A economia doméstica sofrerá um novo impacto neste mês. O preço do gás de cozinha recebe aumento de, em média, 10%, a partir de hoje. A Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR), afirma que o aumento se justifica pelos ajustes de custos operacionais, bem como aos dissídios coletivos que ocorrem regularmente no mês de setembro.
“Como cada revenda tem um custo operacional específico, orientamos a todos que refaçam sua análise do impacto deste aumento e de seus custos. Para este cálculo, a ASMIRG disponibiliza planilha de avaliação de custos”, divulgou a Associação.
Quem já está avaliando o quanto irá passar a cobrar pelo gás de cozinha comum é Paulo Roberto da Silva, proprietário de uma revendedora do produto. “Hoje vendo a R$ 55, mas já vendi a R$ 59 neste ano. Eu reduzi o preço para poder dar um pouco mais de condições e não perder clientes. A partir de agora terei que estudar a situação, ainda não sei de que forma irei adequar”, comentou Paulo.
O proprietário afirmou que devido à recessão econômica, o reajuste não chega em bom momento da economia brasileira. “Estamos vivendo uma instabilidade, principalmente nós que trabalhamos no varejo com o consumidor final. Vimos o achatamento no salário dos trabalhadores e, por isso, vejo que não vem em boa hora”, analisou Paulo.
Segundo ele, as pessoas não estão somente preocupadas com o reajuste do gás, mas também com o reajuste de outros produtos como no setor de alimentação. O empresário recebe cerca de 50 clientes ao dia em seu estabelecimento e tem observado o comportamento do consumidor frente à diminuição do poder de compra. “Um real que damos de desconto já faz diferença, eles já irão gastar com leite e pão, por exemplo, e o gás é de primeira necessidade e deveria ser olhado de forma diferente”, mencionou Paulo.
SEGUNDO REAJUSTE
De acordo com o empresário este é o segundo reajuste neste ano. “Em maio tivemos um aumento pelo Governo do Estado e agora este nacional”, disse. Desta forma, somados todos os reajustes do ano, o aumento passa dos 30%. “Se somarmos tudo, tivemos 33% de aumento. Se analisarmos o salário dos trabalhadores, não houve uma inflação deste tamanho. Este repasse vem muito fora da realidade”, expôs Paulo.