O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta quarta-feira, 10, em Nova York, de mais uma edição do Paraná Day, evento organizado pela Invest Paraná em parceria com o banco BTG Pactual e que teve como foco apresentar as vantagens competitivas do Estado a potenciais investidores brasileiros que operam no mercado internacional e estrangeiros. Durante o encontro, ele traçou um panorama da atual conjuntura econômica estadual, com destaque para a perspectiva de grandes obras da infraestrutura e logística.
Ratinho Junior lembrou que o Paraná está localizado em uma região que concentra cerca de 70% do PIB da América do Sul. “Somos a ligação do Sul com o Sudeste, que é o maior mercado consumidor do País, e com o Centro-Oeste, que tem crescido muito, além de estarmos ao lado do Paraguai e da Argentina, o que torna a região muito atraente”, disse. “O Paraná já tem uma grande infraestrutura, as maiores cooperativas da América e 35 mil indústrias, além de multinacionais. Mas precisamos de investidores para novos projetos e para crescer ainda mais”.
Na apresentação que fez aos investidores, ele fez um balanço dos projetos já concretizados, como a concessão do Parque Vila Velha, de áreas do Porto de Paranaguá e a desestatização da Copel Telecom, além de projetos construídos em parceria com a União, como a concessão do Parque Nacional do Iguaçu e de quatro aeroportos (Londrina, Foz do Iguaçu, Bacacheri e Afonso Pena), com a obrigação da construção da terceira pista em São José dos Pinhais.
Ratinho Junior também apresentou as próximas iniciativas. A Nova Ferroeste, por exemplo, é o maior projeto férreo em andamento no Brasil e foi um dos destaques do encontro com empresários norte-americanos. Com 1.567 quilômetros de extensão ligando o Paraná de Leste à Oeste, passando também por Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, o projeto será o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do País, em que 70% da carga será para exportação, além de gerar 300 mil empregos diretos e indiretos.
A estrutura aproveitará um trecho já em operação entre Cascavel e Guarapuava, ampliando-a até Maracaju (MS) e o Porto de Paranaguá, além de dois ramais a partir de Cascavel para conectar por trilhos Chapecó (SC) e Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira, facilitando a movimentação de produtos com a Argentina e o Paraguai.
Conforme explica Ratinho Junior, a previsão é de que a concorrência ampla às empresas via processo licitatório ocorra ainda em 2023, depois da aprovação do licenciamento ambiental. “O projeto está praticamente pronto, com estudos ambientais e audiências públicas concluídas, esperando agora a licença prévia do Ibama para que o projeto seja colocado na Bolsa”, informou o governador.
Ele também apresentou as novidades sobre os leilões das rodovias federais e estaduais que cortam todo o Estado, totalizando 3,3 mil quilômetros que passarão para a administração da iniciativa privada pelos próximos 30 anos. Além da recuperação e manutenção da malha viária, estão previstos R$ 55 bilhões de investimentos em obras de melhorias, incluindo cerca de dois mil quilômetros de duplicações, além de milhares de trevos, viadutos e trincheiras.
Os leilões dos dois primeiros lotes estão marcados para 24 de agosto e 16 de setembro, respectivamente, e ocorrerão por meio de ampla concorrência na Bolsa de Valores, sendo também um atrativo para possíveis empresas estrangeiras. Os outros quatro lotes previstos deverão passar por processo licitatório a partir de 2024.
Assim como a Nova Ferroeste, o novo pacote de concessão rodoviária faz parte de um planejamento de longo prazo do Governo do Paraná iniciado em 2019 e que pretende fazer do Estado a grande central logística da América do Sul. A estratégia consiste em aproveitar o potencial já existente devido à localização privilegiada dentro do continente e da grande produção proveniente da agroindústria paranaense.
OUTRAS POSSIBILIDADES
Ratinho Junior ainda mencionou aos investidores o processo de construção e arrendamento de novos terminais do Porto de Paranaguá, que podem atrair em torno de R$ 5 bilhões da iniciativa privada. Outras oportunidades citadas pelo governador foram o processo de transformação da Copel em corporação e a ampliação do saneamento básico por meio de Parcerias Público-Privadas (PPP), cuja primeira concorrência pública que atenderá 16 cidades deverá ocorrer em 10 de julho.
“O Paraná tem a Sanepar, que é uma empresa com um histórico de boa prestação de serviços, tanto é que temos 100% de água tratada e 83% de coleta de esgoto, que é todo tratado”, disse o governador. “As PPPs permitirão a entrada de investidores privados, com ganho na tecnologia e mais agilidade para ampliação da rede à população, o que fará com que o Paraná bata todas as metas estipuladas no novo Marco Legal do Saneamento”.
DIFERENCIAIS DO PARANÁ
Assim como já havia feito na terça-feira (09), durante o Lide Brazil Investment Forum, Ratinho Junior lembrou que o Paraná é considerado atualmente o estado mais sustentável do Brasil pelo Ranking de Competitividade dos Estados, além de ser uma referência sobre o tema para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O governador também defendeu o fato do Estado ter uma mão de obra cada vez mais qualificada, fruto dos investimentos feitos pelo executivo paranaense na melhoria da educação pública estadual. Para corroborar com a afirmação, ele citou o fato de que o Paraná passou de 7º para o 1º lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do ensino médio entre todas as redes estaduais de ensino do País.
“Historicamente, o Paraná sempre teve uma mão de obra qualificada e um povo que gosta de trabalhar. Por isso, nos colocamos à disposição para avançar no assunto através da Invest Paraná para que os empresários possam fazer investimentos e com isso ganhar dinheiro, pagar impostos e gerar empregos em nosso Estado”, argumentou Ratinho Junior.
De acordo com o secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, que realizou uma apresentação sobre os potenciais de investimento no Paraná, outra vantagem do Estado é um planejamento estratégico de gestão integrado, focado no futuro. “Um dos pilares desta gestão é viabilizar investimentos robustos em médio e longo prazo. Um exemplo é o Banco de Projetos, criado em 2019, que visa justamente isso. Temos uma carteira de aproximadamente R$ 8 bilhões em obras que podem ser executadas nos próximos anos”, declarou.
REPERCUSSÃO
Participaram da rodada de conversa fundos como o Pátria Investments, um dos 70 fundos globais que mais investem em infraestrutura no mundo; GQG Partners Inc; GIC Inc; Grupo Vinci Partners; Acciona; BYD Brasil; Aya Earth Partners; Tecnobank; entre outros.
Na avaliação de Maurílio Biagi Filho, empresário do setor sucroalcooleiro que participou do Paraná Day, a conversa com os representantes estaduais foi proveitosa para avaliar a possível expansão das suas atividades empresariais para cidades paranaenses. “Eu fiquei impressionado com a conversa que tivemos aqui em Nova York, que foi clara, objetiva e com apresentação de propostas concretas e previamente analisadas. O Paraná mostrou ter um governador que pensa grande em prol da sua população e um secretariado competente”, disse.
Alexandre Saigh, diretor-presidente do Pátria, corroborou. “Estamos bem animados com o Paraná. O Estado tem previsibilidade, infraestrutura, escolaridade e capacidade de investimento, tudo que leva um investidor a investir”, complementou.
AGENDA INTERNACIONAL
Esta é a segunda edição do Paraná Day realizada pelo Governo do Paraná nos Estados Unidos. A primeira ocorreu em 2019. Nos últimos anos, também foram feitas edições na Espanha e México, além do Paraná Business Experience, dentro dos mesmos moldes, promovido nos Emirados Árabes Unidos.
Nesta quinta-feira, 11, a comitiva paranaense participa de uma reunião com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, e, na sexta-feira, 12, segue para Portugal, onde cumpre uma extensa agenda na próxima semana.
Fonte: AEN