A greve dos professores iniciou no Paraná na segunda-feira, 17, por prazo indeterminado. Em todo o litoral paranaense, a paralisação já conta com a adesão de 80% dos profissionais de educação, segundo a App-Sindicato Litoral. A Secretaria Estadual de Educação emitiu uma nota na última semana sobre a decisão dos professores.
O secretário de Comunicação da App-Sindicato do Litoral, Hermes Goldenstein, explicou que o índice de 80% de paralisação no litoral se deve a quase a totalidade das escolas estarem ocupadas pelos alunos. “Só não temos processo de ocupação em Morretes e Guaraqueçaba, todas as outras cidades estão com basicamente a mesma porcentagem”, acrescentou.
De modo geral, Goldenstein explicou os motivos da greve dos professores. “A movimentação da greve se deve, principalmente, pela mensagem enviada pelo governo à Assembleia Legislativa, em que coloca obstáculos para o pagamento da reposição da inflação no mês de janeiro, conforme o acordo no final da greve de 2015”, frisou.
Em pauta também está a situação dos Agentes Educacionais I, que não receberam as promoções devidamente e, desta forma, ficaram abaixo do salário mínimo estadual. “O repasse também do vale-transporte é inferior aos demais profissionais”, disse Hermes. Além disso, ainda é discutida a ausência de pagamento das progressões do plano de cargos e salários.
De forma indireta, a categoria reivindica também as mudanças presentes na Medida Provisória 746 e na PEC 241. “Se com essa quantidade de investimentos que a gente tem já trabalhamos de forma precária, imagina com 20 anos de congelamento”, ressaltou o secretário de Comunicação da App-Sindicato no Litoral.
REUNIÃO
Na quarta-feira, 19, deve ocorrer uma reunião com o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES). “Provavelmente, o governo venha com alguma fala. Estamos no aguardo desta reunião de quarta-feira para podermos pensar em discutir o fim da greve. Estamos na luta e vamos continuar nos mobilizando”, diz o secretário.
REPOSIÇÃO DAS AULAS
Com relação à reposição das aulas, a Secretaria Estadual de Educação informa que o ano letivo terá que avançar 2017, já que as aulas neste ano deveriam ir até o dia 21 de dezembro devido às paralisações ocorridas em 2015.
A secretaria afirma que a paralisação prejudica mais de um milhão de estudantes na rede estadual do Paraná. Além disso, também anunciou que os pagamentos das promoções e progressões dependem da evolução do orçamento. “Todas as demandas dos professores e funcionários da educação estão sendo analisadas. O Estado pretende implantar esses pagamentos a partir de janeiro de 2017”, informou a nota.