A chefe do Núcleo Regional de Ensino (NRE), Selma Meira, disse que ainda aguarda a orientação da Secretaria de Estado da Educação (Seed) para poder avaliar as mudanças previstas para o Ensino Médio, as quais foram determinadas e anunciadas em uma Medida Provisória (MP) do Governo Federal, na quinta-feira, 22. Entre as alterações está a inclusão de mais horas de ensino, saindo das atuais 800 horas/aula para 1.400 horas ao longo dos 200 dias letivos.
As mudanças, as quais ainda necessitam da aprovação do Senado Federal em até 120 dias, vão afetar tanto o conteúdo quanto o formato das aulas, bem como também a elaboração dos vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Após a publicação do conteúdo da MP, muitas críticas foram direcionadas ao fato de haver “exclusão” de disciplinas como Educação Física, Arte, Filosofia e Sociologia. Contudo, em uma nota publicada na sexta-feira, 23, o MEC negou o corte sumário das disciplinas. “Não está decretado o fim de nenhum conteúdo, de nenhuma disciplina. Do que a Base Nacional definir, todas elas serão obrigatórias na parte da Base Nacional Comum: Artes, Educação Física, Português, Matemática, Física, Química. A Base Nacional Comum será obrigatória a todos. A diferença é que quando você faz as ênfases, você pode colocar somente os alunos que tenham interesse em seguir naquela área. Vamos inclusive privilegiar professores e alunos com a opção do aprofundamento", afirmou o MEC em nota.
De acordo com Selma, qualquer alteração no plano educacional dos alunos do Ensino Médio em Paranaguá, ou em qualquer outra localidade do País, só vai acontecer a partir de 2018, mas, neste momento, onde as informações estão sendo lidas por todos através da mídia, ela lembra que é prematuro fazer uma avaliação criteriosa sobre qualquer um dos assuntos mencionado pelo MEC, sem que antes toda a classe educacional avalie e discuta o assunto.
A chefe do NRE disse que ainda não se sabe se a medida valerá somente para os alunos que vão ingressar no primeiro ano do Ensino Médio em 2018, ou se também será válida para os do segundo e terceiro anos.
VESTIBULAR
O MEC diz que o Enem não muda neste ano. Entretanto, a MP prevê que os vestibulares deverão cobrar apenas o que for determinado pela Base Nacional Comum Curricular. Apesar disso, o MEC não detalhou como as redes estaduais devem orientar processos seletivos locais.
E, na prática, vestibulandos têm dúvidas sobre como, por exemplo, a Fuvest será impactada pela nova BNCC. Segundo Maria Inês Fini, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, diz que as mudanças ocorrerão após a definição do novo currículo.