Elba Gomes de Andrade, 75 anos, conhecida como Elba Khadija, sobrenome árabe adotado após ter se convertido à religião muçulmana em 2006. Natural de Vila Isabel, Rio de Janeiro, chegou a Paranaguá em 2007. Antes disso residiu em Brasília e Curitiba, se aposentando pela SERPRO, Serviço de Processamento de Dados do Governo Federal.
Viúva, é mãe de 4 filhos e tem 6 netos. Conhecida pelas atividades artísticas com destaque para a poesia, Elba é movida pela arte. Nos últimos seis meses encontrou um novo amor, o também poeta Breno Sampaio, e juntos estão vivendo uma fase laureada, marcada pela arte da criação estimulada pela inspiração que se transforma em rimas poéticas a todo instante. É sobre sua vida ligada às artes que ela fala nesta entrevista:
Folha do Litoral News: Como descobriu a vocação para a poesia?
Elba: Nasci perto da casa de Noel Rosa, o famoso poeta conhecido em todo Brasil. Quem sabe os ares do local tenham me influenciado de certa forma. Mas foi na minha adolescência que comecei a escrever, gostei e enviava as poesias para concursos. Os primeiros foram concursos internos dentro da própria escola. Eu tinha 14 anos e tomei gosto pela poesia e nunca mais parei. Hoje sou a poetisa do amor, como muitas pessoas dizem.
Folha do Litoral News: Qual momento marcante em sua vida literária?
Elba: Tive vários momentos marcantes, mas um deles é especial. Aconteceu em Porto Alegre, quando fui premiada em um concurso. O resultado foi surpreendente e a minha poesia foi traduzida para o inglês. Posso dizer que todas as premiações que recebi em concursos literários foram os momentos marcantes da minha vida, pois é o reconhecimento de um trabalho feito por amor, movido pela inspiração. Não posso deixar de citar também que visitei a poetisa Cora Coralina em sua casa em Goiânia, e ganhei um livro autografado por ela. Minha visita ocorreu em 12 de janeiro de 1985, três meses antes de seu falecimento.
Folha do Litoral News: Quais prêmios já recebeu?
Elba: Algumas medalhas e diplomas em diversas regiões brasileiras. Uma delas foi em novembro de 2016, no Rio Grande do Sul, por causa da minha participação no grupo Flor da Pele, com a publicação de poesias. O evento, a nível nacional reuniu escritores, poetas e cronistas. O Movimento Poemas à Flor da Pele é amplo e tem como objetivo divulgar, envolver o maior número possível de pessoas, na arte e cultura. Nesse concurso eu fui a única representante do Paraná. Também destaco minha participação na 6.ª edição do concurso literário internacional Castro Alves. Foi em março de 2016, fiquei em terceiro lugar com a poesia ‘Fragrâncias da Vida’ concorrendo com poetas de diversas partes do Brasil e até do exterior. O concurso foi promovido pela Academia Rio Grandina de Letras, da cidade gaúcha do Rio Grande. Foi uma grata surpresa aquela premiação.
Folha do Litoral News: Além da literatura exerce outra atividade artística?
Elba: Sou artista plástica, a pintura sempre foi meu hobby. Pinto aquilo que imagino e aquilo que amo. Já participei de algumas exposições em Paranaguá. Mas a minha retomada foi de 2013 para cá quando passei a ter aulas de aperfeiçoamento com o grande mestre das artes plásticas Marcial Neves. Ultimamente tenho me dedicado aos trabalhos literários e agora estou conciliando com as artes visuais. Uma das telas que mais gosto é ‘Beduínos tomando café no deserto’.
Folha do Litoral News: De onde surge a inspiração para desenvolver sua arte?
Elba: Surge através da natureza. Observo as árvores, os pássaros e as flores e o meio que me cerca. A imaginação desenvolve ideias e através disso eu transformo em letras ou cores em telas. É preciso tocar o coração para que a criação possa surgir. O belo me encanta. Paranaguá também me inspira muito porque essa cidade possui encantos que só podem ser notados por quem tem mais sensibilidade.
Folha do Litoral News: Quais os projetos para 2018?
Elba: Pretendo continuar com minha arte, que é escrever e pintar. É isso que me motiva diariamente. Ver um poema pronto como fruto da inspiração ou ver uma tela pintada, é fascinante porque é através disso que eu ganho mais forças para continuar. A arte tem um poder de dar mais vida à vida. Isso me faz feliz.