Auditores fiscais de todo o País realizaram na quinta-feira, 14, uma operação padrão em portos e aeroportos para chamar a atenção para o não cumprimento do acordo feito em março deste ano, o qual determinou o reajuste salarial de 21,5% da categoria, divididos em quatro anos. A primeira parcela do aumento, de 5,5%, deveria ser paga já em agosto, mas, até o momento, o tema sequer foi votado pelos congressistas em Brasília.
Sem o cumprimento da negociação, os auditores da Receita Federal de Paranaguá fizeram operações de despachos aduaneiros analisando todas as declarações de movimentação de mercadorias no Porto Dom Pedro II, e não somente aquelas classificadas como de risco, o que gerou atraso e demora. Imensas filas se formaram pelas ruas e avenidas adjacentes da zona portuária da cidade.
Fiscalização rigorosa causou longas filas de caminhões nas ruas próximas ao porto.
A diretora de relação internacional e intersindicais do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindfisco), Juliana Simas, destacou ainda que uma greve não está descartada. “Trata-se de um movimento que pede a valorização do auditor fiscal e sua carreira, uma vez que estamos assistindo a um processo gradual de desmonte de uma das áreas vitais para a arrecadação tributária do País”, disse Juliana. Em Paranaguá, por exemplo, apenas 23 auditores fiscais fazem parte do quadro da Receita Federal, número considerado bem abaixo do ideal.
Para Juliana, a desvalorização da carreira de analista e auditor fiscal, por parte da União, pode trazer sérios prejuízos ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, uma vez que a profissão tanto do analista como do auditor fiscal é um dos pilares da nação para combater ilegalidades que prejudicam a economia, além de atuar ativamente para a área da arrecadação de impostos. “
DIA SEM COMPUTADOR
Outra medida de pressão adotada pela Receita Federal em Paranaguá, a qual está de acordo com a determinação sindical da categoria em âmbito nacional, é a de não ligar os computadores nos departamentos às terças e quintas-feiras, situação que também causa lentidão aos processos aduaneiros.
O Ministério do Planejamento fez um apelo à categoria para que não haja acirramento neste momento, “o que não irá ajudar nas negociações”.