Neste ano, o número de novas empresas instaladas no Brasil no primeiro semestre é o maior desde 2010. Os dados são do Indicador Serasa Experian, que mostra ainda que dos 1.142.641 novos negócios implementados no período, mais de 900 mil se referem a Microempreendedor Individual (MEI), com o equivalente a 79% do total. Os índices mostram que a falta de abertura de vagas no mercado de trabalho tem feito com que os brasileiros invistam no próprio negócio.
No primeiro semestre de 2016, a criação de microempreendedores individuais totalizou 816.704 ou 10,5% a menos do que o total registrado este ano. “Os números do semestre refletiram o fenômeno do empreendedorismo por necessidade, quando pessoas que foram demitidas procuram meios de se recolocar no mercado”, diz o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Serasa Experian, Victor Loyola.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria de comunicação do Serasa Experian, de janeiro a junho deste ano, o setor de serviços liderou o ranking dos mais procurados por quem decidiu empreender: das 1.142.641 novas empresas nascidas no período, 730.240 eram de serviços, o equivalente a 63,9% do total. Em seguida, 317.512 empresas comerciais (27,8% do total) e, no setor industrial, foram abertas 91.525 empresas (8,0% do total).
Os dados mostram que, entre as 1.142.641 novas empresas nascidas no último semestre, 7,6% são de Serviços de Alimentação e 7,3% são do ramo de Comércio de Confecções em Geral. Serviços de Higiene e Embelezamento estão em terceiro lugar, com 6,8%. Reparos e Manutenção de Prédios e Instalações em quarto lugar, com 6,3% do total de empresas nascidas entre janeiro e junho de 2017.
O Sudeste segue liderando o ranking de nascimento de empresas, com 588.180 novos negócios abertos no primeiro semestre de 2017 ou 51,5% do total. A Região Sul ocupou a segunda posição, com 17,3% (197.270 empresas).
SEBRAE
Em Paranaguá, no ano passado, 1.081 empresas foram abertas e 96 encerradas. Em 2016, havia um total de 17.424 empresas ativas. A taxa de mortalidade foi de 0,55%.
A gestora do projeto de Empreendedorismo do escritório do Sebrae no litoral, Caren Santos, observou um crescente número de abertura de micro e pequenas empresas em Pontal do Paraná, seguido de Matinhos e Guaratuba, com base no comparativo ao número de habitantes. “Pontal do Paraná é o segundo município do Paraná que mais abriu micro e pequenas empresas em sua grande maioria no setor de serviço e comércio”, afirmou. Os índices citados pela profissional são baseados em dados da Receita Federal.
O litoral, para a gestora, tem um potencial muito grande de se desenvolver e alguns setores ainda possuem uma lacuna, como no ramo da alimentação e entretenimento. Áreas que podem sugerir a exploração de novos investimentos.
Litoral do Paraná tem grande potencial de crescimento. Pontal do Paraná é o segundo município do Estado que mais abriu micro e pequenas empresas em 2016
Em relação à dúvida se este é o momento ideal ou não para se tornar um empreendedor, a profissional esclareceu que isto depende de diversos fatores. “Depende muito do setor, qual a área, como está o ambiente de negócios do município. Analisando o nosso contexto no litoral, Pontal do Paraná me parece favorável, já em outros municípios isso pode variar”, analisou.
OPORTUNIDADE
Segundo ela, muitos têm aplicado o dinheiro da rescisão do contrato, após demissão devido à crise, para a abertura do próprio negócio. “É preciso ter cuidado e estudo no que irá investir. É importante buscar a ajuda do Sebrae para analisar a área. Às vezes, a pessoa tem a habilidade e quer colocar isso em prática, mas é preciso olhar realmente como um negócio, se preocupar com planejamento, com as finanças, estudar o mercado, pois tudo isso garante passar pelos momentos ruins com menos sofrimento”, declarou Caren.
De acordo com Caren, a crise só afeta as empresas que não estão preparadas. “Em se tratando daqueles que já estão buscando inovação, se preocupando com o futuro, normalmente a existência da empresa não é afetada pela crise. O momento de crise também traz muita oportunidade, depende muito de como você encara com um olhar de gestão empresarial essa oportunidade de investir”, concluiu a gestora do Sebrae Litoral.