As chuvas frequentes durante o verão estão causando contínuas quedas de energia elétrica na área central de Paranaguá, onde concentra grande parte do comércio do município, algo que ocorreu na última quinta-feira, 16, gerando reclamações de comerciantes e moradores. Segundo a Câmara do Comércio Varejista da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap) e o Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Paranaguá (Sindilojas), o problema prejudica o horário de funcionamento, refrigeração de ambientes e produtos, as vendas, o registro no sistema, o atendimento aos clientes e até mesmo gera mais risco de furtos e roubos nas lojas.
“A Aciap, através da Câmara do Comércio, observa as quedas de energia como um problema a mais que o comerciante precisa enfrentar diante de uma economia tão fragilizada e problemática como a nossa. O comerciante já teve que enfrentar grandes problemas no passado recentemente, a gente vem com uma esperança de melhora na economia há alguns anos, mas, infelizmente a gente não consegue ver melhoras”, afirma o diretor da Câmara do Comércio Varejista da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), Anwar Hamud.
Segundo Anwar, o cenário de pós-pandemia e de temporada de verão trouxe fatores positivos ao setor comercial do litoral, entretanto, “em Paranaguá tivemos um verão mediano em questão de vendas”, explica. “As quedas de luz prejudicam bastante o comerciante, enxergamos com bastante preocupação esta questão, algo que prejudica os equipamentos, o horário dos funcionários, o horário de vendas e a prestação de atendimentos, bem como efetuar as vendas”, acrescenta. “Temos que ficar de olho, mantendo contato com a Copel para que não ocorra essas quedas de energia”, ressalta Hamud.
“Com relação aos prejuízos e sua estimativa, isso varia muito de comerciante em comerciante. O prejuízo maior que ele pode ter, além de perder vendas, é queimar equipamentos, despesas com trocas de equipamentos e mal-funcionamento. Por mais que a Copel ofereça o serviço de troca de equipamento, a gente sabe que não é da forma que eles falam que é. Se realmente houver prejuízos nesse sentido a uma empresa e comércio e colocarmos no papel, é algo gigante, além da questão comercial temos prejuízo com os horários, onde não conseguimos vender, não consegue utilizar o sistema, o computador, com isso se perde também o horário de trabalho, pois o colaborador fica sem conseguir atender e vender, pois não consegue acesso ao sistema”, salienta Anwar Hamud.
Sindilojas
O presidente do Sindilojas, Humberto Máximo da Costa, ressalta que o ente sindical também observa com preocupação as quedas que ocasionam diversos problemas também com as oscilações de energia. “Prejudica muito, pois todas as lojas não tem sistema de gerador e com isso torna-se totalmente dependente da demanda de energia da Copel. Quando há falta de energia, as lojas ficam no escuro, aumentando o risco de furtos e roubos. Sistemas de computadores depois de alguns minutos também caem e as vendas precisam ser manuais”, explica.
“O sistema de ventilação ou condicionamento do ar também param e acabam comprometendo a refrigeração de alimentos e bebidas, colocando em risco a perda de produtos. Alguns bancos acabam fechando suas portas de acesso para os clientes, pois os sistemas deles também caem pela falta de energia, comprometendo a atividade comercial, algo que gera prejuízo para todos empresários”, afirma Humberto.
O presidente afirma que a estimativa é de que haja em torno de 10% de prejuízo por hora no faturamento diário quando ocorre a falta de energia. “Os principais problemas ocasionados são a fata de refrigeração dos alimentos e bebidas, falta de sistema com impossibilidade de vendas. Além disso, a ausência de luz faz com que o vendedor não consiga ir até o estoque por falta de iluminação, comprometendo as vendas. Há estabelecimentos como lanchonetes com fornos elétricos que não conseguem oferecer seus produtos. Enfim, vários prejuízos ocorrem em cada ramo de atividade”, explica Humberto. Ele alerta também para a queima de lâmpadas, de computadores e de motores de ar condicionado.
Sobre a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e as quedas de energia, o presidente ressalta que o contato foi realizado. “Temos diretores do Sindilojas que fizeram solicitação às 8h41 da quinta-feira, 16/02/2023, para resolver o problema da falta de energia, mas se passaram mais de três horas e não tinham resolvido o problema”, explica.
Copel
Em nota à Folha do Litoral News, a Copel se manifestou sobre as quedas de energia no município. “As chuvas que atingiram Paranaguá esta semana causaram danos à rede elétrica da Copel; na quarta-feira, os ventos fortes fizeram voar uma telha metálica, que caiu sobre uma linha de transmissão de energia, provocando desligamentos no início da tarde. Na manhã seguinte, um cabo de média tensão rompeu-se em consequência de danos causados pela chuva da véspera sobre uma conexão da rede. Ficaram sem energia 256 unidades consumidoras nesta ocasião. Em ambos os casos, equipes da Copel atuaram imediatamente na manutenção dos equipamentos a fim de garantir a normalização dos serviços”, detalha a assessoria.
“A empresa trabalha, ainda, permanentemente na manutenção preventiva das redes e na realização de investimentos para fortalecer o sistema e automatizar sua operação. Quanto a eventuais danos causados que tenham direta relação com o fornecimento de energia, os consumidores podem solicitar a análise para ressarcimento por meio do site www.copel.com, do atendimento presencial da Copel ou do telefone 0800 51 00 116”, finaliza a Copel.