O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado federal Alex Canziani (PTB-PR), realizou, na quarta-feira, 21, sessão solene em comemoração aos 10 anos do Movimento Todos pela Educação, criado para garantir o direito de crianças e jovens a uma educação básica de qualidade. A cerimônia reuniu pesquisadores, movimentos sociais, professores, estudantes, parlamentares e vários setores da sociedade civil.
Canziani, que é quarto secretário da Mesa Diretora da Câmara e também preside a Frente Parlamentar da Mídia Regional, destacou a importância do envolvimento de organizações da sociedade civil para atingir a excelência que todos sonham para educação.
“Não há dúvida de que o avanço necessário se torna mais célere quando se estabelece parceria entre a sociedade civil e o Poder Público, que detém meios, vontade política e perseverança para implantar as políticas educacionais. Destaco como grande exemplo o movimento Todos pela Educação, cujo 10.º aniversario se comemora nesta sessão solene”, destacou o parlamentar.
A solenidade foi proposta também pelos deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Bacelar (PTN-BA) e Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) para comemorar os 10 anos de criação do Todos pela Educação
MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO
Para a presidente-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, é preciso garantir que os investimentos cheguem ao aluno na sala de aula. Ela assinalou que um dos maiores erros históricos do Brasil foi ainda não ter colocado a educação como pilar central do projeto de desenvolvimento.
“O que precisamos é mudar o destino do Brasil, para que a gente tenha menos violência, menos desigualdade, menos crises sucessivas, mais saúde e mais produtividade. Só com educação se vai construir esse Brasil que todos querem”, disse ela.
Presente à solenidade, o ministro da Educação, Mendonça Filho, comentou alguns avanços no setor, como a ampliação do acesso à educação no nível fundamental, mas reconheceu que ainda há inúmeras deficiências que comprometem o futuro dos jovens brasileiros, sobretudo os de escolas públicas.
“Essa missão tem que ser dividida entre todos. O próprio nome Todos pela Educação traduz um chamamento à sociedade brasileira. Temos que fazer com que a prioridade para este setor não se dê apenas a partir da visão do governo, a população como um todo tem responsabilidade”, disse o ministro.
O ministro referiu-se especificamente aos últimos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os quais mostram, por exemplo, que o ensino de matemática no Ensino Médio obteve o pior resultado desde 2005. Mendonça Filho, porém, não quis adiantar detalhes da Medida Provisória enviada ao Congresso propondo mudanças no Ensino Médio.
Por meio de discurso lido em Plenário, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também se mostrou preocupado com os números do Ideb, mas destacou o papel de entidades da sociedade civil. “É fundamental podermos contar com movimentos como o Todos Pela Educação para que o Estado cumpra com mais eficiência o seu papel”, disse.
EDUCAÇÃO PODE MUDAR VIDAS
Com um testemunho, a estudante Tábata Amaral mostrou que a educação pode mudar vidas. Filha de dona de casa, a jovem da periferia de São Paulo concluiu Ensino Médio com bolsa de estudos e acabou aceita para estudar astrofísica e ciências sociais em Harvard e em outras cinco universidades americanas. “Nosso País é muito injusto e desigual e o que alimenta isso é o nosso sistema educacional. Mas a única solução é a educação. É só olhar para o meu exemplo”, disse Tábata, que futuramente quer entrar para a política.
Ela ainda contou que seu irmão, que estudou a vida toda em escola pública, não conseguiu ir para uma faculdade porque não tinha nem aula de Química. “Tive que convencê-lo a fazer um cursinho para ele tentar uma faculdade. Ele queria parar de estudar para trabalhar”, destacou.