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Educação

Mais de 190 crianças autistas são acompanhadas em Paranaguá pela rede municipal

Secretaria de Inclusão e Secretaria de Educação atuam juntas para dar suporte às famílias

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Foto: Divulgação/Centro de Autismo

Nos últimos anos, Paranaguá avançou no atendimento a crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Atualmente, segundo informações fornecidas pela Prefeitura de Paranaguá, 192 crianças com TEA recebem acompanhamento nas escolas municipais.

Em novembro de 2017, foi inaugurado o Centro de Municipal de Avaliação Especializada (CMAE), para auxiliar no diagnóstico de crianças matriculadas na rede que apresentam dificuldade de aprendizagem. Já em junho de 2020, o município ganhou o Centro Educacional Municipal de Referência ao Transtorno do Espectro Autista (CEMR-TEA), local de referência para atendimento a crianças. 

A secretária municipal de Inclusão de Paranaguá, Camila Cristine de Almeida da Costa Leite, disse que através desses avanços é possível identificar o TEA na infância. “As primeiras suspeitas são levantadas pelo pediatra que acompanha a criança, e pelos professores, pois a convivência diária na escola permite observar de perto o desenvolvimento das crianças e notar se há traços fora do comportamento típico esperado, considerando os marcos de desenvolvimento”, explicou Camila.

Neste caso, observados os sinais de atraso no desenvolvimento da criança, a escola inicia a observação mais atenta e a troca informações com as pessoas que convivem com o aluno. “Se confirmada a necessidade de avaliação com especialistas, a instituição de ensino municipal realiza o encaminhamento da criança, que pode ser feita desde o berçário (seis meses de idade), para o CMAE”, conta Camila.

Centro Educacional Municipal de Referência ao Transtorno do Espectro Autista (CEMR-TEA) é o local de referência para atendimento a crianças e suas famílias
Foto: Divulgação/Centro de Autismo

Ela salienta que, no CMAE, o diagnóstico de autismo é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por psicóloga, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psicopedagoga que utilizam protocolos de avaliação com aplicação de testes formais e que resultam em indicadores de desenvolvimento, comportamento, funcionamento das habilidades emocionais, sociais, cognitivas e na história clínica da criança.

“Assim, levanta-se hipóteses para que o médico neurologista ou psiquiatra que compõe a equipe do CMAE, possa finalizar e concluir o laudo diagnóstico como também proceda com encaminhamentos para tratamento e terapias”, disse Camila.

Já no Centro de Autismo há o acompanhamento de terapia ocupacional, fonoterapia, psicopedagogia com Ensino Estruturado, Estimulação Precoce e esportes aliados as terapias como escalada, futebol, capoeira e Karatê para as crianças com diagnóstico de autismo encaminhadas através do CMAE.

CMAE foi criado em 2017 para auxiliar no diagnóstico de crianças matriculadas na Rede Municipal de Educação
Foto: Divulgação/Prefeitura de Paranaguá

A participação da família nas terapias ofertadas no Centro de Autismo é incentivada e apoiada através do Programa de Atenção aos Pais TEA (PRAPAIS-TEA). “Com foco em oferecer suporte e mais conhecimento a família sobre o diagnóstico do TEA, orientar quanto aos serviços necessários para o cuidado e desenvolvimento da criança autista, realizar mediação escolar envolvendo a família na rotina escolar, promover rodas de conversas para trocas de experiências entre pais e responsáveis da criança atendida no Centro de Autismo, promover a socialização e a participação da criança TEA com suas famílias em eventos festivos do município, campanhas, lazer e esportes”, relatou a secretária.

Quanto ao acompanhamento das 192 crianças com diagnóstico do Transtorno do espectro autista nas escolas municipais, o mesmo é realizado pela Secretária de Inclusão e Secretaria Municipal de Educação (Semedi) através do trabalho colaborativo.

“Este trabalho envolve a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que também realiza diretamente um trabalho de suporte e orientação à professora do regular e a professora de apoio da criança em todo o processo de ensino e aprendizagem quanto à necessidade de planejamento com adaptação e flexibilização de conteúdo, cronograma de rotina, organização do espaço e materiais didáticos adaptados de acordo com a necessidade da criança”, afirmou Camila.

Capacitação dos profissionais 

De acordo com ela, um dos desafios é garantir a inclusão e aprendizagem de todas as crianças e fortalecer a formação de professores com a necessidade de sincronizar o plano pedagógico da criança com o plano de intervenção que está sendo realizado pela equipe terapêutica especializada do Centro de Autismo.

“Nesta perspectiva o cronograma de capacitação faz parte do ano letivo do município, iniciamos 2023 com o projeto de capacitação e fortalecimento da Educação Inclusiva”, ressaltou Camila.

A capacitação “A Escola Aprendendo com as Diferenças” é destinada a preparar agentes de apoio, motoristas e monitores de transporte escolar, merendeiras, administrativos, Serviços Gerais, pedagogos, diretores, educadores e professores para atender e orientar adequadamente as crianças e promover a convivência escolar, social, inclusiva e afetiva para todos. 

“E programado para iniciar em março abriremos a 1.ª edição da Formação Autismos Presente, gratuita e certificada para profissionais da educação sobre TEA & comorbidades em parceria com a Uniasselvi Onda – Autismo”, frisou Camila.

Retorno das famílias

Karen Kleinhans é mãe de Katharina, de três anos, diagnosticada com TEA. Matriculada na Rede Municipal de Educação, a menina é acompanhada com Ensino Estruturado no Centro de Autismo. “Assim que peguei o laudo dela, em 2021, ela foi encaminhada pelo Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) para o Centro de Autismo. No primeiro ano, o acompanhamento foi on-line. No ano passado, começou no atendimento presencial. As profissionais são muito dedicadas e atenciosas, com as crianças e com os familiares, sempre dispostas a tirar nossas dúvidas”, observou Karen.

Karen Kleinhans é mãe de Katharina, de três anos, diagnosticada com TEA em 2021 e diz que “a escola é uma das suas principais redes de apoio”

Segundo a mãe, a escola é uma das suas principais redes de apoio. “Ela tem professora de apoio, que fica com ela na sala. E tenho um diálogo muito aberto com a escola, ou seja, qualquer dificuldade que a Katharina apresente ou alteração no comportamento, sentamos e conversamos para analisar qual a melhor alternativa para atendê-la. Inclusive, a terapeuta ocupacional dela já fez uma visita escolar para orientar a escola e tirar dúvidas das professoras”, relatou Karen.

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