos conseguir finalizar até 2030 e ter uma nova ferrovia atendendo o Porto? Teremos outras alternativas? Essas são as grandes questões, com foco na celeridade, pois não queremos ser parte do problema, queremos ser parte da solução”, afirma o gerente da Cargill.
OGMO Paranaguá
No evento, junto a outros juristas, a diretora executiva do Órgão Gestor de Mão de Obra de Paranaguá (OGMO Paranaguá), Shana Carolina Colaço Vaz Bertol, assumiu como membro do Conselho Jurídico da Brasil Export e destacou a importância do cargo para o setor portuário paranaense. “É uma grande honra poder contribuir para este importante braço do Brasil Export que é o InfraJUR, fazendo toda esta conexão de logística, transporte e infraestrutura. Tudo isso tende a contribuir com o setor portuário, com a união de todas as entidades aqui, algo que agrega muito valor e contribui muito para que avancemos cada vez mais em importantes pautas no setor portuário”, explica.
