Harrison Camargo, o "Canela", nasceu em Paranaguá no mês de setembro de 1976. É casado com Grazielle Camargo e possui dois filhos. "Canela" ainda reside no bairro em que nasceu, o Jardim Eldorado. É filho mais velho de uma família composta de mais três irmãos. Toda sua vida é voltada para a profissão, a qual exerce há quase 30 anos, operador e técnico de sonorização e iluminação de eventos. "Canela" se considera um apaixonado pela profissão, sendo este o motivo que o fez sair de Paranaguá em uma única vez em toda sua vida. Em 2005, residiu por quase 1 ano em São Paulo para buscar aprimoramento profissional. Atualmente, ele responde pelas pastas de Cultura e Turismo do município. É sobre sua vida ligada ao trabalho que ele fala nesta entrevista. Confira:
Folha do Litoral News: Quando iniciou seu trabalho na parte técnica em eventos?
Camargo: Iniciei cedo, aos 13 anos, em 1989. Comecei ajudando o Abel, um grande amigo meu, e durante todo esse tempo nunca parei. Passei por vários clubes da cidade e ainda continuo atuando em casas de shows porque a operação na parte técnica é a minha vida e sempre vai ser.
Folha do Litoral News: O que é preciso para ser técnico em sonorização e iluminação? Somente a experiência basta?
Camargo: A experiência é muito importante, porém, só a experiência não basta, é preciso estudar. É uma área que exige muita atenção e treinamento auditivo, você precisa ouvir materiais e distinguir e, juntamente com isso, é preciso estar em constante estudo. Isso é básico para ser um técnico bom. Tem que amar o que se faz, pois é um trabalho difícil e nem sempre reconhecido, pois trabalha sem aparecer, sendo o primeiro a chegar e o último a sair. O técnico é parte da equipe, é o artista que está ali escondido trabalhando para que o trabalho tenha o melhor resultado.
Folha do Litoral News: Como está o campo de trabalho em Paranaguá para os técnicos em som e luz?
Camargo: O técnico de som e luz trabalha em eventos abertos em áreas de entretenimento, em áreas de igrejas e coorporativas. Com a crise, o número de eventos diminuiu, assim como a oferta de trabalho. Em Paranaguá, existe uma necessidade de especialização de técnicos. Às vezes, em um evento maior é preciso solicitar profissionais de fora de Paranaguá. Eu acredito que agora com alguns projetos de qualificação que estão sendo implantados a situação possa melhorar. Existem muitos profissionais que atuam em Paranaguá com som e luz, os quais conhecem muito a parte prática, mas ainda falta a teoria.
Folha do Litoral News: Quais os trabalhos mais desafiadores realizados até hoje?
Camargo: Até hoje, em quase 30 anos, foram muitos desafios. Posso citar um exemplo que ocorreu, foi no Curitiba Country Festival. Como eu disse há pouco, nós somos os primeiros a chegar e os últimos a sair e a passagem de som é muito importante. Naquela ocasião, a dupla que estava em viagem chegou em cima da hora e nós tivemos o tempo mínimo para fazer essa passagem. Um público de 30 mil pessoas já estava presente. Foi uma prova de fogo marcada pela tensão e acabou sendo um dos melhores shows já realizados.
Folha do Litoral News: Como surgiu a oportunidade de trabalho no Teatro Rachel Costa?
Camargo: Eu já havia sido contratado várias vezes para fazer trabalhos no teatro, pois não havia sistema de som fixo na época. Até que em certo momento fui convidado para fazer parte da equipe, pois havia uma necessidade grande de ter um técnico no local e acabei ficando e fui me inteirando. Quem me apresentou para a classe artística foi o François Rios, que na época era presidente do Sinated, Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos. O pessoal gostou do meu trabalho e a partir de então sempre atendi à classe artística da cidade, com o foco de melhorar continuamente.
Folha do Litoral News: Atualmente você atua no setor cultural no município. Como vêm sendo desenvolvidos os trabalhos neste segmento?
Camargo: A determinação do prefeito é de total valorização da nossa cultura, que é muito rica e importante. As ações necessárias à cultura do município vão ser tomadas e haverá uma valorização ainda maior. O trabalho está sendo desenvolvido na seguinte forma, hoje não temos mais Fundação e sim Secretaria. É um processo mais burocrático, porém é muito mais seguro e transparente, por isso existe uma demora, pois dependemos dos editais, das publicação. Temos que obedecer aos prazos e com muito planejamento. Todos os projetos que iniciarem terão continuidade nos anos seguintes. Pois a intenção da secretaria é valorizar os talentos, oferecendo a profissionalização em várias áreas, seja artesanato, música ou dança, em todas as áreas da cultura, com continuidade. Outro detalhe importante é a descentralização, vamos levar a cultura para os bairros para que as crianças que moram em regiões mais distantes do centro possam também participar.
Folha do Litoral News: Quais as próximas atividades culturais previstas no Teatro Rachel Costa?
Camargo: Nós teremos no dia 4 de maio uma mostra de artes visuais chamada “Curtas e Médias”, produzida por mulheres. No dia 12 de maio, teremos o espetáculo da Janine Matias, do Circuito Cultural SESI. No dia 13 de maio, será realizado o stand-up com o comediante Zé Alves. No dia 26 de maio, teremos o show do Tim Maia cover e, no dia 28, o Litoral Music.