Educação

Varal de poesia revive história de Júlia da Costa

Estudantes do Ceebja pesquisaram sobre a vida da poetisa parnanguara e recriaram cômodos de sua casa.

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O Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) realizou na quinta-feira, 4, o 1.º Varal de Poesias “Café com Júlia”. O evento partiu da iniciativa da professora de Língua Portuguesa Ane Kelly Souza e envolveu todos os estudantes do Ensino Médio.

A ideia surgiu após algumas atividades literárias realizadas em sala de aula em que os estudantes fizeram perguntas sobre a poetisa. “Começamos primeiramente a pesquisar na Internet, mas vimos muitas informações diferentes. Fomos até o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá e lá tivemos acesso às informações reais”, explica a professora.

Após a visita ao IHGP, os estudantes realizaram pesquisa sobre a biografia de Júlia da Costa e também suas produções poéticas. “Nossas ideias foram crescendo à medida das descobertas porque mergulhamos nesse universo. A princípio seria apenas um varal de poesias, na sequência resolvemos fazer um café com teatro” complementa.

O evento não contou apenas com exposição de poesias. Os estudantes dramatizaram todas as fases da vida de Júlia da Costa e fizeram um cenário que remeteu à  sua casa. O quarto da poetisa foi recriado baseado nos móveis que constam nos registros históricos tornando o evento ainda mais realístico.

“Foi uma experiência maravilhosa. Posso dizer que foi a minha melhor atividade como professora porque foi algo completo. Pesquisamos, escrevemos, declamamos, criamos um cenário de época e ainda teatralizamos. Isso mostra o potencial dos alunos e o interesse em querer aprender cada vez mais”, finaliza.

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 Professora e estudantes organizaram um café literário

QUEM FOI JÚLIA DA COSTA?

Júlia Maria da Costa nasceu em Paranaguá no ano de 1844 e faleceu em 1911, em São Francisco do Sul, onde viveu grande parte de sua vida. Foi a primeira mulher paranaense a publicar um livro, chamado “Flores Dispersas”, de 1867.

Casou-se, por ordem do pai, com o comendador Costa Pereira, chefe do Partido Conservador. Ao longo dos anos, se mostrou uma mulher à frente de seu tempo, com opiniões fortes e ações de vanguarda. Além das poesias, gênero que ficou mais famosa, escreveu crônicas -folhetins – que podem ser entendidas como crônicas sociais, que falam sobre a moda, eventos e outras informações do cotidiano.

Antes de se casar, namorou o poeta Benjamin Carvoliva, cinco anos mais novo. Após o casamento, continuou o romance, mas em segredo, trocando cartas constantemente. A escritora planejava fugir com Carvoliva, mas ele se negou. Essa relação mal correspondida fez aflorar o lado melancólico de Júlia da Costa, que começou a escrever poemas desesperançados, com grande frequência.

Após a morte do marido, buscou o isolamento. Nos últimos anos de vida, tentou escrever um romance, mas o período de oito anos enclausurada em seu casarão a deixou enlouquecida. A artista faleceu em 12 de julho de 1911, em São Francisco do Sul.

Os restos mortais de Júlia da Costa foram trazidos para Paranaguá em 1924. Ficaram até 2009 na Praça Fernando Amaro, quando foram transferidos para o Instituto Histórico e Geográfico. 

 

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