No Complexo Educacional Parque Awaji, em Paranaguá, salas foram montadas exclusivamente para atender alunos com deficiência intelectual da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). As aulas acontecem normalmente pela manhã e no período da tarde. Cerca de 15 estudantes de 16 a 30 anos participam de diversas oficinas, as quais os capacita para o mercado de trabalho.
Aliás, este é o objetivo final das professoras que atuam nessas salas especiais, preparar os alunos para a colocação profissional e, acima de tudo, para criarem independência e autonomia. “Eles aprendem a fazer diversos tipos de bolos, doces, porque não estamos ensinando só para o mercado de trabalho, mas para a vida deles. São situações que terão que ajudar em casa”, relatou a professora Andrea Elias de Paula.
A profissional ainda contou que a ideia de oferecer esse aprendizado diferenciado surgiu após observarem a dificuldade que algumas famílias encontravam de levar os filhos no período da noite. “Quando eles atingem a idade de 16 anos, não podem mais permanecer na classe, precisam sair e ir para a EJA. Muitos jovens com deficiência intelectual conseguem acompanhar à noite, outros não, e podem vir para o Parque Awaji”, explicou.
BENEFÍCIOS
A inserção no mercado de trabalho se dá quando os alunos completam 18 anos. Nesse momento, a equipe começa a procurar uma vaga. A procura nem sempre é fácil, pois o perfil, por vezes, não encaixa. “Temos sorte, sempre que temos um ou dois alunos para inserir aparecem vagas em empresas da cidade. Temos alunos inseridos em diversos locais. Dedicamos um dia na semana para procurar essas vagas, pois não é qualquer emprego que se adéqua às necessidades especiais”, lembrou Andrea.
Para a chefe de divisão da EJA da Secretaria Municipal de Educação, Irazilda Bisson Dalago, o maior ganho da equipe é quando se consegue inserir essa pessoa nas empresas. Mas é também o maior desafio. “Trabalhamos com o que eles precisam no dia a dia, é preciso ser útil na prática. Por isso estamos buscando parcerias para a formação de professores na área para dar uma melhor qualidade de vida mesmo para esses jovens e adultos”, disse Irazilda. “A esperança é expandir, porque temos demanda. Estamos com todas as escolas com turmas completas e, por isso, não temos como inserir em outra escola devido à falta de espaço. Com os resultados apresentados, esse projeto não pode acabar”, ressaltou Irazilda.