O Porto de Paranaguá deve receber, em 2019, dois novos terminais portuários, um para movimentação de papel e celulose e outro para movimentação de veículos. Ambos são aguardados devido ao avanço que representam para o porto e para empresas que lidam com estes tipos de cargas. Os terminais devem entrar em operação no segundo semestre de 2019.
A consulta pública está aberta no site da Antaq até o dia 24 deste mês, data limite para envio das contribuições por meio do preenchimento de um formulário eletrônico disponível no www.antaq.gov.br. A audiência presencial ocorreu no dia 7 de março, em Paranaguá. A próxima fase é analisar todas as sugestões e consolidar os documentos técnicos e jurídicos. O passo seguinte é fazer os encaminhamentos ao Tribunal de Contas da União e, assim que deliberado, haverá condições de licitar o edital para abertura do leilão.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) tem a licença ambiental de operações, que abrange todas as áreas, desde 2013. Sendo assim, de acordo com a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), é dispensável a obtenção de licenciamento prévio específico para os empreendimentos.
O diretor da Antaq, Mário Povia, afirmou que este é um dos arrendamentos que o Porto de Paranaguá mais irá se beneficiar. “Este é um dos portos mais bem geridos do Brasil, há pessoas de primeira linha no comando, e isso faz toda a diferença. O Porto está muito bem e estou muito feliz de ver Paranaguá crescendo”, destacou.
O diretor da Antaq, Mário Povia, afirmou que este é um dos arrendamentos que o Porto de Paranaguá mais irá se beneficiar
O diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, lembrou que com a atual estrutura já foi possível atrair montadoras de veículos que fabricam carros em Santa Catarina. “A BMW escolheu vir para Paranaguá e isso é um orgulho para todos nós, para os trabalhadores. No caso dos veículos, vamos atender até 2030, ou seja, seremos um porto de excelência quando esse pátio estiver concluído. É uma obra muito rápida, o que demora mais são os ritos legais, pois existem prazos para manifestações, para respostas, tudo isso tem que ser cumprido. Mas é uma obra que pode ser concluída em oito meses”, declarou Dividino.
Já na área de papel e celulose, o diretor-presidente da Appa salientou que Paranaguá já possui um armazém ligado ao ramo que foi construído com a melhor técnica e de forma rápida. “Em menos de oito meses levantaram um barracão de quase 40 mil metros quadrados e com a melhor tecnologia. Esses armazéns garantem o futuro, hoje se falarmos com a classe trabalhadora da área de papel e celulose, eles têm uma boa produção e são bem remunerados”, concluiu Dividino.
PAPEL E CELULOSE
Com a operação do novo terminal de papel e celulose, denominado como PAR01, o objetivo é realizar o escoamento de 100% da produção gerada na região de influência do porto. A receita anual esperada é de mais de R$49 milhões em uma área de pouco mais de 27 mil metros quadrados. Segundo dados da Antaq, a projeção de demanda de movimentação de papel e celulose é de 1 milhão de toneladas ao ano.
VEÍCULOS
O terminal de veículos não fica atrás em números expressivos de movimentação de carga. Denominado de PAR12, o empreendimento será responsável por movimentar 54% das cargas geradas na região de influência do porto. A estimativa de receita anual é de mais de R$41 milhões em uma área de mais de 170 mil metros quadrados, maior que a do terminal de papel e celulose.
A projeção apresentada pela Antaq é de que o terminal seja de 112 mil unidades de veículos em 2019 e 195 mil em 2041. Para alcançar este número, o terminal precisará estar apto a descarregar 560 vagões por semana, com aproximadamente 64 toneladas cada; e carregar um navio por semana, com consignação média de 40 mil toneladas.
O empreendimento referente a veículos terá capacidade estática de armazenar pouco mais de 12 mil unidades. “Assumido o tempo de armazenagem média dos veículos de 14 dias, serão possíveis 26 giros anuais da capacidade estática, correspondentes a uma capacidade anual de 310 mil veículos”, divulgou a Antaq.
Foto: André Kasczeszen