O Governo Federal vai levar para apreciação dos congressistas a proposta de aposentadoria com a idade mínima de 65 anos tanto para homens como para as mulheres. A medida é vista como uma das alternativas para evitar que, no futuro, o rombo da Previdência atinja, em cheio, quem for se aposentar. Para o ano de 2017, segundo o ministro Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o déficit será de R$ 200 bilhões. Para que a proposta do governo Michel Temer passe no Congresso Nacional se faz necessária a aprovação da maioria simples.
Segundo o texto do projeto de lei, as pessoas abaixo dos 50 anos ficariam dentro das regras atuais da aposentadoria, que não prevê a idade mínima para nenhum dos sexos, mas teriam que pagar um valor proporcional para a Previdência. No entanto, quem está próximo da aposentadoria (faltando cinco anos) não seria atingido com a mudança.
NA FORMA ATUAL
EM 2015, no então governo Dilma, ficou estipulado que para receber a aposentadoria integral, o homem tem de ter contribuído com a Previdência por 35 anos ou a soma de sua idade mais o tempo de contribuição tem de ser 95 anos. No caso das mulheres, são 30 anos de contribuição ou 85 anos, se somados o tempo de contribuição e a idade.
OPINIÃO
Nas ruas de Paranaguá, muitas pessoas se mostraram insatisfeitas com a possibilidade de mudanças nas regras da aposentadoria. Um dos motivos para a não concordância com o que pretende o governo está na crise econômica, a qual desemprega muitos trabalhadores que não conseguem voltar ao mercado de trabalho com facilidade e, se a proposta for aprovada, vai, obrigatoriamente, exigir que as pessoas trabalhem por mais tempo. “Acho péssima a ideia de colocar a idade mínima de 65 anos, pois para quem já se planejava, no curto tempo, se aposentar terá, agora, seus planos adiados. Não acho justo, pois, eles, os políticos que criam as leis, não se enquadram nas regras que eles criam para os trabalhadores”, reclamou o trabalhador portuário avulso, Alcione do Carmo, conhecido no ponto de chamada no Sindicato dos Arrumadores como “Chumbinho”.
Outro a fazer “cara feia” ao projeto foi Renato do Nascimento, que não deseja contribuir por mais tempo para o governo. “Nossa cota de trabalho já é suficiente, mas eles precisam que mais e mais pessoas sigam em atividade somente para assegurar suas vantagens pessoais. Nossa aposentadoria é irrisória, já a deles é de marajás”, manifestou.
Já o trabalhador autônomo, Anderson Lima, acha que a proposta é válida para equalizar os problemas futuros da Previdência, uma vez que as contas não fecham. “As medidas precisam ser compreendidas como uma forma de salvaguardar o ganho dos futuros aposentados, por isso, sou favorável”, comentou.