Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) junto a 102 empresas do setor indicam melhora na estimativa de vendas de produtos natalinos em 2018, na comparação com o ano anterior. Os dados do Departamento de Economia da Abras indicam que as vendas desses produtos devem crescer 10,27% neste ano, ante uma projeção de 8,34%, em 2017. As consultas foram feitas entre 4 de setembro e 5 de outubro.
Na avaliação do presidente da Abras, João Sanzovo Neto, os empresários estão mais otimistas quanto à possibilidade de aumento do consumo nessa época, com base na leve recuperação do emprego e do poder aquisitivo diante de uma inflação mais controlada.
A maioria dos supermercadistas (66%), no entanto, manteve o mesmo nível de encomendas do ano passado. Apenas 18% apostaram em vendas superiores às de 2017. Pela projeção, entre os itens que devem ser mais procurados estão o vinho importado e o panetone, seguidos de refrigerante, carne bovina, cerveja e frango congelado. Para promover o escoamento dos produtos, várias lojas trabalham com estratégias como degustação, promoção e brindes.
Ainda de acordo com as expectativas, as frutas nacionais devem ter uma saída 11,38% maior que no Natal do ano anterior e também acima do estimado em relação às frutas secas (9,7%). No segmento de carnes, espera-se alta de 11,91%. Já para pescados, as vendas de peixes frescos devem aumentar 11,25%; de pescado congelado, 9,1%; e do bacalhau 8,85%.
O setor também acredita que, em 2018, a procura por produtos importados deve ter um incremento de 6,92%, ante uma estimativa de 5,83%, no ano passado. Como o dólar em alta, principalmente, no período pré-eleitoral, as projeções indicam preços mais elevados para itens importados. Na média, o consumidor deverá pagar 10% mais por esses produtos.
Fora da lista de alimentos, as previsões mostram alta de 10% nos eletrônicos e de 8,27% nos brinquedos.
De acordo com a sondagem da Abras, houve aumento na proporção de empresários com intenção de contratar empregados temporários nas funções de operador de caixa, repositor, empacotador e entregador. Do total entrevistado, 33% disseram que vão ampliar esses postos de trabalho ante 23%, em 2017. A estimativa é de que sejam abertas entre 11 mil e 14 mil vagas.
ÍNDICE NACIONAL DE VENDAS
As informações foram divulgadas na manhã de ontem, durante o anúncio do Índice Nacional de Vendas da Abras, que aumentou de 1,92%, de janeiro a setembro, já descontado no cálculo o impacto inflacionário com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O presidente da entidade, João Sanvoso Neto, informou que o ritmo de crescimento está abaixo do esperado. Mesmo assim, ele manteve a meta de alta de 2,53%, taxa que havia sido revisada para baixo, em julho último. No começo do ano a estimativa era de 3%.
O empresário justificou que o setor foi muito afetado pela greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio deste ano, e o impacto dessa paralisação deve refletir no desempenho anual. “Estamos com um crescimento estável e acreditamos ficar próximo dessa meta. Com parte do PIB [Produto Interno Bruto] retido pela greve dos caminhoneiros, o nosso setor sofreu um impacto”.
O executivo também comentou que o reajustes de preços estão em níveis compatíveis com a inflação oficial. A pesquisa mostra que, em setembro, os 35 produtos que compõem a cesta da Abras oscilaram em média 0,39% na comparação com o mês anterior e 3,07% na comparação com setembro de 2017.
Entre as maiores quedas estão: cebola (-24%); sabão em pó (-17,48%); farinha de mandioca (-5,7%) e batata (-3,29%). Já as maiores altas foram observadas em: arroz (+4,39%); frango congelado (+3,64%): queijo prato (+3,44%) e margarina cremosa (+2,97%).