Marília Pevidor de Carvalho Cavallari tem seu trabalho reconhecido em Paranaguá na área musical. Além de reger corais, leciona música e incentiva a prática cultural na região. Natural do Rio de Janeiro, veio para Paranaguá no ano de 1995, acompanhando seu esposo, que assumiu o pastorado da Primeira Igreja Batista de Paranaguá, Nivaldo Cavallari. É Bacharel em Música (piano) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em Música Sacra pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, licenciada em Educação Artística pelo CBM e pós-graduada em Educação Musical pela Escola de Belas Artes do Paraná. Tem dois filhos: Lucas (engenheiro, mora e trabalha em Curitiba) e Leticia (dentista, atua em Paranaguá).
Marília gosta de cantar, tocar piano e reger corais. Como maestrina, participou da produção musical do DVD dos 50 anos da Sociedade Amigos da Música, em 2008. A partir de 2009 assumiu o Coral Municipal, com quem tem se apresentado dentro e fora do Paraná. Promove anualmente o "Canta Litoral" – Encontro de Corais do Litoral. Participou com o Coral Municipal das gravações do CD "Memória Musical", lançado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá em comemoração aos seus 85 anos de existência em outubro de 2016. Além do Coral do Município, Marília também rege o Coro Hosanas e o Conjunto Vocal Charis, da Primeira Igreja Batista, onde coordena a parte musical e leciona piano. É sobre suas atividades artísticas que ela fala nesta entrevista. Confira:
Folha do Litoral News: Como surgiu o seu interesse pela música?
Marília: Eu venho de uma família de músicos. Meu avô foi o primeiro clarinetista do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Embora ele tenha falecido um ano após o meu nascimento, deixou seu legado. Quase toda a minha família (tios, primos, pais, sobrinhos, filhos) toca algum instrumento e gosta de cantar. Nos encontros da família sempre cantávamos árias de óperas. Esse interesse surgiu de forma espontânea, pois já vem de família, meus próprios pais me levaram para esse caminho.
Folha do Litoral News: Quais foram suas experiências nesta área antes de fixar residência em Paranaguá?
Marília: Regi coros e atuei como pianista correpetidora, acompanhando cantores, fazendo duos. Quando me casei fomos morar na cidade de Queimados, no Rio de Janeiro. Lá dirigi uma escola de música que chegou a ter 275 alunos. Ajudei a estruturar a parte musical da igreja e da cidade, pois ela havia se emancipado de Nova Iguaçu na época. Sou a autora, junto com meu esposo, do Hino Municipal de Queimados.
Folha do Litoral News: Além de reger corais, quais são as suas outras atividades musicais?
Marília: Sou professora de piano e dou aulas de piano em casa. Também sou responsável pelo departamento de música da Primeira Igreja Batista de Paranaguá. Lá eu coordeno toda a área musical. Temos quatro bandas, um conjunto de violões, coro jovem, coro infantojuvenil e coro de adultos. Também oferecemos cursos livres de música para os membros da igreja, também aberto à comunidade. Na cidade de Paranaguá promovo eventos e cursos neste sentido. Neste fim de semana, por exemplo, teremos um workshop de técnica vocal para crianças. Gosto de cantar e de acompanhar solistas, seja na área vocal ou instrumental.
Folha do Litoral News: A senhora promove anualmente o ‘Canta Litoral’. Como surgiu esse evento?
Marília: Nós vivemos em uma sociedade muito individualista e também imediatista e o canto coral faz o sentido inverso. É preciso muito trabalho, com encontros e ensaios semanais. O canto coral de um modo geral no mundo está sumindo, dando lugar a bandas, a grupos rápidos. Em 2010, fui atuar como pianista no coral da Transpetro e Marjorie Crispim era a maestrina. Eu já estava à frente do Coral Municipal também. Desse contato com a Marjorie surgiu a ideia de juntarmos os nossos coros e, posteriormente, fazermos um encontro maior, com outros corais. O primeiro Canta Litoral foi na PIB, o segundo foi na UFPR Litoral e os três últimos no Teatro Rachel Costa. Ano passado conseguimos reunir treze corais e um público de mais de 300 pessoas.
Folha do Litoral News: O que representa para a carreira da senhora reger o coral municipal?
Marília: Não posso dizer que é status porque não é. Posso dizer que é uma alegria muito grande, uma realização pessoal, pois estamos trabalhando com gente que gosta de cantar. O coral municipal é aberto para todos que queiram participar e os integrantes estão ali porque gostam e vão com vontade. Isso para mim é a melhor recompensa. O coral surgiu em 2009 e está homologado em decreto pelo então prefeito José Baka Filho.
Folha do Litoral News: Quais as principais impressões que a senhora trouxe das viagens realizadas com o coral municipal?
Marília: A impressão que eu trago sempre é que nós temos muito valor, que não estamos muito distantes de outros corais amadores, mas que sempre existe a possibilidade de melhorar. Quando saímos e vemos coisas novas, repertórios e performances diferentes temos a oportunidade de crescermos musicalmente com isso. Essas participações servem para avaliar como nós estamos e aonde nós queremos chegar. Além da união do grupo que é favorecida através dessas viagens, forma-se um laço muito forte de amizade. Na próxima semana, mesmo ainda não tendo retornado às atividades por conta da troca de Fundação para Secretaria, nós vamos fazer um encontro informal na minha residência, só pelo prazer de estarmos juntos, e nesses encontros surgem também as trocas de ideias para as atividades anuais.
Folha do Litoral News: Qual a emoção quando está regendo?
Marília: Confesso que já chorei em algumas apresentações. A técnica é importante nos ensaios, já nas apresentações o que deve prevalecer é o sentimento. A técnica já foi absorvida ou deveria ser. Quando acontece a apresentação temos que nos alegrar e nos divertir com aquilo que já aprendemos. Apresentação é uma festa, é celebração e alegria.
Folha do Litoral News – Quais serão seus principais desafios agora?
Marília: O primeiro é dirigir três espetáculos musicais no Teatro Rachel Costa neste ano. Musicais que apresentaremos na PIB, mas que pretendemos levar para outros lugares também. No dia 19 de março, às 15 horas, apresentaremos o primeiro deles, que será o musical infantojuvenil O Segredo do Jardim, com entrada franca e doação de um quilo de alimento não perecível. O outro desafio é pessoal. Iniciei um MBA em gestão estratégica de pessoas, pois isso irá contribuir para o meu trabalho, pois atuo diretamente com pessoas. Também iniciarei neste ano aulas de bateria com o professor Geovanni Ramos. Desafio de conciliar trabalho, estudos, casa, marido, etc.