No último sábado, 27, a ultramaratonista paranaense Luciana Beatriz Freitas da Rocha, nascida em Curitiba e criada em Paranaguá, que faz parte da Seleção Brasileira de Ultramaratona, realizou participação histórica no 31. º Campeonato Mundial IAU de 100 km, em Bernau, cidade próxima a Berlim, Alemanha. Em entrevista concedida à Folha do Litoral News, ela fez um balanço positivo da sua atuação na prova, a primeira em que ela disputou fora do Brasil, ressaltando seu desempenho entre as três melhores brasileiras no Mundial e tempo de 9 horas, 22 minutos e nove segundos que a credenciou a pontuar no ranking mundial.
Com diversas conquistas em provas no Paraná e em outros estados, Luciana possui uma rotina árdua de atleta que a credenciou para a disputa do Mundial. “Para atingir esse objetivo fiz uma preparação intensa e consegui o índice para integrar a Seleção Brasileira de Ultramaratona, algo que me proporcionou disputar a prova na Alemanha. Foram três anos de preparação para estar entre as melhores do Brasil e competir pelo meu País em um evento internacional. Este é um sonho de todo atleta”, ressalta.
Luciana afirma que a ida à Alemanha foi a primeira viagem internacional que ela fez com a Seleção Brasileira. “Curti cada minuto, agradecendo a Deus pela oportunidade ímpar. Voltei com uma bagagem mental e física extraordinária, pois foi uma experiência marcante na minha vida”, salienta. De acordo com ela, desde a disputa e vitória na prova de 105 quilômetros entre Morretes e Guaraqueçaba em maio, ela realizou durante três meses um ciclo de treinamentos para o Mundial. “Semanalmente eu corria 120 quilômetros para treinar corpo e mente para a prova. Todos os dias haviam quilômetros a serem percorridos, variando entre 12 a 20, algo que eu fazia às 5h da manhã”, ressalta sobre a preparação.
“Os treinos mais longos eram feitos nos fins de semana com uma média de 50 a 60 quilômetros por etapa. A preparação também inclui uma reeducação alimentar para um bom preparo, pois a alimentação também faz parte do processo”, afirma a ultramaratonista.
Disputa da prova e representar Paranaguá
A largada da prova do Mundial aconteceu às 6h30 da manhã na Alemanha no último sábado, 27. “A diferença do fuso horário acredito que é de cinco horas com relação ao horário de Brasília. A temperatura era em média de 20.ºC e umidade alta, algo que prejudica os atletas, onde uma hidratação adequada se faz necessária. Meu tempo de prova foi de 9 horas, 22 minutos e 19 segundos”, explica.
“Fui a terceira atleta brasileira a terminar a prova e os três melhores tempos pontuam para o ranking mundial. A equipe feminina brasileira de Ultramaratona, entre os 46 países que estavam disputando, obteve a 15.ª colocação. Meu desempenho foi sensacional. Encontrei alguma dificuldade, o que é natural, mas tinha a certeza de que faria os 100 quilômetros até o fim”, frisa Luciana.
A ultramaratonista destacou também a importância de representar a sua cidade mundialmente. “Levar o nome de Paranaguá para o Mundial de Ultramaratona me deixa extremamente lisonjeada e feliz. Com isso, espero que essa modalidade esportiva cresça cada vez mais em nossa cidade”, ressalta Luciana da Rocha.
Volta para casa e próximos passos
“A expectativa da ida foi imensa, porque viajar é bom, mas voltar para casa é bem melhor. Nada se compara com o seu lar, a sua cidade, o seu País. Nós temos a melhor comida do mundo, como senti falta do nosso arroz com feijão. Volto com grande sensação de dever cumprido e com a prova-alvo concluída”, ressalta a atleta parnanguara. Segundo ela, seu tempo de prova a mantém na Seleção Brasileira. “Com isso tenho grandes chances de disputar da Continental (Sul-americano) de 100 quilômetros em 2023, ainda sem data e país definidos”, completa.
Luciana da Rocha afirma que o foco no seu desempenho de ponta e na disputa de provas prossegue. “No Brasil, programei participações nas provas Amazing Run – Serra da Graciosa (20 quilômetros), Meia Maratona de Pomerode e Maratona de Curitiba”, finaliza a ultramaratonista parnanguara.