As quitandas e frutarias, apesar de serem comércios tradicionais e fazerem parte há tanto tempo da vida da população, ainda agradam aos clientes. Com preços mais atrativos, ambiente agradável e produtos frescos, os consumidores não deixaram de optar por esse tipo de comércio. Mas, com a crise econômica, que afetou diversas áreas, esse setor também teve que se adequar às mudanças e se reinventar, sem deixar de lado os atrativos que os clientes buscam nesses locais.
VISÃO DOS COMERCIANTES
O comerciante Vorlei dos Santos é proprietário há sete anos de uma quitanda no bairro Parque São João. A ideia de abrir um comércio neste ramo surgiu devido ao fato de já ter morado em sítio e produzir alguns alimentos. Por isso, muitos dos seus fornecedores são da região.
De acordo com ele, a economia do seu estabelecimento vinha se mantendo estável, até que a crise econômica bateu à porta. “Nos últimos quatro meses, as vendas têm diminuído, o que afetou bastante a gente”, declarou. A saída encontrada por ele foi oferecer promoções, o que atrai mais os clientes. “A gente ganha um pouquinho menos, mas ganha na quantidade de produtos vendidos. O que mais procuram é preço, principalmente, antes mesmo da qualidade. Com as ofertas, os produtos saem bem mais rápido”, comentou Vorlei. “Trabalhamos com a quantidade de verduras quase completa”, completou.
O proprietário de outra quitanda em Paranaguá, na Vila Itiberê, Ricardo Martins Alves, trabalha com a família neste ramo de frutas, verduras e legumes há 17 anos. No atual ponto, está desde 2005 e afirma que sempre se identificou com vendas. Segundo ele, a crise também influenciou no seu negócio, os investimentos caíram e novas adequações surgiram. “A gente vende, o problema é o custo para deixar um comércio aberto hoje como custos com energia elétrica, telefone, água e de manutenção do prédio. Tudo isso foi o que afetou no nosso lucro”, afirmou.
A alternativa encontrada foi a mesma do comerciante Vorlei, a de oferecer ofertas. “Essa é a nossa maneira de acompanhar o mercado, que está vendendo pouco. As pessoas estão procurando mais pelos produtos que estão em oferta. Até 2015, a venda de frutas importadas era bem melhor do que agora. Hoje, o mais procurado é o básico”, disse Ricardo.
Apesar desse cenário instável na economia, os clientes procuram pelas quitandas e frutarias em detrimento das redes de supermercados por gostarem de produtos da região. “Alguns produtos não temos aqui no litoral, como batata e abacaxi, mas hortaliças, legumes como batata-doce, banana e aipim são da região. Quando pegamos do produtor temos os produtos mais frescos e com outro sabor”, garantiu Alves.
MAIS BARATOS
De acordo com o Portal Brasil, em setembro, os preços do mamão e da banana apresentaram forte queda em relação ao mês de agosto. Também houve queda geral no preço de hortaliças como a cenoura e a batata. Os números constam no 10.º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, divulgado na sexta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Alguns produtos como alface e cebola não tiveram movimentos uniformes nos mercados observados no boletim. Enquanto em São Paulo, a alface subiu 35,89%, em Curitiba os preços recuaram 20,46%. A cotação da cebola também caiu em Curitiba (11,23%).