Os preços dos alimentos nas gôndolas dos supermercados subiram muito nos últimos meses. Apenas em março deste ano, o aumento foi de 3,09%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com isso, com o mesmo valor no bolso, o brasileiro começou a voltar para casa com menos sacolas de compras e teve que começar a pensar em estratégias de como economizar no supermercado e equilibrar as contas da casa para manter uma alimentação saudável.
Fazer essa conta fechar tem sido um desafio para muitas famílias a cada ida ao supermercado. Para tentar ajudar o consumidor nessa tarefa, o nutricionista Rafael Teixeira analisou esse aumento nos preços e deu dicas de substituições que garantem uma alimentação completa.
Entre os fatores para o aumento nos preços dos alimentos, o profissional menciona o crescimento abrupto do consumo. “Tivemos uma baixa devido à pandemia no consumo de tudo e a produção de vários produtos manufaturados parou. Tivemos aumento de produtos básicos como arroz, feijão, também alguns hortifrútis que estão mais suscetíveis ao clima, além do leite de caixinha, biscoitos, pelo aumento do consumo e baixa produção, pois a tomada de produção é sempre mais lenta”, analisou Rafael.
Atrás das promoções e variação de cardápio
Segundo o nutricionista, é difícil driblar o consumo de itens básicos que compõem o prato do brasileiro, afinal as proteínas como frango e carne bovina também tiveram aumentos consideráveis. Dessa forma, a saída é procurar as promoções e fazer substituições inteligentes.
“Sabemos que muitas pessoas têm auxílio alimentação, vales das empresas que trabalham ou algum outro tipo de subsídio. Quem tem vale segurar e se atentar para promoções, conferir os encartes promocionais dos supermercados, isso ajuda bastante. Sempre a partir do dia 18 de cada mês, os preços têm uma tendência a baixar. Sempre os preços são maiores entre o dia 1.º e dia 15”, orientou Rafael.
Outra opção é variar o cardápio, tentando substituir os cortes de carne. “Se você só come peito de frango, vale tentar um filé de coxa que é um corte bom e relativamente novo no Brasil. A coxa e sobrecoxa desossada tem um bom rendimento e chega a ser cinco reais mais barato o quilo. Com relação à carne moída, você pode pedir para moer o acém sem osso que chega a ser dez reais mais barato o quilo se comparado ao contrafilé ou ao patinho. O acém é uma carne magra que dá para fazer almôndega, bolinho, carne refogada etc”, sugeriu.
Outra solução, segundo ele, é incrementar as proteínas com vegetais, usar cenoura, brócolis, couve flor e chuchu. “Isso aumenta a saciedade e alimenta mais a sua família”, salientou o nutricionista.
Pesquisa para economizar no supermercado
Rafael lembra que há marcas de arroz que rendem mais, por isso vale a pesquisa antes de ir às compras. “Não adianta fazer o arroz em uma panela pequena, pois impede que o grão cresça por completo”, recomendou.
Os acompanhamentos devem seguir os alimentos da época. “Podemos fazer um guisado com os vegetais da época como a berinjela e o chuchu, isso ajuda a montar um prato saudável. No outro dia, você pode fazer uma farofa com talo de couve com ovo, já incrementa a questão proteica”, disse.
Vale a consulta na internet também para conhecer as frutas e legumes da época que ficam mais baratos. Além de buscar formas para reaproveitar os alimentos.
“Eu vejo que as pessoas não sabem fazer o reaproveitamento, principalmente na questão do congelamento. Fazer um pré-preparo e colocar no freezer ajuda bastante na redução dos custos de uma casa. Se você comprar a couve, por exemplo, rasgar e colocar no freezer, pode durar até três meses. Na geladeira, em dois dias, já estaria amarela. Dá para usar a casca de banana como adubo. Dá para economizar”, enfatizou Rafael.