A professora de história Maria Luiza Atkinson é natural de Recife, mas foi criada em Porto Alegre. Chegou a Paranaguá em 1976, juntamente com seus dois filhos. A princípio seria um breve passeio, porém já são 41 anos vivendo na cidade pela qual ela se encantou à primeira vista. Maria Luiza iniciou sua vida profissional no Peixinho Sapeca, no começo da década de 1980. Em seguida, passou a atuar no quadro do magistério municipal passando por vários estabelecimentos de ensino.
MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO
De acordo com a professora, a educação há 30 anos era diferente em muitos aspectos. O principal como ela mesma destaca é em relação ao respeito, fator que mudou muito de uns tempos para cá.
“Existia respeito por parte dos alunos e em todos os sentidos. Hoje falta respeito, falta família e falta religião. É muito mais difícil lecionar na atualidade, porque o respeito é o alicerce da nossa vida e da relação com as pessoas”, compara.
Em quase quatro décadas de trabalho, a professora ressalta que o momento que mais marcou foi quando reencontrou uma ex-aluna. “Foi emocionante porque ela chegou para mim e disse: Graças a você hoje eu sou uma fisioterapeuta. Ela quando era adolescente não queria saber de estudar e eu fui trabalhando de forma mais próxima com ela, incentivando sempre. Após tanto tempo ouvir essa resposta foi o melhor presente que poderia receber. O bom de ser professor é você poder ajudar alguém a ser alguém, é muito mais que exercer uma profissão”, explica.
Professora desde 1980, ela enfatiza a mudança de comportamento nos últimos anos
Após ter se aposentado, em 2007, Luiza não hesitou em continuar. “Estar em sala de aula é minha motivação para seguir, porque na escola existe a troca de conhecimentos e apesar de todas as dificuldades, jamais pensei em parar. Pretendo encerrar minha carreira somente quando não tiver condições”, aponta.
A professora destaca, ainda, que após os 70 anos, pretende continuar de forma voluntária. “As pessoas precisam da gente e se temos saúde e vontade temos que nos doar, porque o que recebemos em troca é algo valoroso. Na sala de aula me sinto amada”, finaliza.